Política

DANÇA DAS CADEIRAS

Prefeita Adriane Lopes volta a afirmar que terá mais exonerações na Prefeitura

O anúncio é feito um dia depois que a Câmara de Vereadores considerou deselegante fazer a troca de Rudi Fiorese sem conversar com os vereadores

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Um dia após provocar uma rusga com a Câmara Municipal de Campo Grande por ter substituído Rudi Fiorese por Domingos Sahib Neto no comando da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande (Sisep), a prefeita Adriane Lopes (Patriota) disse, durante entrevista ao programa Rádio Livre, da Fm 104,7 Educativa, que fará mais mudanças na sua equipe para modernizar a administração do Executivo Municipal.

 

Ela afirmou na entrevista que a transição de secretários está sendo finalizada e que a troca envolve dois princípios: a “oxigenação” da administração pública e a possibilidade de contar com pessoas de extrema confiança em postos importantes da administração.

“As trocas foram necessárias e isso está chegando ao fim até o fim de janeiro para que possamos conduzir com muita responsabilidade. Preciso ter secretários de extrema confiança e precisava oxigenar e trazer um outro ponto de vista. Campo Grande é uma gigante adormecida”, pontuou.

Para a atual gestão, Adriane Lopes disse que busca uma dinâmica mais rápida de processos e de desenvolvimento de políticas públicas, uma necessidade que, segundo ela, é fruto de um novo momento social do pós-pandemia. Ela disse que a modernização da estrutura e a redução de custos estão ainda no foco do executivo municipal.

“Atualmente as finanças do município ultrapassam o limite prudencial de gastos, com 59,16% dos recursos usados apenas nas despesas de custeio. A meta é racionalizar as despesas, tanto de pessoal quanto de gastos diversos”, afirmou.

Sobre a exoneração de Rudi Fiorese, Adriane Lopes disse que é grata pelo trabalho dele nos últimos seis anos, mas seria inconcebível que os servidores da Sisep ainda assinem a folha de presença manualmente.

“Por isso estamos fazendo mudanças para modernizar. A troca na pasta veio após indicação por parte do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-MS). O Domingos Sahib Neto já foi auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) e é conselheiro federal. Ou seja, é uma nova visão”, declarou.

 

Azedou

A reportagem do Correio do Estado apurou que a substituição de Rudi Fiorese por Domingos Sahib Neto no comando da Sisep “azedou” de vez a já frágil relação entre os Poderes Executivo e Legislativo no município, que estava estremecida pelo entrave das negociações entre professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) e prefeitura sobre o reajuste salarial.

Agora, com a troca, os vereadores se posicionaram contra a saída de Fiorese, já que para os parlamentares o novo titular da Sisep não tem experiência política e administrativa para tocar uma secretaria tão importante quanto a de obras, ressaltando que a administração municipal perdeu um excelente profissional do seu quadro de secretários.

Segundo apurou a reportagem, quando os vereadores tomaram conhecimento da publicação de uma edição extra do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) trazendo a exoneração de Rudi Fiorese da Sisep e a nomeação de Domingos Sahib para o cargo, o grupo de WhatsApp dos parlamentares virou um verdadeiro “muro de lamentações” pela fatídica substituição.

Afinal, Rudi Fiorese sempre foi muito solícito com as reivindicações dos vereadores, além de ser uma pessoa de fácil acesso e estar tocando a contento os problemas de infraestrutura registrados em Campo Grande.

Três vereadores ouvidos pela reportagem, que pediram que seus nomes não fossem citados para não causar uma animosidade com o novo secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, revelaram que a prefeita Adriane Lopes cometeu mais uma deselegância política ao não dialogar com a Casa de Leis sobre a substituição.

Ainda conforme os três parlamentares, Rudi Fiorese seria uma espécie de “camisa 10” do secretariado municipal, desempenhando um trabalho digno de elogios, diante da situação financeira atual da administração municipal.

Os vereadores informaram, também, que Domingos Sahib não terá uma vida muito fácil nos primeiros meses à frente da Sisep, pois prometem “monitorar” bem de perto o trabalho dele nas sete regiões de Campo Grande, que enfrentam problemas de falta de infraestrutura urbana, vias esburacadas e obras paradas.

 

Recado

Em conversa com o Correio do Estado, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, foi ainda mais contundente ao confirmar que os colegas de parlamento estão descontentes, mas entendem que se trata de uma prerrogativa da prefeita trocar secretários.

“Agora, a prefeita tinha de arrumar um jeito de deixar os vereadores contentes, porque ela precisa de uma base sólida, precisa do apoio da Câmara Municipal para aprovar seus projetos. Quando faz uma troca dessas sem consultar o Poder Legislativo, é ruim politicamente para ela”, ressaltou, dando um recado bem direto para Adriane Lopes.

Segundo Carlão, é esperar que o novo secretário realmente trabalhe, pois Rudi Fiorese, mesmo com a cidade tendo alguns problemas para resolver, atendia o celular de todos e atendia os vereadores, que marcavam para visitar os bairros que precisavam de intervenção.

“Era um secretário acessível, mas agora vamos aguardar para verificar se esse secretário vai ser acessível e se conhece os problemas da cidade”, cobrou o presidente da Câmara.

Para ele, é dar um tiro no pé colocar uma pessoa que não conhece os problemas da Capital e que não conhece nem os bairros.

“Espero que se alguém falar para o novo secretário ir ao Bairro Jardim Leblon, ele não vá pensar que é lá no Rio de Janeiro [RJ]. Precisamos ver se ele conhece Campo Grande. Vou torcer para que dê certo, nunca torço para prejudicar a cidade, mas, realmente, os vereadores não ficaram contentes com essa troca”, afirmou.

O presidente da Câmara Municipal lembrou ainda que é uma prerrogativa da Casa de Leis fiscalizar as ações do Executivo, e não apenas o titular da Sisep.

“A nossa prerrogativa é fiscalizar todos os secretários, para verificar se eles estão trabalhando certinho. Nós vamos fiscalizar ele, sim, mas não só ele, todos os secretários, para saber onde está sendo gasto o dinheiro público, mas sem retaliação ou perseguição, é um direito que nós temos de fazer isso”, ressaltou.

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Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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