Política

ELEIÇÕES 2020

Mesmo votando fora da base, deputados são pré-candidatos

'Dissidentes' concorrerão à prefeitura de 2 cidades

RAFAEL RIBEIRO E EDUARDO PENEDO

19/07/2019 - 10h29
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Os deputados estaduais Onevan de Matos e Marçal Filho mesmo votando contra o projeto de regras para contratar professores temporários, serão os pré-candidatos do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para concorrer às prefeituras Naviraí e Dourados no pleito de 2020.

"O PSDB já está trabalhando para a reeleição dos prefeitos de Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã. Para Dourados e Naviraí temos os deputados Marçal e Onevan para disputa", explicou o presidente estadual do PSDB, Sérgio de Paula.

A confirmação foi dada durante o Encontro de Presidentes dos Diretórios Municipais do PSDB, que acontece no diretório municipal do partido, na região leste de Campo Grande.

Conforme o partido, este será o primeiro encontro, visando troca de experiências, capacitação e fortalecimento da legenda para as eleições do próximo ano. Serão debatidos os novos rumos do partido e o posicionamento diante do atual cenário político brasileiro.

Sérgio de Paula diz que deputados passarão por comissão de ética

Na quinta (18), Sergio de Paula disse que deputados que votaram contra a pauta do Governo do Estado na Assembleia Legislativa sobre a reorganização dos salários de professores temporários passarão pela comissão de ética do partido e depois o relatório será debatido na executiva mas que da parte dele não ocorrerá expulsão.

"Até porque muitos deputados são candidatos a prefeito, entendemos que cada um tenha sua opinião", afirmou durante agenda do governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), sobre liberação de recursos para reforma do Aeroporto Internacional de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (18).

Os deputados da base do governo que não votaram a favor da proposta do Executivo foram Rinaldo Modesto, Marçal Filho e Onevan de Matos. "Essa é a nossa maior bancada e respeitamos a opinião de cada deputado, mas vamos buscar coerência e se eles resoverem alguma mudança vai ser a partir deles e não da executiva", reforçou De Paula. Dos três deputados, apenas de Matos estava presente no evento de hoje. Beto Pereira representou a bancada federal.

O presidente da sigla disse que o partido tem conselho de ética e estatuto que precisam ser respeitados e que as conversas com os deputados estão acontecendo diariamente.

De acordo com De Paula, reunião com deputados, que foram considerados "infiéis", por alguns integrantes do PSDB, será marcada até a semana que vem. "Vamos ter esse encontro, mas estamos agindo com muita tranquilidade", afirmou.

EVENTO

Com presença de lideranças nacionais, o PSDB de Mato Grosso do Sul realiza, nesta sexta-feira (19), o Encontro de Presidentes dos Diretórios Municipais da sigla. O evento dá largada rumo às eleições de 2020 e será realizado no Diretório Estadual, em Campo Grande.

Conforme o partido, este será o primeiro encontro, visando troca de experiências, capacitação e fortalecimento da legenda para as eleições do próximo ano. Serão debatidos os novos rumos do partido e o posicionamento diante do atual cenário político brasileiro.

Entre os participantes estão o governador do Estado, o presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela (ITV), que é o centro de estudos e formação política do partido, Pedro Cunha Lima e o o consultor em Marketing Político Eleitoral Fabrício Moser.

Na ocasião, Azambuja apresentará o painel “PSDB MS e o jeito tucano de governar”, em que irá falar da gestão à frente do governo, da experiência de reeleição e do papel do partido, às 11h.

Por conta do fim das coligações proporcionais, que serão o diferencial nas eleições 2020, o advogado Ary Raghiant Neto foi convidado para falar sobre as novas regras da legislação eleitoral.

Também participarão do evento os deputados federais Beto Pereira, Rose Modesto e Bia Cavassa, além dos presidentes municipais do partido, deputados estaduais, prefeitos, vices e vereadores, entre outras lideranças.

Anistia bolsonarista

Capital tem manifestação esvaziada pró-Bolsonaro; políticos de MS foram ao Rio

Movimento na Capital atraiu dezenas de pessoas; David, Catan, Gordinho e Pollon foram ao Rio de Janeiro

16/03/2025 11h47

Divulgação

Divulgação Manifestação na Capital atraiu algumas dezenas de pessoas

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Políticos de Mato Grosso do Sul marcaram presença em ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em que se pede anistia para os condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Bolsonaro, denunciado por tramar o golpe, liderou o movimento na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), e disse que não sairá do Brasil, e que será um problema, “preso ou morto”. 

Também houve manifestação em Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, algumas dezenas de pessoas, vestidas com a camiseta amarela da seleção brasileira, participaram da manifestação em favor de Bolsonaro e pela “anistia” aos condenados pelo 8 de janeiro.

O movimento na capital de MS foi liderado pelo vereador André Salineiro (PL). 

No Rio de Janeiro (RJ) estiveram os deputados estaduais Coronel David e João Henrique Catan, ambos do PL, além dos deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do mesmo partido. 

DivulgaçãoRodolfo Nogueira,  "Gordinho do Bolsonaro", marcou ´presença

David, Pollon e Nogueira fizeram lives ou postaram fotos de cima do caminhão de som, colocado em frente à praia. 

Na capital fluminense, a multidão preencheu aproximadamente dois quarteirões da Avenida Atlântica, totalizando algumas dezenas de milhares de pessoas. O número oficial ainda não foi divulgado. 

“Preso ou morto”

Em discurso em carro de som em Copacabana, Bolsonaro disse a seus apoiadores que “não vai sair do Brasil. Ele também afirmou que será um problema “preso ou morto”. 
 Também criticou o governo Lula (PT) e disse que “eles não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo”.

DivulgaçãoJair Bolsonaro no Rio/Reuters

“Não vou sair do Brasil. A minha vida estaria muito mais tranquila se eu tivesse do lado deles. Mas escolhi o lado do meu povo brasileiro. Tenho paixão pelo Brasil”, disse ele.
Bolsonaro também insinuou que sua campanha na disputa de 2022 foi prejudicada por ações de Alexandre de Moraes, presidente do TSE na época. “Não podia colocar imagem do Lula com ditadores do mundo todo”, disse ele.

Acrescentou que o pleito de 2026 “será conduzido com isenção” e que “eleições sem Bolsonaro é negar democracia no Brasil”. Na disputa do ano que vem, o ministro Kassio Nunes Marques, indicado para o STF por Bolsonaro, será o novo presidente do TSE.
Inelegível, Bolsonaro chegou a dizer que tinha nomes do seu grupo político para a presidência, ao contrário “do outro lado”, mas, em seguida, repetiu que estaria disposto a concorrer. “Eleições sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil. Se eu sou tão ruim assim, me derrote”, afirmou ele.

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LEMBRANÇA

Redemocratização: há 40 anos, Sarney assumia a presidência do Brasil

Vice de Tancredo Neves foi empossado após 21 anos de ditadura militar

15/03/2025 22h00

Foto: Arquivo / Senado

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O regime democrático brasileiro completa hoje 40 anos em vigor. É o mais longo período democrático ininterrupto da história do país desde a proclamação da República, em 1889.

Embora fruto de um longo processo para pôr fim a 21 anos de ditadura civil-militar (1964/1985), a redemocratização ficou marcada pela posse de José Sarney na Presidência da República, em 15 de março de 1985.

Até aquele momento, Sarney era o vice do presidente eleito Tancredos Neves. Os dois tinham sido eleitos dois meses antes, pelo voto indireto, ou seja, pelo Congresso Nacional. Contudo, o estado de saúde de Neves, que já estava com problemas, se agravou e ele precisou ser internado na véspera da cerimônia de posse (14). Sarney, então, assumiu o cargo interinamente.

“Ele [Neves] não queria que o operassem sem ver que a transição democrática seria feita, pois sabia que podíamos ter um retrocesso político caso nos dividíssemos”, relembrou Sarney ao participar, na manhã de hoje, em Brasília, de um evento alusivo à data.

Destacando que o Brasil atravessava um momento conturbado, marcado pelas incertezas quanto ao futuro político do país e pelo temor de que os militares não aceitassem restituir o poder à sociedade civil e, em algum momento, reestabelecer o voto direto, Sarney contou que Tancredo só aceitou se submeter a uma cirurgia no intestino quando lhe asseguraram que Sarney seria empossado, que a Constituição Federal seria respeitada e “que a lei governaria a transição democrática”.

Neves morreu no dia 21 de abril, após 39 dias internado. Oficialmente, a causa foi uma infecção generalizada. Ele tinha 75 anos de idade. Com sua morte, o Congresso efetivou Sarney na presidência.

“Foram anos de muita luta. Posso guardar as batalhas íntimas de que participei para que tivéssemos uma transição democrática tranquila. Tivemos muitas hipóteses de retrocessos, mas conseguimos atravessá-las”, ponderou Sarney 

Ele também conta que, na condição de chefe-supremo das Forças Armadas, instruiu o então ministro do Exército, general Leônidas Pires Gonçalves, a “colocar as Forças Armadas de volta aos quarteis”.

“Sendo comandante-chefe, transmiti [aos militares] minhas diretrizes. Eram duas. Primeiro, que o dever de todo comandante é zelar pelos seus subordinados. Segundo, que a transição seria feita com as Forças Armadas e não contra elas, pois isso tinha sido objeto de um pacto construído por todos os líderes [políticos]”, contou o ex-presidente, classificando a transição democrática como uma conquista do povo.

Reencontro com a democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais para celebrar a data. Em seu perfil no X, Lula escreveu que mais que a mera posse de um novo presidente da República, 15 de março de 1985 entrou para a História como “o dia em que o Brasil marcou o reencontro com a democracia”.

“O presidente José Sarney governou sob a constante ameaça dos saudosos da ditadura, mas com extraordinária habilidade e compromisso político criou as condições para que escrevêssemos a Constituição Cidadã de 1988, e mudássemos a história do Brasil”, destacou Lula.

“Nestes 40 anos de democracia, apesar de momentos muito difíceis, demos passos importantes para a construção do país que sonhamos. Um país democrático, livre e soberano. Temos enormes desafios pela frente, mas o Brasil é hoje o país que cresce com inclusão social”, acrescentou o presidente, sustentando que todo dia é dia de celebrar a democracia.

“É preciso defendê-la todos os dias daqueles que, ainda hoje, planejam a volta do autoritarismo. É preciso mostrar às novas gerações o que foi e o que seria viver novamente sob uma ditadura, e ter todos os direitos negados, inclusive o direito à vida”, finalizou Lula.

Permanente construção

Em uma mensagem enviada por vídeo, a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que a democracia está em permanente construção.

“Quarenta anos se passaram desde aquele 15 de março. Depois de mais de 20 anos de regime autoritário, minha geração pode testemunhar a chegada a uma das margens que buscávamos: um Estado Democrático de Direito no qual tomasse posse como nosso representante na Presidência da República o grupo que tinha chegado exatamente a partir das lutas nas praças, da legitimação nas ruas do Brasil”, relembrou a ministra.

“Não foram tempos fáceis. Nem os que antecederam [imediatamente à escolha indireta de Tancredo e Sarney], extremamente tumultuados pela carência de direitos, ausência de respeito à dignidade, principalmente à liberdade de pensar, de participar, de todas as pessoas no Brasil”, reforçou Cármen Lúcia, elogiando a gestão de Sarney por ter assegurado a realização de uma Assembleia Constituinte que contou com a participação não só das mulheres, como de outros grupos sociais.

“Tivemos, nestes 40 anos, neste processo de redemocratização, a presença da mulher muito mais do que em outros momentos da História brasileira. Ainda é aquém do que é preciso para termos a igualdade devidamente assegurada não apenas em textos normativos, mas na dinâmica da vida. Para termos democracia, é preciso termos liberdade e igualdade”, disse a ministra.

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