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Pesquisa revela que 20,65% da população de MS brigou com amigos ou familiares nas eleições

Levantamento IPR/Correio do Estado também mostrou que desavenças na campanha eleitoral foram maiores em Campo Grande

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Um velho ditado popular aconselha que sobre política, futebol e religião não se discute, porém, nos últimos anos, principalmente no primeiro item, esse conselho foi deixado de lado. Se há algum tempo muita gente não conseguia falar sobre futebol ou religião sem discutir, xingar ou brigar, hoje, a política, devido a polarização entre “esquerda” e “direita”, ganhou a preferência do povo brasileiro.

 

Nas mídias sociais, principalmente no WhatsApp, nos últimos anos, foi comum encontrar uma enxurrada de conteúdo político, com memes, piadas, zueiras, críticas e muito conteúdo depreciativo. Em razão disso, o Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), por solicitação do Correio do Estado, realizou, no período de 19 a 21 de dezembro deste ano, nos 15 maiores municípios de Mato Grosso do Sul, uma pesquisa para saber se as pessoas brigaram com amigos e familiares por divergência política durante a campanha eleitoral deste ano.

 

O resultado foi que 20,65% dos entrevistados disseram que brigaram com amigos e parentes por política durante a campanha eleitoral deste ano, enquanto 79,35% falaram que não. No caso de Campo Grande, o percentual foi um pouco maior, com 24,88% responderam que brigaram, enquanto nas cidades de Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã, Corumbá, Naviraí, Aquidauana, Nova Andradina, Sidrolândia, Paranaíba, Maracaju, Coxim, Amambai, Rio Brilhante e São Gabriel do Oeste 16,42% disseram que tiveram atritos com amigos e familiares na campanha eleitoral.

 

Já no caso das pessoas que não tiveram qualquer tipo de desavença com amigos ou parentes na campanha eleitoral, nas 14 cidades do interior 83,58% responderam sim, enquanto na Capital o percentual ficou em 75,12%. A pesquisa IPR/Correio do Estado ainda questionou aos entrevistados que responderam sim para a pergunta se tinham brigado com amigos e familiares durante a campanha eleitoral deste ano se eles já tinham feito as pazes.

 

A maioria, ou seja, 77,11% dos entrevistados, disse que fez as pazes, enquanto 22,89% falaram que ainda estão brigados com amigos e parentes por causa de política. Em Campo Grande, 76% informaram que já fizeram as pazes, enquanto nas 14 cidades do interior pesquisadas o percentual foi de 78,79%. Já no caso dos que não fizeram as pazes, na Capital o percentual chegou a 24% e nas cidades do interior ficou em 21,21%.

 

O método utilizado na pesquisa é a amostragem por conglomerados e a margem de erro considerada é de 4,9 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%, sendo que para tanto foram entrevistadas 402 pessoas.

 

Percentual preocupante

 

Para o diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, o percentual apresentado pela pesquisa é preocupante. “Ao analisar a pesquisa, que apontou que mais de 20% da população brigou com amigos ou familiares, 1/3 ainda não fez as pazes, ou seja, um comportamento social atípico. Imagina se cada eleição tivesse esses percentuais?”, questionou.

 

Ele acrescentou que, desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o Brasil começou essa polarização de direita e esquerda, antes, não tinha isso. “Na minha opinião, é um percentual alto e relacionado a uma campanha só, imagina se nas eleições municipais de 2024 mais 20% da população brigar e, assim, sucessivamente. Temos de rever esses conceitos para amenizar esses conflitos”, aconselhou.

 

Aruaque Barbosa recordou que a velocidade de informação para a população, tanto em nível nacional, quanto estadual acabou provocando esses conflitos. “Se pararmos para lembrar, por exemplo, no primeiro turno, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu voto no candidato Capitão Contar (PRTB), em uma quinta-feira à noite, na sexta-feira e no sábado, os números das pesquisas já tinham mudado”, ressaltou.

 

O diretor do IPR completou que, no segundo turno, quando o então candidato a governador Eduardo Riedel (PSDB) foi melhor no debate, também houve uma disparada no crescimento dele em relação ao adversário. “Isso mostrou que a população está mais atenta com relação aos candidatos e as redes sociais deram esse espaço para que as pessoas opinassem a respeito desses assuntos”, pontuou.

 

Com isso, conforme ele, teve as divergências familiares e entre amigos, gerando conflitos, inflamados com a polarização entre os então candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). “Em Mato Grosso do Sul, tivemos passeatas, protestos nas frentes dos quartéis do Exército e até brigas. Algo realmente muito preocupante e que precisa ser avaliado”, finalizou.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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