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Maioria dos vereadores é favorável ao aumento do número de parlamentares

Com o crescimento da população, a Casa de Leis de Campo Grande pode ganhar dois novos vereadores na próxima legislatura

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A maioria dos vereadores ouvidos pelo Correio do Estado nesta terça-feira é a favor da possibilidade de a Câmara Municipal de Campo Grande passar de 29 para 31 parlamentares, em razão do aumento de 19% na população do município, conforme o relatório prévio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Censo 2022.

O ex-presidente da Casa de Leis vereador Professor João Rocha (PP) é favorável ao aumento do número de parlamentares em razão do crescimento da população da Capital. 

“Sou a favor, desde que não se tenha aumento de despesa para os cofres públicos. Como o repasse do duodécimo não será alterado com a chegada de mais dois parlamentares, sou a favor”, disse João Rocha.

O vereador Professor Juari (PSDB) afirmou que, como a legislação permite, é favorável.

“Sou a favor, pois, se a população do município aumentou de 787.204 habitantes para 942.140, a legislação autoriza que sejam 31 vereadores”, informou.

Já o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) pensa que, quanto maior a representatividade na Câmara Municipal, melhor para a população de Campo Grande. 

“O problema é discutir neste momento, porque não é prioridade. A prioridade é discutir os graves problemas que Campo Grande está enfrentando, principalmente em relação à infraestrutura, ao reajuste dos professores da Reme [Rede Municipal de Ensino] e às obras paralisadas”, ressaltou o parlamentar. 

Porém, ainda conforme Guerreiro, não é questão de quantidade, é de qualidade.

“Precisamos de vereadores que conheçam como funciona o Legislativo. Antes de ser candidato a vereador, fiz um ano de curso, aprendi a fazer projetos de lei, ou seja, antes de ser vereador, eu já entendia de leis”, assegurou.

Ronilço Guerreiro ressaltou que, nesse momento, toda e qualquer representatividade é boa, mas representatividade que realmente tenha diversidade de pensamento, respeito, diálogo e que vá para a Casa de Leis trabalhar intensamente por uma cidade melhor. 

Não é o momento

Na avaliação do vereador Professor Riverton (PSD), é preciso ter o maior respeito com o dinheiro do contribuinte.

“Todo gasto que se tem no poder público, no Legislativo, no Executivo ou no Judiciário, é com o dinheiro arrecadado dos impostos pagos pela população. O aumento do número de vereadores vai acarretar em uma despesa maior do Legislativo, e não vejo isso com bons olhos”, analisou.

O parlamentar disse que é preciso objetivar fazer um bom trabalho para o povo com o número de vereadores que se tem.

“A população é um agente fiscalizador que nos ajuda muito. Com dedicação e determinação, conseguimos passar essas demandas ao Executivo e trazer solução para os campo-grandenses”, declarou.

Professor Riverton pensa que se pode pensar nesse aumento do número de vereadores alguns anos mais para frente, quando a necessidade na prática for real, e não apenas embasada em teses estatísticas. “Na minha opinião, os 29 vereadores dão conta do recado”, argumentou.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), mais conhecido como Carlão, disse ao Correio do Estado que, por enquanto, ainda não pensou nessa possibilidade. 

“Acredito que 29 vereadores são suficientes. Na próxima legislatura, quem sabe a gente possa analisar, por enquanto, não. Precisamos agora trabalhar na melhoria da nossa cidade, que está precisando do nosso esforço”, afirmou Carlão.

Na avaliação do presidente, os 29 vereadores dão conta do recado.

“Quando tínhamos só 21 parlamentares, precisávamos aumentar o número de vereadores. Agora, com 29, dá para esperar alguns anos. Minha opinião é que continue com o mesmo número, pelo menos por enquanto, deixa esse aumento de número de vagas mais para frente”, disse.

Entenda a mudança

A partir de 2025, a Câmara Municipal de Campo Grande deve passar a contar com mais dois vereadores, saindo dos atuais 29 para 31 parlamentares. O motivo é que o relatório prévio do IBGE do Censo 2022 mostrou elevação da população do município em 19%, saltando de 787.204 habitantes para 942.140.

A Constituição Federal prevê que cidades com população acima de 900 mil pessoas e até 1,05 milhão de habitantes podem contar com 31 vereadores. 

Conforme informações do próprio IBGE, o levantamento prévio para a população de Campo Grande pode estar defasado, ou seja, o número de habitantes pode ser ainda maior, possibilitando o aumento na quantidade de parlamentares no Executivo municipal. 

Segundo o cientista político Tércio Albuquerque, após confirmada a população de Campo Grande superior a 900 mil habitantes, essa nova contagem terá de ser publicada no relatório do IBGE.

“A partir daí, a Câmara Municipal terá de apresentar um projeto de emenda à Lei Orgânica da Casa de Leis, criando as duas novas vagas. Aprovado esse projeto, as vagas poderão ser abertas e já valeriam para a eleição municipal do próximo ano”, detalhou Albuquerque.

O mestre e doutorando em Direito Douglas de Oliveira reforçou que, em relação ao número de vereadores em razão de o Censo 2022 do IBGE ser superior a 900 mil habitantes, essa questão não é automática, depende da elaboração de uma lei municipal.

“Caso ocorra o aumento do número de vereadores, a tendência é de que também ocorra uma ampliação dos gastos do município com o Poder Legislativo, que no caso de municípios como Campo Grande, com população entre 500 mil e 3 milhões de habitantes, pode corresponder até a 4,5% do somatório da receita tributária do município”, detalhou Douglas de Oliveira.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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