Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta terça-feira (25), que a Polícia Federal (PF) monitore o ex-presidente Jair Bolsonaro, em tempo integral, 24 horas/dia, em sua casa.
O ex-presidente está em prisão domiciliar em Brasília. Segundo a decisão, os policiais devem ficar de prontidão dentro e fora da residência do ex-presidente.
A decisão revoltou bolsonaristas de Mato Grosso do Sul. O deputado federal de MS, Marcos Pollon (PL), classificou a medida do STF como “inacreditável”, “inconstitucional” e que “nenhum criminoso da história passou por isso”.
“Acabei de tomar conhecimento de mais um absurdo da ditadura que se instaurou no nosso país: foi deferido o reforço policial da prisão domiciliar do presidente Bolsonaro. Isso é completamente inacreditável. Alguém que já deixou mais do que claro que não tem qualquer objetivo de se evadir, agora tem vilipendiada a sua casa com o deferimento do reforço policial (pasmem) numa prisão domiciliar. Nenhum criminoso na história do país passou por isso. E agora alguém que não cometeu crime nenhum, presidente Bolsonaro está passando por essa humilhação. Mas, no Brasil, tudo o que é ruim, ainda pode piorar. Tomei conhecimento que ainda hoje foi requerido também que os policiais também ingressem no interior do domicílio. Ou seja, não há mais direito fundamental no Brasil. Não há mais artigo quinto. Não há mais constituição. O STF declarou a constituição inconstitucional.”
Outros bolsonaristas ainda não haviam se manifestado nas suas redes sociais até às 10h desta quarta-feira (27).
Moraes usa como justificativa a proximidade do julgamento da trama golpista. Bolsonaro e outros sete réus do "núcleo crucial" do plano de golpe vão começar a ser julgados na próxima semana na Primeira Turma do STF.
A decisão menciona ainda a minuta de pedido de asilo político encontrada no celular do ex-presidente, o que gerou um temor sobre a possibilidade de fuga. A defesa nega que Bolsonaro tenha cogitado deixar o Brasil.
Em parecer enviado ao STF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se mostrou favorável ao reforço no policiamento.
O procurador-geral Paulo Gonet defendeu "o monitoramento em tempo real" das medidas cautelares impostas do ex-presidente, "adotando-se o cuidado de que não sejam intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadores das suas relações de vizinhança".
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, com tornozeleira eletrônica.




