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Orcírio diz que PT está "muito magoado" com Delcídio

Orcírio diz que PT está "muito magoado" com Delcídio

Carlos Henrique Braga

31/10/2010 - 12h02
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José Orcírio Miranda dos Santos, derrotado na disputa ao Governo do Estado, disse que o partido está "muito magoado" com o senador Delcídio do Amaral por ter apoiado abertamente o governador André Puccinelli (PMDB), reeleito. Após o resultado do segundo turno, o PT vai definir o destino do senador e de prefeitos que também posicionaram-se a favor de concorrentes.

"Delcídio foi injusto e hipócrita por fazer campanha e conspirar contra o Dagoberto (Nogueira, candidato ao senado pelo PDT)", disse o ex-governador antes de votar, no Colégio Osvaldo Cruz, em Campo Grande.

Chefes de órgãos federais no Estado também serão avaliados. "Já falei com Dilma (Rousseff) e com (Antônio) Palocci, e vamos trabalhar para que os cargos federais fiquem nas mãos do nosso partido e de aliados", declarou.

Orcírio disse que não vai aceitar cargos federais, e que sua carreira política "está meio que esgotada".

Nova ordem

Além da avaliação interna, o PT vai fazer pressão por mudanças na Assembleia Legislativa. O partido quer estabelecer uma "nova ordem", com mais transparência em relação ao dinheiro público, independência do poder executivo e democratização do poder.

CONTROLE

STF põe no radar emenda interestadual e 4 parlamentares de MS fizeram o repasse

De 2023 a 2024, foram destinados ao estado de São Paulo mais de R$ 11,8 milhões por 2 deputados federais e 2 senadoras

15/04/2025 08h00

Sessão deliberativa do Congresso; parlamentares enviaram R$ 550 milhões para outros estados

Sessão deliberativa do Congresso; parlamentares enviaram R$ 550 milhões para outros estados Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

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Para conter distorções no uso de emendas parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou no radar as chamadas emendas interestaduais, ou seja, aquelas destinadas por deputados federais e senadores da República para estados diferentes daqueles pelos quais foram eleitos em 2022.

Embora não seja ilegal, em agosto do ano passado, o ministro Flávio Dino, do STF, chegou a determinar que os parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado só podiam destinar emendas na modalidade transferências especiais, as “emendas Pix”, aos estados pelos quais foram eleitos, proibindo, portanto, os repasses para outras unidades da Federação.

Na ocasião, o ministro justificou que o veto foi porque a prática compromete a transparência e a rastreabilidade na execução das emendas parlamentares e, por isso, restringiu a manobra a projetos de âmbito nacional, cuja execução ultrapasse os limites territoriais do estado do parlamentar. 

Em todo o Brasil, deputados federais e senadores destinaram mais de R$ 550 milhões em emendas parlamentares nos últimos dois anos para estados diferentes daqueles pelos quais foram eleitos. Somente em 2024, os repasses interestaduais somaram cerca de R$ 252 milhões.

No caso de Mato Grosso do Sul, no mesmo período, quatro parlamentares – os deputados federais Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL) e as senadoras Soraya Thronicke (Podemos) e Tereza Cristina (PP) – enviaram um total de R$ 11.871.781,00.

O deputado federal Marcos Pollon destinou, em agosto do ano passado, R$ 1 milhão em emenda para ser usado pela empresa Academia Nacional de Cultura (ANC) para a produção de uma série documental chamada “Heróis Nacionais”, que contará histórias de personagens importantes para a formação do Brasil, conforme avaliação do parlamentar.

A reportagem apurou no site da ANC que a empresa foi criada para preparar artistas e produtores para “um mundo em constante disrupção”. 

“Construímos uma estrutura de impacto, unindo o conhecimento acadêmico de estudiosos pesquisadores do saber com os conceitos e práticas de mercado, através da atuação dos experts que estão nas fronteiras da inovação global nos setores da indústria cultural”, traz texto no site.

SAÚDE

O colega de partido dele, deputado federal Rodolfo Nogueira, também enviou, em abril do ano passado, mais R$ 1 milhão para o Fundo Estadual de Saúde (Fundes) da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, enquanto a senadora Tereza Cristina destinou um total de R$ 1.371.781,00 em três emendas, sendo uma em 2023 e duas em 2024, todas para o estado de São Paulo.

A primeira emenda, no valor de 244.381,00, foi para o Fundo Municipal de Saúde do município de Barretos (SP), em maio de 2023, enquanto outra foi no valor de R$ 200.000,00 para o Fundes, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, em abril do ano passado, e a terceira, no valor de R$ 927.400,00, para a Fundação Faculdade de Medicina de São Paulo (FFM), em dezembro do ano passado.

Criada em 1986, a FFM é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que promove o ensino, a pesquisa e a assistência em saúde por meio do apoio às atividades da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Hospital das Clínicas.

Já a senadora Soraya Thronicke foi a parlamentar sul-mato-grossense campeã de envio de emendas para estados diferentes do qual ela foi eleita, totalizando R$ 8.500.000,00, sendo uma de R$ 8 milhões, em março do ano passado, Soraya enviou R$ 8 milhões para o Instituto de Desenvolvimento Socioambiental (IDS) do Rio de Janeiro.

A entidade trabalha com iniciativas de agricultura familiar e, desde 2021, já captou R$ 27 milhões com o governo federal, sendo parte por meio de emendas parlamentares. 

Além disso, em abril do ano passado, a senadora sul-mato-grossense mandou R$ 500 mil para o Fundes, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.

SAIBA

A prática contraria o argumento frequentemente usado pelos parlamentares de que o crescimento dessas verbas se justificaria pelo vínculo com suas bases eleitorais e pelo conhecimento das demandas locais, além de levantar dúvidas sobre a transparência dos recursos, o controle dos repasses e a efetividade do uso do dinheiro público utilizado.

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Política

Reajuste torna salário de Adriane o 6º maior nas capitais do país; veja

Salto em remuneração torna prefeita a mais bem paga entre as principais prefeituras do Centro-Oeste

14/04/2025 17h15

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Um acordo judicial entre a Câmara de Vereadores e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), tornará a líder do executivo municipal a 6ª mais bem paga entre as prefeituras das capitais de todo o Brasil. Previsto para a sessão desta terça-feira (15), o projeto se desenrolou por meio de um imbróglio que prevê o acréscimo de 67% sobre o salário de Adriane, atualmente em R$ 21,2 mil.

Conforme apurado pela reportagem, com o reajuste, os vencimentos da prefeita da capital serão superiores aos de outras 20 prefeituras, e inferiores apenas aos ganhos nas prefeituras das capitais em: São Paulo (SP); Palmas (TO); Porto Velho (RO); Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro. A medida produzirá efeito cascata para todo o primeiro escalão da prefeitura e para cerca de 500 auditores-fiscais, médicos, educadores, procuradores e dentistas ativos e aposentados.

Lista 

  • São Paulo (SP): R$ 38.039,38
  • Palmas (TO): R$ 37.627,28
  • Porto Velho (RO): R$ R$ 37.366,93
  • Florianópolis (SC): R$ 35.823,60
  • Rio de Janeiro (RJ): R$ 35.608,27
  • Campo Grande (MS): R$ 35.462,27
  • Manaus (AM): R$ 35.000
  • Rio Branco (AC): R$ 35.000
  • Porto Alegre (RS): R$ 34,9 mil
  • Belo Horizonte (MG): R$ 34.604,00
  • Goiânia (GO): R$ 34.556,93
  • Curitiba (PR): R$ R$ 33.507,00
  • Cuiabá (MT): R$  33.157,53 
  • Salvador (BA): R$ 32.000
  • Macapá (AP): R$ 31,9 mil
  • João Pessoa (PB): R$ 28.051,52
  • Aracaju (SE): R$ 29.120
  • Fortaleza (CE): R$ 27.391,06
  • Maceió (AL): R$ 26.666,66
  • Natal (RN): R$ 26.000,00
  • Belém (PA): R$ 25.332,25
  • Recife (PE): R$ 25.000,00 
  • São Luís (MA): R$ 25.000,00 
  • Boa Vista (RR): R$ R$ 23.364,00
  • Vitória (ES): R$ 19.217,12 
  • Teresina (PI): R$ R$ 17.690,57

Imbróglio

O reajuste tem como determinante as diversas negativas sobre o aumento salarial de Adriane, e será concedido após muita polêmica, visto que inicialmente, o acréscimo possível seria de até R$ 41,8 mil, cifras que à época, foram contestadas pela própria prefeita, que alegou inconstitucionalidade e pediu para que o  Tribunal de Justiça suspendesse o aumento, que entraria em vigor no dia 1º de fevereiro deste ano. 

Entenda

A 1ª tentativa de subir o salário de Adriane foi enterrada no dia 10 de fevereiro, onde, na ocasião, o órgão especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul suspendeu o aumento salarial da prefeita e de outros servidores do funcionalismo público.

A decisão correspondia a lei 7.005/2023, assinada em fevereiro de 2023 pelo então presidente da Câmara Municipal Carlão Borges (PSB), que elevava não somente o salário de Adriane Lopes, mas também o de vice-prefeito para R$ 37.658,61, bem como o salário dos dirigentes de autarquias para R$ 35.567,50.

Como o comando da Câmara já temia esta possibilidade naquela ocasião, colocou em votação dois aumentos, mas em projetos separados. Com o primeiro derrubado, restou a Lei 7006/2023, que previa aumento para R$ 41,8 mil, que também foi derrubada no dia 28 do mesmo mês. Diante das negativas sequenciais, as partes chegaram a um acordo para que o aumento do funcionalismo público fosse firmado.

No período, a lei foi considerada inconstitucional porque, segundo argumentação da chefe do Executivo, não trazia o impacto financeiro do reajuste de gastos, já que provocava efeito cascata ao elevar o teto remuneratório do funcionalismo municipal. 

Um estudo anexado ao processo posteriormente por sindicatos previa aumento mensal da ordem de R$ 8 milhões caso o valor fosse para R$ 41,8 mil. 

Ao falar com  Correio do Estado no último sábado, o presidente da Câmara dos vereadores Epaminondas Neto, o Papy, não soube precisar o impacto financeiro do reajuste, mas afirmou que "a própria prefeitura anexou esses estudos à ação judicial e está tudo dentro da capacidade financeira da administração municipal".

Tanto o Executivo quanto o Judiciário já assinaram a mudança e, segundo o líder do legislativo municipal, os detalhes seriam ajustados nesta segunda (14).  "Foram semanas de articulação madura e esta foi a saída que encontramos para atender tanto aos servidores, que estão há mais de uma década sem reajuste, quanto à prefeita", afirmou Papy. 

Diante disso, a previsão é de que a Câmara vote nesta terça-feira (15), a alteração na lei 7.006, dando a palavra final para o acordo, que tem a anuência do Ministério Público e do Tribunal de Justiça.

Teto

Atualmente, nenhum servidor pode receber salário superior a R$ 21,2 mil. Com isso, até a remuneração dos vereadores acabou sendo afetada, já que desde o começo do ano o salário dos parlamentares passou de R$ 18,9 mil para R$ 26,08 mil. 

Sendo assim, cerca de R$ 4,8 mil são glosados todos os meses da remuneração dos vereadores. Após  a aprovação do acordo, o limite acaba. 

*Saiba

Brasília não consta na lista porque funciona como uma unidade federativa autônoma, gerida pelo governador. 

*Colaborou Neri Kaspary

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