O vereador ponta-poranense, Raphael Modesto Carvalho Rojas (PSDB) é o principal alvo da Operação Bárbaros deflagrada pela Polícia Federal (PF), que tem por objetivo atuar na repressão contra crimes de invasão de terras da União, corrupção, advocacia administrativa, tráfico de influência, falsidade documental e estelionato.
Na investigação, foram constatadas ocupações irregulares em imóveis de propriedade da União, todos em Ponta Porã. No município, os lotes do Assentamento Itamarati, criado há pouco mais de 20 anos, pertencem legalmente à União, entretanto, a PF não informou se a operação de hoje se refere aos lotes do espaço, distante cerca de 50 km do município.
A informação confirmada pelo Correio do Estado constata que a operação mirou, além de Rojas,ex-vereadores e assessores parlamentares da Câmara de Ponta Porã. O parlamentar foi afastado por 180 dias do cargo.
Em nota, a Câmara Municipal de Ponta Porã afirmou que a Justiça Federal, promoveu busca e apreensão de documentos no gabinete de um vereador, entretanto sem citar nomes.
Do mesmo modo, segundo a Câmara do município na fronteira com o Paraguai, Candinho Gabínio, presidente do legislativo local, determinou à Procuradoria Jurídica que acompanhasse os trabalhos, prestando o suporte necessário aos agentes federais.
O legislativo local destacou que os demais vereadores e vereadoras de Ponta Porã mantiveram a sessão ordinária desta terças-feira, mesmo em meio às buscas federais.
Além da ação contra o vereador, a PF cumpriu seis mandados de busca e apreensão na Câmara, bem como nas residências dos alvos da Operação.
Conforme a Polícia, além dos mandados, foram cumpridos medidas cautelares de suspensão do exercício da função parlamentar por 180 dias, proibição de contato e aproximação de um dos investigados com os servidores da Superintendência do Patrimônio da União.
Ainda segundo a PF, as investigações foram iniciadas após as fiscalizações promovidas pela Superintendência do Patrimônio da União de Mato Grosso do Sul, vinculada ao Ministério da Economia.
A Polícia Federal alocou 40 agentes oriundos das delegacias de Ponta Porã, Dourados e Campo Grande. Além disso, a PF contou com o apoio participativo de integrantes do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da Polícia Federal, em Mato Grosso do Sul.
De acordo com o balanço da operação, um dos envolvidos foi preso em flagrante pelos crimes de fraude processual, desobediência e comunicação falsa de crime. Ao todo foram e cerca de 9kg de materiais apreendidos, entre aparelhos celulares, contratos imobiliários, contratos de compra e venda, procurações e
aproximadamente R$ 10 mil em espécie.
Além disso foram apreendidos mapas com localização de lotes, mídias, orçamentos de materiais de construção e carnês de pagamento.
Em nota, a Câmara Municipal de Ponta Porã informou que a Procuradoria Jurídica da Casa acompanhou e prestou suporte aos policiais.
"Importante ressaltar sobre a operação policial, que a Câmara Municipal de Ponta Porã, não tem qualquer envolvimento com os atos ora investigados", diz a nota.
Operação
O nome da Operação refere-se à época do Império Romano, onde os povos denominados de “bárbaros” não falavam o idioma grego e compartilhavam da mesma cultura e modo de organização da sociedade grega.
*atualizado


Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE


