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Pollon articula "rebelião" dentro do PL

Grupo defende ataque a ministro Alexandre de Moraes e instalação de CPMI para investigar "omissões" de Lula no dia 8 de janeiro

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O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) lidera um grupo, formado por pelo menos 50 parlamentares do partido mais radicais de direita, que deseja derrubar do comando da bancada o deputado federal Altineu Cortes (PL-RJ), que é do chamado “PL raiz” e já inaugurou um diálogo com o governo Lula.

Segundo fontes do Correio do Estado, o parlamentar sul-mato-grossense tem comandado reuniões periódicas em uma casa em Brasília (DF), e todos os encontros são registrados em ata e as discussões entre um encontro e outra ocorrem em um grupo de WhatsApp do qual o resto da bancada do PL não participa.

Além de deliberar sobre os assuntos da semana, o grupo discute sempre como formar maioria na bancada e destituir a atual liderança na Câmara dos Deputados.

Outra informação obtida pela reportagem é que o grupo rebelde tem intensificado as reuniões para viabilizar a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar supostas “ações e omissões” do governo Lula (PT) quanto aos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro deste ano na capital federal, proposta pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE).

Os parlamentares da ala mais radical do PL querem viabilizar a libertação das pessoas que foram presas durante os atos.

Outra bandeira do grupo é que o PL indique o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) para a Comissão de Defesa, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) para a Comissão de Meio Ambiente, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) para a de Fiscalização e Controle e, ainda, nomear Carlos Jordy (PL-RJ) como líder da oposição na Câmara.

Na semana passada, esse mesmo grupo tentou pressionar o atual líder do PL na Casa de Leis, Altineu Cortes, para atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que tinha acabado de decretar a prisão de Daniel Silveira.

Para a ala de Altineu, que se coloca como de “oposição responsável” a Lula, o objetivo dos rebeldes é provocar no PL o mesmo racha ocorrido no primeiro ano de mandato de Bolsonaro entre o então presidente e o PSL, que o abrigou na eleição de 2018.

Na ocasião, o próprio presidente da República provocou uma cisão entre seus deputados e a direção do PSL, em uma tentativa de assumir o comando.

A briga também começou com disputas por posições na Câmara, com os bolsonaristas tentando destituir os escolhidos pelo então presidente do partido, Luciano Bivar, para colocar seus aliados como líderes de bancada e em comissões.

No fim de 2019, Bolsonaro acabou deixando o PSL para formar o Aliança pelo Brasil, prometendo levar 26 deputados com ele. Mas a iniciativa não deu certo, e Bolsonaro se filiou ao PL em 2021, levando seu grupo.

As mais recentes movimentações do grupo têm provocado discussões pesadas nos bastidores, com rebeldes e moderados pressionando Valdemar Costa Neto a decidir a favor de um lado ou de outro. Mas Valdemar, que tem defendido Bolsonaro publicamente, não pretende se posicionar, pelo menos por enquanto.

Ele ainda acredita que é possível produzir um acordo entre os dois extremos e, para isso, marcou para a próxima semana uma reunião da bancada em Brasília.

Segundo seus aliados, ele vai usar o método Costa Neto de resolução de conflitos: “Ele vai jogar todo mundo em uma sala, deixar o pessoal falar e, depois, decidir o que quiser”.

Procurado pelo Correio do Estado, Marcos Pollon negou que haja um racha e garantiu que todos estão fechados com Altineu Cortes.

“O nosso grupo é destinado única e exclusivamente ao aprimoramento da oposição. Ou seja, nós fazemos as reuniões para estudar regimentos, estruturar a atuação conjunta, entre outras pautas de interesse do partido”, garantiu.

CPMI

O pedido de CPMI cita documento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do dia 6 de janeiro, que alerta para o risco de “ações violentas contra os prédios da Esplanada dos Ministérios”, em Brasília. O relatório teria sido enviado a 48 órgãos do governo federal. 

Segundo o deputado bolsonarista Carlos Jordy, 61 parlamentares já aderiram na Câmara. Eles contam com um time de congressistas para recolher as assinaturas dos colegas. Há também a justificativa de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou sigilo sobre as imagens gravadas no Palácio do Planalto durante o ato golpista. 

A medida, segundo os congressistas, atrapalha a “transparência” das investigações. O governo federal não é alvo de investigações na Polícia Federal, no Ministério Público Federal (MPF) e no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão dos atos do dia 8 de janeiro.

As apurações abrangem os executores, financiadores e idealizadores do ato golpista que vandalizou as sedes dos Três Poderes. 

Ainda que o governo, como instituição, não seja alvo das averiguações, indivíduos que estão ou estiveram alocados na gestão Lula podem ser investigados.

É o caso, por exemplo, do ex-comandante do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) coronel Paulo Fernandes da Hora, filmado tentando impedir a prisão de golpistas no dia 8 de janeiro.

Dez dias depois do ato bolsonarista, Lula disse que não apoia a ideia de o Senado de criar uma comissão parlamentar para apurar as responsabilidades pelos atos golpistas em Brasília. 

Saiba: O que é preciso para criar uma CPMI? É necessário o apoio de pelo 2/3 dos membros de cada Casa do Congresso – 27 senadores e 171 deputados federais. A comissão seria formada por 11 integrantes do Senado e 11 da Câmara, com o mesmo número de suplentes, e teria 90 dias para investigar possíveis crimes. 

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Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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