Política

UNIÃO PROGRESSISTA

PP e União Brasil validam federação nos próximos dias e Tereza liderará em MS

A nova federação terá candidato único para disputar prefeituras em Mato Grosso do Sul nas eleições municipais de 2024

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Nos próximos dias, PP e União Brasil vão comunicar oficialmente a formação de uma federação entre ambos, a qual deverá se chamar União Progressista. 

Em Mato Grosso do Sul, onde as senadoras Tereza Cristina (PP-MS) e Soraya Thronicke (União-MS) são as respectivas presidentes dos diretórios estaduais dos dois partidos, será criada uma coordenação para comandar a federação e, no momento, o nome cotado para ser a coordenadora no Estado é o da parlamentar do Progressista.

Segundo apurou o Correio do Estado, os dois partidos serão independentes, ou seja, Tereza Cristina continuará no comando do PP, enquanto Soraya Thronicke ficará à frente do União Brasil. 

A coordenadora só entrará em cena quando for uma decisão que envolva ambas as siglas, isto é, a definição dos candidatos a prefeitos nas eleições municipais do próximo ano, por exemplo.

A reportagem apurou que a federação União Progressista terá candidato único, tanto PP quanto União Brasil não poderão ter candidato próprio, o escolhido terá de ser consenso entre as duas legendas. 

No caso de Campo Grande, onde já há uma aproximação entre PP e PSDB iniciada nas eleições gerais do ano passado, a probabilidade é de que o candidato a prefeito seja o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) e o vice seja da União Progressista.

O Correio do Estado procurou as duas senadoras sul-mato-grossenses para comentar a criação da federação, mas nem Tereza Cristina nem Soraya Thronicke quiseram se pronunciar até o fechamento desta edição. 

Ainda em nível estadual, as duas já tiveram problemas quando houve a fusão do PSL com o DEM, quando Tereza Cristina optou por não fazer parte do novo partido criado, pois o comando já tinha definido que seria de Soraya Thronicke.

Agora, os papéis se invertem e quem comandará a nova federação partidária será a senadora do PP, restando saber se a senadora do União Brasil vai aceitar ser comandada pela progressista. 

Por enquanto, as fontes ouvidas pelo Correio do Estado dão como certo que Soraya Thronicke ficará no atual partido, pois, diferentemente de uma fusão, uma federação pode durar apenas um mandato de quatro anos.

O certo é que a federação já nasce forte em Mato Grosso do Sul, pois terá duas senadoras, um deputado federal (Dr. Luiz Ovando) e três deputados estaduais – Gerson Claro (PP), Londres Machado (PP) e Roberto Hashioka (União), e os dois progressistas têm a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) e a liderança do governador Eduardo Riedel (PSDB) na Casa de Leis.

Além disso, serão 21 prefeitos (todos do PP), 10 vice-prefeitos (todos do PP) e 128 vereadores (78 do PP e 50 do União Brasil). Em Campo Grande, serão três vereadores – Alírio Villasanti (União), Dr. Victor Rocha (PP) e João Rocha (PP).

ARTICULAÇÕES

Em nível nacional, as cúpulas das duas siglas estão à frente da articulação que será finalizada neste fim de semana para ser anunciada nos próximos dias. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), lideram as conversas com o União Brasil.

Assim como em Mato Grosso do Sul, no Brasil a federação se tornará o maior grupo partidário da Câmara Federal, com 108 deputados – 59 do União e 49 do PP.

Isso potencialmente ajudaria Lira a resolver impasses entre os partidos e as comissões permanentes. União Brasil e PL estão em uma disputa nos bastidores sobre quem deverá indicar o relator do Orçamento de 2024. 

O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro diz ter combinado com o presidente da Câmara que abriria mão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para relatar o Orçamento.

Já o União diz que acordou ficar com a relatoria na Comissão Mista de Orçamento (CMO) como contrapartida de seu apoio a Lira na eleição da Câmara e porque a bancada da Câmara foi preterida na composição dos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O PL diz que não abrirá mão do comando da CCJ da Câmara caso a sigla não consiga emplacar o relator do Orçamento de 2024. Por ser a maior bancada da Casa, a legenda poderia escolher qual comissão gostaria de presidir antes dos demais partidos, mas abriu mão da escolha para o PT assumir a CCJ.

Com a nova federação União Progressista, entretanto, o problema estaria resolvido. A maior bancada seria esta, que trocaria a escolha da CCJ pelo Orçamento com o PT, dando ao PL o direito de escolher em 2º lugar. 

A comissão escolhida, que deve ficar com o PL, é a de Fiscalização e Controle. Os petistas, por sua vez, alegam que Lira prometeu a eles a CCJ, mas não haveria nenhum extremista em cargo do Orçamento. 

Essa foi uma das condições para o PT fazer parte do blocão de apoio à reeleição do deputado, que também incluiu o PL.

A avaliação de bastidores é de que o deputado Celso Sabino (União-PA), aliado do presidente da Câmara, ficaria com o posto, como adiantou o Poder360.

A avaliação de bastidores é de que o deputado Celso Sabino (União-PA), aliado do presidente da Câmara, ficaria com o posto. Lira precisará acomodar os interesses dos 3 partidos para fechar o desenho das comissões, o que se espera nos próximos dias.

Apesar do estágio avançado das negociações entre União Brasil e PP, as bancadas ainda não receberam nenhuma comunicação formal sobre o acordo e eventuais mudanças na dinâmica dos grupos.

Isso pode dificultar que um anúncio sobre o tema saia já nos próximos dias, mesmo que, nos bastidores, o fato esteja praticamente sacramentado. 

Em tese, as federações devem agir como um único partido por quatro anos pelo menos. Na Câmara, entretanto, sob o comando de Lira, os grupos têm sido usados apenas para a contabilização da proporcionalidade entre os partidos, como nas comissões.

Saiba: As federações têm natureza permanente e são formadas por partidos que têm afinidade programática, durando pelo menos quatro anos do mandato. Se algum partido deixá-la antes desse prazo, sofrerá punições, tais como proibição do uso dos recursos do Fundo Partidário pelo período remanescente.

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Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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