Política

VISITA PRESIDENCIAL

Na Capital, Bolsonaro dá preferência a Eduardo Riedel e isola Capitão Contar

Presidente da República arrastou multidão ontem na Capital, pregou união de sua base e pediu paciência a jovens políticos

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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), permaneceu ontem em Campo Grande por aproximadamente quatro horas, entre as 9h e as 13h. Inaugurou 300 casas populares e liderou uma motociata com milhares de motociclistas.  

Estas quatro horas na Capital foram suficientes para não deixar nenhuma dúvida de que tem preferência pela pré-candidatura de Eduardo Riedel (PSDB) ao governo do Estado, em detrimento da pré-candidatura do deputado estadual Capitão Contar (PRTB).  

Os sinais foram claros durante toda a visita e começaram já na Base Aérea de Campo Grande, quando a comitiva com Jair Bolsonaro, os ministros general Heleno (Defesa), Braga Netto (Defesa) e Daniel Ferreira (Desenvolvimento Regional) e os deputados federais Tereza Cristina (PP), Luiz Ovando (PP) e Loester Trutis (PL) chegou à Capital. Bolsonaro pediu aos militares que permitissem que Riedel acompanhasse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em sua recepção.  

Em seguida, ainda na sala de embarque, Riedel, Azambuja, Tereza Cristina, Daniel Ferreira e Braga Netto interagiram, enquanto Contar tentava uma oportunidade de aparecer ao lado do presidente. Sem que isso fosse possível, desistiu.

Na sequência, Bolsonaro, acompanhado de Riedel, foi saudar a população que estava ali para recepcionar o presidente. Ao ser perguntado pela equipe do Correio do Estado sobre quem o presidente apoiaria, Riedel parou para responder a pergunta com outra pergunta: 

“Quem está com ele [Bolsonaro] aqui?”, indagou o pré-candidato tucano, antes de desfilar em carro aberto com Bolsonaro. Dentro do mesmo veículo estava a ex-ministra da Agricultura, pré-candidata ao Senado e deputada federal Tereza Cristina (PP). 

RECADO DE BOLSONARO

No Residencial Canguru, onde as chaves de 300 moradias financiadas com recursos da Caixa Econômica Federal foram entregues à população de baixa renda, Bolsonaro continuou dando sinais de sua proximidade com Eduardo Riedel e de seu distanciamento de Capitão Contar.  

No palco do evento, Riedel não discursou, mas dividiu o mesmo espaço que os ministros, Bolsonaro, Tereza Cristina, Adriane Lopes (PP), prefeita da Capital, e os demais deputados federais. Capitão Contar não participou do evento: dirigiu-se aos Altos da Avenida Afonso Pena, na concentração da motociata que aconteceria na sequência.  

Ainda assim, Capitão Contar foi lembrado. Bolsonaro abriu seu discurso com um recado claro: “Quando os bons se dividem, os maus vencem”.

O presidente estava se referindo aos constantes ataques da base de Capitão Contar, que é bolsonarista, mas que desde o início do mês tem disparado até mesmo contra Tereza Cristina, como ocorreu no evento na Câmara Municipal de Campo Grande, que contou com os deputados fiéis ao presidente Carla Zambelli (PL-SP) e Daniel Silveira (PTB-RJ).  

O presidente voltou a usar a mesma frase quando foi interrompido aos gritos por um cidadão que estava na plateia, que gritou o nome de Capitão Contar. “Esse não ouviu o que eu acabei de falar aqui no início”, reclamou Jair Bolsonaro.

Na sequência, o presidente continuou discursando e falando da importância da casa própria. Até lembrou de quando o pai dele ganhou uma casa de um familiar, época em que morava em Nioaque (MS). Mas foi aí que Bolsonaro foi interrompido pelo mesmo cidadão apoiador de Capitão Contar.

Bolsonaro perdeu a paciência: “Se você quiser discursar, você vem para cá garoto”, disse o presidente, visivelmente irritado por ter sido interrompido.  

“Ou se candidata. Vá buscar o voto para você ver como não é fácil. Espere 28 anos como candidato a deputado federal e se candidate a presidente da República”, complementou.

Na sequência, Bolsonaro continuou se dirigindo ao apoiador de Contar e aproveitou para dar um conselho aos “jovens políticos”.  

“Eu não quero dar conselho para ninguém, mas eu aproveito o momento para [falar com] os jovens políticos: aguardem a oportunidade. Deem tempo ao tempo. Não se precipitem. Não abreviem uma possível brilhante carreira política que você pode ter por um momento”, disse.

Por fim, ao saudar os dois pré-candidatos, embora somente Riedel estivesse no recinto, o nome de um outro pré-candidato veio à tona: muitos começaram a gritar “Marquinhos!”, referindo-se a Marquinhos Trad (PSD), que não estava presente.  

A MOTOCIATA

O último ato de Bolsonaro em Campo Grande foi a motociata, que começou em frente ao Batalhão de Choque, nos Altos da Avenida Afonso Pena, e terminou na Base Aérea, de onde o presidente da República embarcou de volta para Brasília (DF).  

Assim como tinha prometido no dia anterior à visita, Jair Bolsonaro levou Tereza Cristina na garupa. “Queria fazer isso desde que eu morava em Nioaque”, disse na quarta-feira.

Tereza Cristina foi na garupa, usando um capacete aberto. Bolsonaro, como de costume, não usou capacete durante o movimento.

Capitão Contar participou, esteve perto do presidente, mas, ainda assim, não teve vida fácil quando tentou tirar fotos com ele ou gravar vídeos. Em suas redes sociais, ontem, no fim da tarde, conseguiu postar uma foto apenas com Bolsonaro durante a motociata, mesmo assim, com um pouco de esquiva por parte do presidente da República.  

Da motociata participaram, além de Bolsonaro, Contar e Tereza Cristina, o deputado federal Loester Trutis e o deputado estadual João Henrique Catan (PL).  

A Guarda Civil Metropolitana contabilizou três mil motocicletas. O número, porém, não considera os milhares de apoiadores que estavam no canteiro da Avenida Afonso Pena para saudar o presidente, que foi embora, mas deixou o seu recado para quem conseguiu entender. 

(Colaboraram Glaucea Vaccari, Naiara Camargo, Alanis Netto, Gerson Oliveira e Marcelo Victor)

Pesquisa

Lula lidera cenários para 2026; Flávio é o mais bem posicionado na direita

Filho de Jair Bolsonaro apresenta intenção de votos maior que Tarcísio e Ratinho Jr. em um cenário de primeiro turno

16/12/2025 15h24

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026 Fotomontagem/Agência Brasil e Agência Senado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno e venceria todos os adversários no segundo turno se as eleições fossem hoje, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 16.

Este é o primeiro levantamento do instituto após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançar como pré-candidato à Presidência.

O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi testado em todos os cenários de primeiro turno, já que vem dizendo que a única possibilidade de retirar sua candidatura é se seu pai for candidato. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após ter sido condenado por tentativa de golpe de Estado.

Nos cenários espontâneos, Lula tem 20% das intenções de voto. Jair Bolsonaro tem 5% das intenções de voto. Flávio tem os mesmos 5%. Outros 65% se dizem indecisos.

A Quaest fez diferentes cenários eleitorais estimulados, dependendo de governadores de direita que podem se lançar candidatos à Presidência, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Em todos eles, Flávio fica em segundo lugar, atrás apenas de Lula.

No cenário com Ratinho Jr., Lula tem 39% das intenções de voto; Flávio tem 23%; Ratinho, 13%; Renan Santos (Missão), 2%; Aldo Rebelo (Democracia Cristã), 2%. Indecisos somam 5% e 16% dizem que votarão em branco, nulo ou não votarão.

No cenário com Tarcísio, o atual presidente tem 41%; Flávio mantém 23%; Tarcísio tem 10%. No cenário com Zema, o petista tem 39%; Flávio, 26%; o governador mineiro, 6%. No cenário com Caiado, Lula tem 39%; o senador, 27%; o governador goiano, 4%.

A Quaest também testou um cenário em que três dos governadores - Ratinho, Caiado e Zema - saiam candidatos. Apenas Tarcísio ficou de fora nessa projeção. A mesma divisão se mantém: Lula tem 37%; Flávio, 23%; Ratinho, 11%; Zema, 4%; Caiado, 3%.

Um último cenário inclui o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB). Neste caso, Lula teria 34% (o cenário com maior redução do seu porcentual); Flávio teria 21%; Ratinho, 12%; Ciro, 8%; Zema, 4%; Caiado, 2%; Santos, 1%; Rebelo, 1%.

Nas simulações de segundo turno, Lula tem de 10 a 12 pontos porcentuais de vantagem em relação aos adversários. A seguir, os cinco cenários:

  • - Lula 46% x 36% Flávio;
  • - Lula 45% x 35% Tarcísio;
  • - Lula 45% x 35% Ratinho;
  • - Lula 44% x 33% Caiado;
  • - Lula 45% x 33% Zema.


No caso de Flávio Bolsonaro, o instituto registrou um crescimento no porcentual do senador em relação a agosto, quando seu nome foi testado pela primeira vez. Naquela época, Flávio ainda não havia anunciado sua intenção de se candidatar como representante de seu pai. Em agosto, o filho mais velho do ex-presidente tinha 32% contra 48% do petista.

Ao mesmo tempo, Flávio aumentou sua rejeição nos últimos meses. Segundo a pesquisa de dezembro, 60% o conhecem e não votariam nele, enquanto 28% dizem que conhecem e votariam. Em agosto, 22% diziam que conheciam e votariam nele, enquanto 55% o conheciam e não votariam nele.

A escolha de Jair Bolsonaro pelo seu primogênito foi apontada por 54% dos entrevistados pela Quaest como um erro. Para 36%, foi um acerto. A maior parte dos entrevistados (61%) disse ter ficado sabendo do anúncio de Flávio Bolsonaro, enquanto 39% disseram não ter ouvido falar sobre o assunto.

Os pesquisadores perguntaram, então, quem deveria ser o escolhido de Bolsonaro para disputar a Presidência da República. A ex-primeira-dama Michelle foi a primeira colocada, com 19%. Tarcísio, o segundo, com 16%. Ratinho Jr. foi o terceiro, com 11%. Pablo Marçal, Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite ainda foram citados. Para 21%, no entanto, nenhum desses deveria ser o representante de Bolsonaro no pleito

Diante desse cenário, 61% disseram à Quaest que não votariam em Flávio de jeito nenhum. Apenas 13% disseram que votarão no senador, enquanto 23% afirmaram que podem votar no filho mais velho do ex-presidente.

O instituto Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.

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Política

Lula diz ser amigo de Motta e Alcolumbre e ter confiança de que Messias será aprovado no Senado

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia

16/12/2025 13h45

Foto: Divulgação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ser "amigo" dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em entrevista ao SBT News, Lula foi indagado sobre o que aconteceu na relação com os dois presidentes. "Não aconteceu nada. Nada. Eu sou amigo do Davi, eu sou amigo do Hugo Motta", respondeu. Na sequência, ele destacou que o governo aprovou "99% de tudo que nós mandamos para o Congresso Nacional".

"Nunca, nos meus dois primeiros mandatos, eu aprovei a quantidade de coisas que eu aprovei agora num Congresso totalmente adverso", afirmou, adicionando que tem minoria tanto na Câmara quanto no Senado.

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia, o milagre da conversa, o milagre de esgotar os argumentos até o final para a gente poder convencer as coisas". E disse não ter mandado nenhum projeto de interesse pessoal ou de interesse de um grupo.

"Todos os projetos que nós mandamos foram projetos de interesse da sociedade brasileira e de interesse do Brasil", sustentou. Ele exemplificou que o País esperava há 40 anos uma reforma tributária, "e nós fizemos a reforma tributária com esse Congresso adverso".

"Nem sempre você consegue 100% de tudo que você quer, mas nem tudo você perde. Ou seja, você ganha aquilo que é essencial para melhorar a vida do povo brasileiro", completou.

Operação na Câmara dos Deputados

Lula também foi perguntado sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino que determinou uma operação dentro da Câmara dos Deputados contra a responsável pela distribuição das emendas parlamentares, Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL). O petista lembrou que "quase todos" os ministros do STF foram indicados por ele.

"Se eu tivesse interferência na Suprema Corte, eu teria ficado preso 580 dias? A verdade é que a Suprema Corte é totalmente independente e autônoma e é bom que seja assim. O Presidente da República não tem e não quer ter interferência sobre os votos dos ministros da Suprema Corte, como eu não quero que eles tenham interferência nas coisas que eu faço", prosseguiu.

Ele disse que as decisões dos ministros em investigações do Supremo "é um problema que só cabe ao ministro. O presidente da República não tem nem como dar opinião sobre isso". Lula ainda pontuou que "as pessoas se esquecem que foram fazer busca e apreensão" na casa dele.

Por fim, ele disse respeitar as decisões da Câmara, do Senado e da Suprema Corte, "e eu quero que eles façam comigo o mesmo que eu faço com eles". "Respeito a autonomia de cada ente federado, de cada instituição brasileira", emendou.

Confiança na aprovação de Jorge Messias

O presidente respondeu afirmativamente à pergunta sobre se ainda acredita que o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Messias foi indicado ao cargo em 20 de novembro, na vaga deixada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, a sabatina e votação do nome de Messias pelo Senado foram postergados para 2026, ante a resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defendia a indicação do também senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Eu acredito, estou trabalhando para isso, o Messias está trabalhando para isso. E eu não indiquei uma pessoa qualquer, eu indiquei um advogado muito competente, um advogado-geral da União extraordinário, que demonstrou ao longo do tempo seriedade e serenidade no jeito de advogar e defendeu o Estado brasileiro como poucos defenderam", afirmou.

"Ele (Messias) merece estar lá, como o Fernando Henrique Cardoso indicou o Gilmar Mendes, como eu indiquei o Toffoli. E eu acho que ele vai ser um bom ministro da Suprema Corte", completou.

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