A invasão aos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, em Brasília (DF), por bolsonaristas não foi considerada um ato de vandalismo pelo deputado estadual João Henrique Catan (PL).
“Não existe ato de vandalismo maior do que rasgar a constituição, roubar às eleições e colocar um bandido para presidir a nossa nação. Há muito tempo os poderes vêm extrapolando suas competências, especialmente o STF, agora está sendo a vez do povo extrapolar um pouco também”, disse o parlamentar à reportagem do Correio do Estado.
Ele acrescentou que “uma manifestação popular está demonstrando a necessidade dos freios e contrapesos funcionarem para devolverem nossas liberdades e garantias constitucionais de cidadãos que foram infelizmente relativizadas”.
“No dia 1º de fevereiro vai tomar posse no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas a maior base parlamentar de direita da história do Brasil. Farei o meu trabalho, estando do lado do povo”, afirmou.
Manifestação
Manifestantes golpistas entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo e invadiram áreas do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF.
A ação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ocorre uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antecedida por atos antidemocráticos insuflados pela retórica golpista do ex-presidente no período eleitoral.
Neste domingo, a Polícia Militar lançou bombas de efeito moral contra um grupo de centenas de manifestantes.
Eles saíram do acampamento diante do Quartel-General do Exército, chegaram à Esplanada e se concentraram inicialmente em frente ao Ministério da Justiça.
Depois, uma parte invadiu a parte superior e a área interna do Congresso e, em seguida, os manifestantes avançaram para a Praça dos Três Poderes, onde houve confronto, e se dirigiram ao Palácio do Planalto, onde entraram em uma parte do complexo e penduraram bandeira do Brasil em uma janela.
Depois, eles se dirigiram ao STF, onde alcançaram uma área restrita de segurança.
O presidente Lula não está em Brasília neste fim de semana, pois viajou para São Paulo e visitar Araraquara, no interior paulista, para acompanhar as vítimas das chuvas.
Em Brasília, em reação às bombas, manifestantes soltaram fogos de artifício.
No confronto, atiraram grades de ferro e outros objetos contra os policiais, que tiveram carros quebrados.
O governo Lula prometia desmobilizar os acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
Na última quarta-feira (4), o ministro da Justiça, Flávio Dino, havia afirmado que “até sexta-feira”, 6 de janeiro, as mobilizações antidemocráticas seriam resolvidas.
“A condução que eu tenho com o [José] Múcio [ministro da Defesa] é de que estará resolvido até sexta”, disse.
No entanto, o que se viu foi o oposto. Além de não ter conseguido expulsar os manifestantes, o governo teve que acionar a Força Nacional para reforçar a segurança da Esplanada dos Ministérios.
A escalada da violência nos atos antidemocráticos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público de Bolsonaro e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.
Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico.
Os responsáveis poderão ser punidos na Justiça com base na Lei Antiterrorismo, legislação que os próprios bolsonaristas tentaram endurecer visando punir manifestantes de esquerda.




