Política

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Mais um: Osmar Jeronymo também é autorizado a retornar ao Tribunal de Contas

A decisão foi proferida pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, que permitiu o retorno imediato do conselheiro ao cargo. Apenas Ronaldo Chadid ainda está afastado

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Terceiro dos quatro conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul afastado por envolvimento em esquema criminoso, Osmar Domingues Jeronymo está autorizado a retornar às atividades na Corte. Agora, apenas Ronaldo Chadid continua afastado em decisão prorrogada por mais um ano. 

A decisão foi do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, que autorizou o retorno imediato do Conselheiro, decisão que foi publicada hoje em uma edição extra do Diário Oficial do TCE. 

“Outrossim, vencido o prazo de vigência das medidas cautelares impostas pelo Superior Tribunal de Justiça, sem que tenha havido pedido de prorrogação pelo titular da ação penal, caberá ao eminente Relator competente analisar os requisitos para imposição, ou não, de novas medidas. Enquanto isso, nas palavras da própria Procuradoria-Geral da República, as medidas cautelares ‘merecem ser consideradas insubsistentes’”, escreve o documento.

Outros dois conselheiros investigados pela Polícia Federal já retornaram aos cargos: Waldir Neves, em maio deste ano; e Iran Coelho das Neves, que teve decisão proferida nesta semana pelo ministro Alexandre de Moraes. 

Investigações

Osmar Jeronymo foi afastado em outubro de 2024 pela Operação Última Ratio da Polícia Federal, que investigava possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. 

Segundo as investigações, o conselheiro teria comprado decisões judiciais para se apossar de partes das fazendas Paulicéia, no município de Maracaju, e da Fazenda Xerez, em Bela Vista. 

De acordo com o relatório da Polícia Federal, Osmar utilizou seus sobrinhos, Diego e Danillo Jeronymo, também alvos da Operação, como laranjas para lavar dinheiro e ocultar seu patrimônio. 

Em Maracaju, Jeronymo usou um dos sobrinhos para atuar como uma espécie de agiota e depois subornou desembargadores para se apossar dos quase 400 hectares da fazenda Paulicéia. 

Entre 2013 e 2015, Diego Jeronymo e Percival Fernandes concederam R$2,6 milhões em empréstimos à fazendeira Marta Martins de Albuquerque, que deu 592 hectares como garantia. 

Em 2016, ao tentar quitar a dívida, Marta teve parte de suas terras retidas. Segundo a PF, 382 hectares foram transferidos por meio de escrituras fraudulentas, com falsificação da assinatura da proprietária. O hectare foi negociado a R$6,8 mil, valor quase dez vezes inferior ao negociado na região. 

Mesmo com as provas das fraudes, Osmar Jeronymo obteve decisões favoráveis no Tribunal de Justiça. A investigação menciona sua relação próxima com o desembargador Vladimir Abreu, curiosamente responsável por relatar recursos ligados ao caso. 

O relatório também cita indícios de falsificação de escrituras no Paraná e até ameaças físicas. A Polícia chegou a pedir a prisão do conselheiro anteriormente, mas a solicitação foi negada pelo ministro Francisco Falcão, do STJ. 

Além das fazendas, o conselheiro também tem outros imóveis rurais em outros municípios. 

 

*Colaborou Neri Kaspary
 

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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