Política

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O fim do mundo é aqui

O fim do mundo é aqui

Caio Nogueira

19/03/2010 - 04h08
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A ideia de fim do mundo aterroriza a humanidade desde que o mundo é idem. Na antiguidade, durante o Dilúvio relatado na Bíblia, se não fosse a convocação de Noé, não só a vaca, mas leões, girafas, porcos, homens e outros bichos, iríamos todos pro brejo... Cinco mil anos depois, na Alta Idade Média, a leitura do Apocalipse de São João, e as pragas e guerras que fizeram desaparecer os últimos resquícios da civilização romana enchiam de mau agouro a expectativa do ano mil. O fim do mundo poderia ter chegado também com a peste negra do século XIV ou, pelas previsões de Nostradamus, na virada do ano dois mil. Se, até então, a tese do fim do mundo era uma possibilidade aventada apenas por profetas e religiosos e aceita pela massa de supersticiosos do planeta, hoje, são os ambientalistas quem nos assustam com seus augúrios. Terremotos, tsunamis, aquecimento global, nevascas e chuvaradas, que antes eram causados por Júpiter, Tupã ou São Pedro, passaram a ser colocados na conta do motorista, do fumante, do sujeito que abre a geladeira, do que usa saco plástico, garrafa pet, enfim, passaram a ser debitados na minha, na sua, na nossa cota de carbono... As catástrofes recorrentes na cidade são debitadas à ação predadora desse ser desnaturado, que se abriga em concreto, respira energia e circula sobre o asfalto, acelerando o fim do mundo. O último temporal em Campo Grande fez emergir, além de destruição e prejuízo, o predomínio esmagador do senso comum sobre o conhecimento científico. Parece haver um consenso rodrigueano (para Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra) de que construções e asfalto são responsáveis pelas maiores calamidades ao reduzirem a área permeável do solo. Embora haja verdade nesta sentença, não há como aceitá-la como axioma. Depois de 49 dias ininterruptos de chuva, é de se prever que o solo esteja tão saturado que não seja capaz de absorver sequer uma lágrima. Situação semelhante ocorreu no verão de 1981, quando o repórter Pio Lopes transmitiu daqui para o Jornal Nacional cenas da enchente no Cachoeirinha, exatamente no mesmo lugar em que hoje assistimos à cheia do Prosa. Não havia ali nenhuma obra, nenhum edifício, nenhum metro quadrado de asfalto. Naquela época, o mundo acabava na Rua Ceará, depois dela só capim e nem assim o solo da fazenda de Oswaldo Arantes absorveu as águas daquela torrente, que incomodava as vacas pastantes. Como prenúncio do fim do mundo, movimentam- se o ministério público, a imprensa e alguns apressados em busca de culpados e medidas do Poder Público. O problema é que a ciência passa longe das propostas: sem informações pluviométricas, teste de percolação ou sondagem do solo, houve até quem confundisse em entrevista metro linear com metro quadrado, enganando-se também sobre a aplicação da taxa de permeabilidade do solo. Essa taxa, que diz respeito à área do terreno que deve manter-se permeável, isto é, sem cobertura ou revestimento de piso, é calculada sobre a área do terreno. Segundo a entrevistada, a base do cálculo seria a área construída. Isto quer dizer que construções verticais ficarão devendo área ao Poder Público para cumprir a cota. É uma tarefa inglória legislar sem informação, e há de se convir que o Legislativo pode muito, mas jamais poderá legislar sobre as leis da gravidade, dos vasos comunicantes ou da capilaridade do solo... Cidades são obras humanas. Nelas historicamente o homem faz abrigo, celebração e convívio, transformando a natureza e reciclando aquilo que construiu por seguidas gerações e, em muitos casos, per saecula saeculorum. A gênese das grandes metrópoles modernas é a cidade nascida com a revolução industrial do fim do século XVIII na Inglaterra. É ali que se concentrou a população urbana de modo até então nunca visto, como uma colmeia fervilhante em meio à insalubridade, à marginalização e ao caos. A cidade paleotécnica era movida a carvão e ferro. A degradação do espaço urbano, dos rios e da qualidade do ar mostrou a necessidade da criação de leis e posturas de defesa do meio ambiente e dos direitos sociais. Há, entretanto, desde então, uma contínua desconfiança quanto à ação do homem sobre o meio ambiente, que se reflete em uma certa ideologia preservacionista que, ao mesmo tempo em que busca a proteção e a conservação do ambiente, é estagnadora não apenas do progresso, mas até das relações sociais mais comezinhas, atraindo a atenção de gente de todo tipo de intenção e interesse. A história da civilização é marcada pelo esforço humano em afastar-se de sua condição animal. É intrínseco a esse afastamento o domínio da natureza, de suas ameaças e recursos. A medida exata deste domínio, para que ele seja duradouro e fértil é o conhecimento e a aplicação das leis da própria natureza, isto é, do conhecimento científico. Se o futuro da humanidade já foi objeto da predição dos profetas e em dados momentos parece ser prognosticado por amadores, é desejável que a ciência seja enfim chamada ao palco das decisões sobre o homem, a cidade e o planeta. Estamos ainda muito distantes do fim do mundo. Entretanto, em alguns momentos, parecemos estar muito próximos do fim da picada.

Política

Justiça define lista tríplice para vaga de juiz titular do TRE

Lista foi enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e aguarda apreciação da Presidência da República

21/10/2024 12h30

Divulgação

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O Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) definiu, durante sessão realizada no dia 16 de outubro, os nomes que irão concorrer ao cargo de juiz-membro titular, na categoria jurista, do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS).

A lista foi publicada no Diário Oficial da última sexta-feira (18), com os nomes: José Maciel Souza Chaves, Márcio de Ávila Martins Filho e Silmara Amarilla.

José Maciel Souza Chaves é filho do desembargador aposentado Joenildo de Sousa Chaves.

Márcio de Ávila Martins Filho já é membro substituto do TRE-MS, na classe de advogado, para o biênio 2023/2025.

Silmara Amarilla, já disputou vaga no Tribunal Regional Federal.

Agora, a lista foi enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a submeterá à apreciação da Presidência da República, a quem cabe fazer a nomeação do juiz-eleitoral pelo período de dois anos.

A gestão do atual juiz, José Eduardo Cury, chega ao fim em dezembro.

Cury assumiu inicialmente como substituto, em outubro de 2019, para o biênio 2019/2020, na vaga deixada pelo advogado Juliano Tannus. Na gestão seguinte, foi nomeado juiz titular do TRE-MS.

O que faz um juiz eleitoral?

Segundo o Glossário Eleitoral Brasileiro, disponibilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as juízas e os juízes eleitorais são magistrados da Justiça Estadual designados pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para presidir as zonas eleitorais. 

Dentre as atribuições desses juízes, estão cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e dos TREs.

São titulares de zonas eleitorais e atuam como órgão singular em primeira instância, enquanto as juntas eleitorais – presididas por tais magistrados por ocasião das eleições – são os órgãos colegiados de primeira instância da Justiça Eleitoral.

Entre os órgãos da Justiça Eleitoral, a juíza ou o juiz eleitoral é o que se encontra mais perto de quem vota e de candidatas e candidatos locais. É a essa autoridade local que a pessoa deve se dirigir quando for se alistar, solicitar a segunda via ou a transferência do título, bem como resolver qualquer assunto relacionado à Justiça Eleitoral.

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ELEIÇÕES 2024

TRE-MS distribui 2,2 mil urnas para o 2º turno em Campo Grande

Capital tem 646.216 eleitores que votam em seis zonas eleitorais (8ª, 35ª, 36ª, 44ª, 53ª e 54ª) distribuídas em 235 locais de votação e 2.238 seções

21/10/2024 11h20

Urna eletrônica

Urna eletrônica GERSON OLIVEIRA

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A partir desta segunda-feira (21), 2.278 urnas eletrônicas começam a ser distribuídas nas zonas eleitorais que sediarão o segundo turno das eleições municipais, que acontece neste domingo (27), em Campo Grande.

A Capital tem 646.216 eleitores que votam em seis zonas eleitorais (8ª, 35ª, 36ª, 44ª, 53ª e 54ª) distribuídas em 235 locais de votação e 2.238 seções.

Configura o cronograma de entrega de urnas:

8ª Zona Eleitoral

Data da entrega: 21 e 22 de outubro
Local: Fórum Eleitoral de Campo Grande
Endereço: Rua Delegado José Alfredo Hardman, n° 180, Parque dos Poderes

35ª Zona Eleitoral
Data da entrega: 24 e 25 de outubro
Local: Auditório da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)
Endereço: Av. Dom Antônio Antônio Barbosa, n° 4155, Santo Amaro

36ª Zona Eleitoral
Data da entrega: 21 e 22 de outubro
Local: Fórum Eleitoral de Campo Grande
Endereço: Rua Delegado José Alfredo Hardman, n° 180, Parque dos Poderes

44ª Zona Eleitoral
Data da entrega: 22, 23 e 24 de outubro
Local: Escola do Sistema Único de Assistência Social – SUAS/MS Mariluce Bittar
Endereço: Rua André Pace, nº 630 – Bairro Guanandi

53ª Zona Eleitoral
Data da entrega: 22, 23 e 24 de outubro
Local: Centro Catequético da Paróquia São Judas Tadeu
Endereço: Rua México, nº 235, Jardim América

54ª Zona Eleitoral
Data da entrega: 24 e 25 de outubro
Local: Prédio do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul
Endereço: Rua Taquari, nº 831, Bairro Santo Antônio

Confira o mapa das zonas eleitorais de Campo Grande:

Urna eletrônica

2º TURNO

Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União) disputarão o segundo turno das eleições municipais em Campo Grande, no dia 27 de outubro.

A prefeita Adriane Lopes obteve 140.913 votos (31,67%) dos votos, enquanto Rose Modesto alcançou 131.525 votos (29,56%).

Beto Pereira atingiu 115.516 votos (25,96%), a petista Camila Jara fez 41.966 votos (9,43%), o representante do Novo, Beto Figueiró, somou 10.885 votos (2,45%), o candidato do PSOL, Luso Queiroz, chegou a 3.108 votos (0,7%) e o do DC, Ubirajara Martins, ficou com 1.067 votos (0,24%).

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