Política

MEDIDAS DO STF

Políticos de MS defendem limitação da atuação do Ministério Público

Integrantes do MP são acusados de abuso de autoridade nos processos investigatórios

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A movimentação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para impor limites à atuação dos procuradores da República, procuradores de Justiça e promotores de Justiça conta com apoio político de Mato Grosso do Sul e restrições do chefe do Ministério Público Estadual, procurador-geral Paulo Passos. A decisão de ministros da Suprema Corte é negar pedidos considerados “abusivos” ou desnecessários.

O senador Nelsinho Trad (PSD) defende a aprovação do projeto de abuso de autoridades para conter a sanha dos investigadores e atacar a violação dos direitos dos cidadãos. Os ministros do Supremo, destacando-se Gilmar Mendes, defendem a aprovação da matéria para atacar os abusos, sobretudo, dos integrantes do Ministério Público.

Por essa razão, Nelsinho apoia as medidas do STF para limitar a atuação do Ministério Público. Ele, no entanto, acredita que “o abuso de autoridade ocorre de alguma forma em todas as esferas, inclusive nas investigações e, se comprovadas, merecem punição (dos agentes), pois entendo que ninguém deve estar acima da lei”.

Para Nelsinho, se trata de questão que precisa ser apreciada minuciosamente para evitar injustiça. “A população espera o bom combate à corrupção e o Ministério Público tem tido, na grande maioria das vezes, um papel fundamental”, reconheceu. 

O deputado estadual Herculano Borges (SD) vê abuso na atuação dos promotores de Justiça no processo de investigações. “O Ministério Público tem abusado em algumas situações sim, mas não é via de regra”, afirmou. O parlamentar concorda com medidas para limitar atuação dos integrantes do Ministério Público Estadual e Federal para preservar a sociedade dos eventuais abusos.

Muitos políticos de Mato Grosso do Sul são alvos dos promotores de Justiça. O caso mais emblemático é a Operação Coffee Break. Por unanimidade, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça não aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual contra o então deputado estadual Paulo Siufi (MDB), acusado de vender voto para derrubar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). 

As investigações da Coffee Break foram conduzidas pelo promotor de Justiça, Marcos Alex Vera, como coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Desembargadores atacaram a denúncia por ser inconsistente e por criminalizar a política.

Diante da repercussão das investigações sem consistência, os ministros do STF pretendem aumentar as exigências para autorizar buscas ou decretar prisões. Dois magistrados do Supremo confirmaram que os procuradores vão ter de apresentar mais elementos para obter aval aos seus pedidos. 

O vazamento sobre investigações internas da Receita Federal envolvendo o ministro do STF, Gilmar Mendes, e outras autoridades foi estopim para limitar a atuação dos integrantes do Ministério Público. Eles observam nesse vazamento “dedo” do Ministério Público Federal para intimidar os ministros.

Além disso, a ideia é acabar com o setor do Fisco encarregado de apurar as pessoas politicamente expostas suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção sem o controle judicial.

Ministros identificaram “tentativas de intimidação” contra o STF. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski já não escondem mais essa convicção. A notícia foi publicada inicialmente na Coluna Cláudio Humberto, na página 4 do Correio do Estado. Gilmar denunciou a pressão sobre presos para, em depoimentos, “delatarem” seu envolvimento com atos ilícitos.

O deputado estadual José Carlos Barbosa (DEM), o Barbosinha, não esconde a sua preocupação com os abusos apresentados nas investigações. Por isso, é outro a defender equilíbrio para preservar o direito do cidadão. “Função dos Poderes é dar equilibrio às relações e se um desses Poderes sobrepor, provoca o desequilíbrio na sociedade”, advertiu Barbosinha.

O deputado estadual, Márcio Fernandes (MDB), também não vê outro caminho senão o Ministério Público seguir a orientação da mais alta Corte do País. “Se o STF concorda (em limitar atuação dos integrantes do MPE e MPF), quem sou eu pra discordar do STF”, argumentou.

 

HORÁRIO ELEITORAL

Tucano, prefeito de Corumbá sofre ataques do próprio partido

Marcelo Iunes está licenciado do partido e na atual disputa está apoiando um candidato do PP. O PSDB, por sua vez, está ao lado do Dr. Gabriel

27/09/2024 13h07

Marcelo Yunes, atual prefeito, e o candidato apoiado por ele, Luiz Antônio Pardal (PP)

Marcelo Yunes, atual prefeito, e o candidato apoiado por ele, Luiz Antônio Pardal (PP)

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Decidido a permanecer no PSDB, do qual se licenciou para tentar eleger seu sucessor, o ex-secretário de Governo Luiz Antônio Pardal (PP), o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, está sendo o principal alvo de seu próprio partido no horário eleitoral de rádio e TV. 

A coligação União por Corumbá (PSB, Federação PSDB/Cidadania, Federação Psol/Rede, Solidariedade, PSD, Republicanos, MDB, Federação PT/PV e PcdoB) tem usado seus 4m36s de propaganda diária para criticar a gestão de Iunes e o abandono da cidade.

“Falta a presença do poder público, falta planejamento, gestão financeira, falta tudo”, aponta o candidato a prefeito da coligação de oposição, o médico Gabriel Alves de Oliveira (PSB), ex-vereador, com chances de ser eleito. 

Seu discurso lembra os posicionamentos do ex-prefeito Ruiter Cunha (falecido) em sua primeira eleição (2004), quando Corumbá estava estagnada e ele proclamou a reconstrução da cidade e a recuperação da autoestima dos corumbaenses, em baixa como agora. 

Conta não fecha

Com imagens mostrando esgoto a céu aberto, lixo nas ruas, mendicância, prédios públicos abandonados, obras inacabadas, bairros às escuras e a população reclamando da precária assistência médica e falta de medicamentos, o programa eleitoral faz uma crítica direta e explícita ao prefeito tucano, que ainda não reagiu publicamente.

A oposição ao prefeito questiona, por exemplo, o que ele fez em sete anos (assumiu em novembro de 2017 com a morte do então prefeito Ruiter Cunha) com um orçamento atual de R$ 949 milhões - o terceiro maior entre os 79 municípios do Estado -, enquanto a cidade carece de investimentos em todas as áreas.

“Recursos tem, falta competência, respeito e transparência ao dinheiro público. É uma conta que não fecha”, cobra Gabriel Oliveira, cujo partido é presidido pelo corumbaense e deputado estadual Paulo Duarte, ex-prefeito. 

Nova Corumbá

Os programas da coligação mostram obras paralisadas, nenhum investimento do prefeito em habitação, suspensão de programas sociais e postos de saúde fechados. “O resultado da má gestão está em todo lugar”, alfineta o médico, que tem como vice a tucana Bia Cavassa, ex-deputada federal e viúva de Ruiter Cunha.

Agora, na reta final, o PSB e o PSDB estão focando o programa de governo do candidato a prefeito, que promete transformar Corumbá em uma cidade próspera, com empregos para impedir a migração dos jovens para outras cidades, como Campo Grande, com depoimentos de Riedel e Azambuja.

Voa, tucano

O programa do candidato do prefeito Marcelo Iunes, que mostrava a origem humilde de Pardal, também corumbaense, e da sua contribuição à administração municipal como secretário e braço direito do tucano licenciado, mudou o tom nos últimos dias.

A estratégia da campanha é de contra-ataque, na tentativa de “desmascarar” a aliança do doutor Gabriel com Paulo Duarte e Bia, os quais foram adversários em eleições passadas. O deputado aparece em vídeo cobrando de Gabriel, então vereador, quais projetos apresentou durante seu mandato.  

Preterido pelo partido e na disputa acirrada pela prefeitura, o ex-tucano Pardal também explora as imagens em que aparece ao lado do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja, prometendo uma “Corumbá voando mais alto”.

Campo Grande

Candidato a prefeito guarda em casa R$ 900 mil em dinheiro vivo

Além de Beto Figueiró, outras duas candidatas declararam ter, no início da campanha, dinheiro em espécie guardado

27/09/2024 12h30

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa Reprodução

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Enquanto alguns candidatos optam por manter o dinheiro em fundos de investimento, aplicações e na conta bancária, outros preferem manter pequenas fortunas em espécie.

O portal de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que três dos sete candidatos à Prefeitura de Campo Grande declararam possuir dinheiro vivo "guardado".

Chama a atenção a declaração de bens de Beto Figueiró, do Partido Novo, que aponta para R$ 900 mil em dinheiro em espécie na posse do candidato.

Ao todo, Figueiró declarou mais de R$ 1,7 milhão em bens, sendo R$ 781 mil referentes a 71% das quotas da empresa H.A Empreendimentos Imobiliarios Ltda; R$ 47,5 mil referentes a participação de 95% na empresa Abussafi Figueiró Advogados e Associados SS; e o restante em dinheiro vivo.

Imagem ilustrativaFonte: Divulga Cand

Camila Jara (PT) e Rose Modesto (União) também declararam dinheiro em espécie.

A candidata petista declarou R$ 260,2 mil em bens, sendo R$ 60 mil em dinheiro vivo. O restante do valor está distribuído da seguinte forma: R$ 28.140,74 em um consórcio em que não foi contemplada; R$ 10.362,07 de saldo em previdência privada; R$1.336,41 de saldo em conta corrente; R$ 392,51 de saldo em conta de capital; e R$ 160 mil referente ao veículo Jeep Compass Limited 2022/2023.

Já Rose Modesto, do União Brasil, declarou R$ 1,1 milhão em bens, sendo R$ 50 mil em dinheiro em espécie. Além do dinheiro vivo, os bens estão distribuídos em: R$ 700 mil de um apartamento; R$ 133,9 mil em uma Toyota Hilux SW4; R$ 95 mil de participação com 50% das cotas do capital social da empresa RCO Comércio e Serviços; R$ 200 mil de crédito decorrente de empréstimo; e R$ 546,94 de saldo em conta corrente. 

Como consultar bens declarados pelos candidatos?

A declaração de bens é obrigatória a todos os candidatos à eleição, e fica disponível para a consulta dos eleitores através do portal de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

  • Para checar quanto o candidato de seu interesse declarou, basta:
  • Acessar https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/home;
  • Na página inicial, em "Consultas por Regiões Brasileiras", selecionar "Centro-oeste";
  • Clicar em "Mato Grosso do Sul" e depois em "candidaturas";
  • Escolher município e cargo que deseja acessar;
  • Selecionar "confirmar";
  • Agora, basta encontrar seu candidato na lista.

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