Cerca de 300 manifestantes se reuniram na tarde deste sábado, 28, no Largo do Rosário, no Centro, para reivindicar a liberdade de expressão após a proibição da Marcha da Maconha. A marcha que seria realizada hoje no mesmo local foi proibida por uma determinação judicial na última quarta-feira e passou a ser chamada de Marcha pela Liberdade de Expressão. Porém, ao contrário do propósito inicial que discutiria o descriminalização da erva, a praça foi tomada por protesto políticos.
Nas redes sociais também foram convocados manifestantes para a participação da 'Marcha dos Com Vergonha', em protesto contra os escândalos envolvendo a cúpula de Prefeitura de Campinas e da Sanasa. Os manifestantes levaram às ruas faixas e cartazes pedindo Justiça e contra a corrupção e fraudes na administração municipal.
Renata Rosica reuniu cerca de 20 pessoas para gritar a 'Marcha dos com vergonha' , cujo objetivo era cobrar explicações da Câmara Municipal e dos partidos políticos quanto aos casos de corrupção deflagrados na última semana. 'É um alerta para população, que vota e depois esquece de sua participação no governo' , afirmou.
Os manifestantes percorreram as vias Francisco Glicério, Conceição e na Avenida Anchieta sentaram e pararam o trânsito. Os protestantes ainda caminharam em direção ao Centro de Convivência Cultural onde encerraram a manifestação.
A Polícia Militar (PM) acompanhou o protesto com 150 homens e cada praça tinha duas viaturas fixas. 'Não é nossa intensão quebrar as janelas dos bancos e provocar tumulto. Queremos um debate aberto sobre a política e a violência. Não estamos aqui para defender o uso da maconha, mas para discutir a regulamentação' , disse o estudante de história Sebastian Silva, 20 anos. Até o fechamento desta edição, não houve confronto entre as partes envolvidas, muito pelo contrário, manteve-se um clima bastante amistoso.
Já Carlos Alberto Cruz Neto, conhecido na internet como Doutor Clandestino, foi mais ousado no seu discurso. Para ele, deve ser implantado o sistema de 'democracia direta digital' , que eliminaria o poder legislativo. As leis seria, portanto, elaborada pela população. Ainda mais polêmico, compara o uso da maconha com a homossexualidade. 'É uma tendência natural, não pode haver proibição. Essa moralidade política foi desencadeada pela Lei Seca, nos Estados Unidos' , disse.