Política

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Procedimento não garante fim das crises de soluço de Bolsonaro, diz médico

A intervenção médica durou entre 40 minutos e 1 hora, e tinha como objetivo curar crise de soluço do ex-presidente

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A equipe médica que trata o ex-presidente Jair Bolsonaro informou neste sábado, 27, que o procedimento realizado na tarde deste sábado, 27, busca solucionar as recorrentes crises de soluço dele, mas que não há garantia da efetividade. O ex-presidente foi internado na quarta-feira, 24, para passar por uma cirurgia de hérnia inguinal.

Em coletiva de imprensa no Hospital DF Star, em Brasília, o médico Cláudio Birolini explicou que Bolsonaro evoluiu bem depois da cirurgia, mas a equipe decidiu realizar o novo procedimento após o ex-presidente apresentar uma prolongada crise de soluço.

A intervenção médica durou entre 40 minutos e 1 hora, segundo os médicos. Antes, a medicação contra os soluços teve que ser dobrada. "Ontem ele teve uma crise de soluço prolongada, que o incomodou profundamente, e hoje acordou abatido", disse o médico Brasil Caiado.

Neste sábado, os médicos conduziram um bloqueio anestésico do nervo frênico direito de Bolsonaro. Se for eficaz, o procedimento deve ser repetido na próxima segunda-feira, 29, no lado oposto. A previsão ainda é que o ex-presidente tenha alta médica em 31 de dezembro.

O médico Matheus Saldanha afirmou que o procedimento tem efetividade de até três meses, mas não representa uma cirurgia. A equipe médica estuda alternativas para solucionar as crises de soluço do ex-presidente.

Entrevista

"O papel da Casa Civil é impedir que o conflito político se transforme em prejuízo ao povo"

O secretário da Casa Civil, Walter Carneiro Benedito Júnior, reforçou que o plano de governo apresentado e escolhido pela população em 2022 deu condições para construir um estado forte

27/12/2025 09h00

O secretário da Casa Civil, Walter Carneiro Benedito Júnior

O secretário da Casa Civil, Walter Carneiro Benedito Júnior Divulgação

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O novo secretário de Estado da Casa Civil, Walter Carneiro Júnior, concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado para falar sobre a nova missão pública às vésperas das eleições gerais do próximo ano.

“Essa escolha foi privativa do governador Eduardo Riedel, pessoa com quem trabalhei durante os oito anos do governo de Reinaldo Azambuja e com quem tive o privilégio de participar desse grande modelo de gestão municipalista que hoje vivemos em Mato Grosso do Sul”, declarou.

Ele também destacou os desafios à frente do cargo e as articulações políticas em 2026.

O senhor assume a Casa Civil em um momento estratégico do governo. Por que seu nome foi escolhido para o cargo?

Essa escolha foi privativa do governador Eduardo Riedel, pessoa com quem trabalhei durante os oito anos do governo de Reinaldo Azambuja e com quem tive o privilégio de participar desse grande modelo de gestão municipalista que hoje vivemos em Mato Grosso do Sul. Estamos entrando no ano de 2026, um ano eleitoral, e será oportuno para que nosso governo preste contas de tudo aquilo que se propôs a fazer. O plano de governo apresentado e escolhido pela população em 2022 nos deu a condição de construir um Estado forte, com matriz econômica diversificada, geração de oportunidades para a sua gente e a certeza de que estamos proporcionando uma melhor qualidade de vida à população sul-mato-grossense.

Qual foi o principal pedido do governador ao convidá-lo para a secretaria?

O governador Eduardo é uma pessoa muito focada em resultados. Indicadores e números são ferramentas que norteiam nossas tomadas de decisão. Ao me convidar para assumir a Casa Civil, sua orientação foi para que as ações de fortalecimento institucional entre o Estado e os municípios se tornem cada vez mais sólidas, que não percamos a sensibilidade de nos indignar e nos inconformar com aquilo que ainda não funciona bem e, fundamentalmente, ajudar a construir um estado cada vez mais presente e resolutivo na vida do cidadão.

Que situação o senhor encontrou na Casa Civil ao assumir?

Sem dúvida alguma, nossa secretaria é o órgão mais estratégico do Poder Executivo. É possível olhar para ela e enxergar o coração do governo. Somos porta aberta para as demandas da população e de seus representantes. Hoje, a Casa Civil conta com uma estrutura muito bem definida, com três secretarias executivas – da Capital, do interior e do Distrito Federal – e uma equipe motivada e comprometida com as entregas que o nosso governo se propõe a fazer. A agenda do municipalismo é a principal ferramenta de transformação social que estamos implementando no nosso estado, e sem dúvida será a virada de chave no desenvolvimento das nossas cidades.

Quais serão as três primeiras medidas práticas da sua gestão?

Na minha gestão, sorriso e simpatia serão cortesia da casa, mas temos muito trabalho pela frente. Quero construir um ambiente propositivo e proativo, no sentido de bem realizar o assessoramento direto ao governador Eduardo Riedel, analisando as propostas das secretarias, organizando as prioridades do governo e ajudando na construção das decisões políticas e administrativas. Vamos fortalecer ainda mais as relações políticas e institucionais do governo com os Poderes Constituídos, prefeitos, vereadores e lideranças políticas. Além disso, exerceremos a coordenação entre as secretarias para que conflitos sejam resolvidos e as políticas públicas cheguem à população, reforçando a pauta municipalista, que é a grande conquista do nosso governo.

Há alguma área ou secretaria que exigirá atenção especial nesse início?

A transversalidade do governo e o fato de a Casa Civil ser uma secretaria de atividade-meio, com atribuição de manter diálogo permanente com todas as outras pastas, nos mostra que não existe uma atenção específica isolada a ser cuidada. O que precisaremos fazer, com muita responsabilidade, é mostrar à população como as entregas das políticas públicas executadas pelo Estado estão mudando sua vida. Mostrar que o governo cuida com cuidado e carinho das nossas famílias, que é nossa preocupação manter esse ambiente de oportunidades que vivemos.

A Casa Civil é o centro da articulação política. Como está sendo sua relação com a Assembleia Legislativa?

A parceria estratégica que o governo mantém com a Assembleia Legislativa tem sido fundamental para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Aproveito para agradecer a todos os deputados e reforçar nosso compromisso com o fortalecimento permanente dessa relação.

Nossa agenda é extremamente propositiva. Em pouco mais de 30 dias à frente da Casa Civil, estabelecemos um diálogo constante e aberto com o parlamento. Nesse período, já encaminhamos algumas dezenas de projetos de lei de interesse do Executivo, todos analisados, deliberados e aprovados. Também pactuamos avanços importantes, como o aumento dos valores das emendas parlamentares para o próximo ano, com foco em investimentos na área da Saúde.

Seguiremos trabalhando dessa forma: com respeito à independência do Poder Legislativo, valorizando a representatividade regional de cada parlamentar e atuando de maneira conjunta para viabilizar ações concretas que promovam o bem-estar da população sul-mato-grossense.

Como será a relação da Casa Civil com prefeitos e lideranças do interior? Haverá critérios claros para atendimento de demandas municipais?

Nossa relação será pautada pela lealdade e pelo compromisso de fortalecer cada vez mais o pacto municipalista, que é marca da gestão. O programa Municipalismo Ativo já demonstra, de forma clara e transparente, como o governo pactua com os 79 municípios do Estado as prioridades de cada um. Essa construção é feita de maneira democrática. O governador Eduardo já atendeu todos os municípios em duas rodadas de pactuação, recebendo prefeitos, vices e vereadores, que apresentam suas demandas. De acordo com a capacidade financeira do Estado, ficam definidas quais serão atendidas e em que ordem de prioridade.

A Casa Civil adotará critérios transparentes para repasses e convênios, comunicará claramente os limites orçamentários e garantirá tratamento institucional igualitário, observando as desigualdades regionais e o estágio de crescimento econômico de cada região. Com a liderança do nosso governador, as decisões precisam ser tomadas no tempo certo.

Como evitar que disputas políticas prejudiquem a execução de políticas públicas?

Exercendo uma política firme e moderadora, respeitando e fortalecendo a relação com todos os atores políticos do Estado. Disputas políticas sempre existirão, mas não precisam paralisar o governo.

O papel da Casa Civil é impedir que o conflito político se transforme em prejuízo ao povo. Quando as prioridades são claras, a execução é técnica e a mediação política é firme e institucional, as políticas públicas não são prejudicadas de forma alguma. E quem sempre ganha é a população, porque, aqui, em Mato Grosso do Sul, a relação institucional que construímos entre os Poderes, em todas as esferas, é reconhecida nacionalmente como um modelo de gestão exemplo de um estado brasileiro que dá certo.

Como equilibrar articulação política e transparência?

A articulação política com transparência acontece quando o diálogo é aberto, os critérios são públicos e as decisões são técnicas, formais e rastreáveis. O equilíbrio não significa eliminar a articulação política, mas torná-la institucional, rastreável e orientada pelo interesse público. A articulação política é necessária para viabilizar decisões, construir consensos e garantir a governabilidade. Ela deixa de ser um problema quando é feita de forma pessoal ou informal, mas, sim, dentro das regras do Estado. Transparência significa que os critérios são públicos, os processos são registrados e as decisões podem ser acompanhadas e fiscalizadas.

O cargo de secretário da Casa Civil é tradicionalmente um trampolim político. O senhor tem pretensões eleitorais?

Minha pretensão eleitoral e o compromisso que assumi com o governador Eduardo são ajudar a fortalecer um ambiente político favorável à sua eventual reeleição, quando esse momento chegar. Agora, nosso compromisso é iniciar 2026 mostrando à população que Mato Grosso do Sul vive seu melhor momento, que as políticas públicas chegam a quem precisa e que todos têm condições de viver cada vez melhor por aqui. Com isso, todos nós que participamos do governo nos fortalecemos politicamente, adquirimos respeito e credibilidade junto à opinião pública e construímos oportunidades políticas futuras.

O cargo de secretário da Casa Civil é um cargo de poder, e cargos de poder podem se tornar trampolim político, dependendo de como são exercidos: com discrição, resultados e lealdade institucional. Sou um homem de muita fé em Deus, e o nosso futuro a Ele pertence, deposito Nele a minha confiança.

Qual legado o senhor pretende deixar para a população depois que cumprir sua missão?

O legado da Casa Civil não se mede apenas por obras físicas, mas pela forma como o governo funciona. O que queremos deixar é um governo integrado, estável e com capacidade de entregar resultados concretos que melhoram a vida das pessoas. Isso passa por secretarias atuando de forma coordenada, políticas públicas conectadas e decisões tomadas com eficiência e responsabilidade. Também envolve garantir estabilidade política e governabilidade, manter uma relação sólida com as bancadas federais, estaduais e municipais, dialogar permanentemente com prefeitos e lideranças regionais e reduzir conflitos que atrasam decisões.

Em Mato Grosso do Sul, o legado da Casa Civil é transformar crescimento econômico e diversidade regional em políticas públicas contínuas, bem coordenadas e efetivas, assegurando diálogo com os municípios e resultados reais para a população. É uma missão que exige confiança do governador, habilidade política e profundo conhecimento da administração pública.

PERFIL

Walter Carneiro Jr.

Natural de Dourados, casado e pai de duas filhas, é formado em Direito e pós-graduado em Direito Constitucional e Direito de Estado, com ênfase em Controle Externo. Também é graduado em Publicidade e Marketing, com especialização em Planejamento Estratégico pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

Exerce a advocacia desde 2000, foi orientador docente do NPAJ/Unigran, de 2001 a 2003, e consultor técnico legislativo na Câmara dos Deputados, de 2003 a 2007. Na área pública, foi membro do Conselho de Administração da Sanesul, de 2007 a 2010, secretário municipal de Fazenda de Dourados, de 2011 a 2014, e diretor-presidente da Sanesul, de 2019 a 2023. Em 2024, foi secretário-adjunto da Semadesc e diretor-presidente da MS Mineral. Atualmente, é secretário de Estado da Casa Civil e ainda acumula o cargo de diretor-presidente da MS Mineral.

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eleições 2026

Fábio Trad pode ficar sem Simone Tebet no palanque ao governo

A ministra do Planejamento e Orçamento já deu declarações de que trabalhará pela reeleição do governador Riedel (PP)

27/12/2025 08h20

O ex-deputado federal Fábio Trad é o pré-candidato do PT a governador de Mato Grosso do Sul

O ex-deputado federal Fábio Trad é o pré-candidato do PT a governador de Mato Grosso do Sul Marcelo Victor/Correio do Estado

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O ex-deputado federal Fábio Trad, que foi lançado pelo PT como pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, pode ficar sem o apoio da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), no palanque em 2026, caso ela saia mesmo candidata ao Senado pelo Estado.

Isso porque a ministra do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já declarou que em Mato Grosso do Sul subirá apenas nos palanques do atual chefe do Executivo nacional e do governador Eduardo Riedel (PP), governo do qual o esposo dela, Eduardo Rocha, era secretário de Estado da Casa Civil até há poucos meses.

A ausência de Simone Tebet na campanha do PT a governador afeta diretamente a corrida eleitoral de Fábio Trad, que terá dificuldades de explicar aos eleitores petistas o porquê de a ministra do presidente Lula estar no palanque do principal concorrente do ex-deputado federal ao cargo de chefe do Executivo estadual.

O Correio do Estado apurou que essa possibilidade preocupa as lideranças petistas sul-mato-grossenses, pois elas sabem do capital político de Simone Tebet em nível estadual e como seria extremamente importante a participação dela na campanha eleitoral pedindo votos para Fábio Trad.

A aposta dos caciques do PT em Mato Grosso do Sul é de que a ministra do Planejamento e Orçamento seja escolhida por Lula para ser a pré-candidata a vice-presidente da República ou então que ela resolva concorrer ao Senado pelo estado vizinho de São Paulo.

Dessa forma, Simone não poderia fazer campanha eleitoral para a reeleição do governador Riedel e, assim, não prejudicaria a caminhada de Fábio Trad na disputa pelo governo estadual com o candidato progressista.

Procurado pelo Correio do Estado, o pré-candidato a governador pelo PT amenizou a probabilidade de a ministra subir no palanque de Riedel. “Simone tem hoje a altura do Brasil, pois transcendeu Mato Grosso do Sul. Ela pode ser o que quiser onde quiser”, disse.

Fábio Trad completou ainda que, independentemente de qual palanque Simone Tebet subirá na disputa pelo governo do Estado, sempre terá a sua admiração.

“Se vai me apoiar ou não, isso só diz respeito a ela. Só posso dizer sobre quem eu vou apoiar para o Senado, e o nome será aquele que estiver alinhado com o PT nacional e o PT estadual”, assegurou.

PALANQUE DE RIEDEL

Em entrevista concedida neste ano ao Correio do Estado, a ministra do Planejamento e Orçamento informou que, para o pleito do próximo ano, estará nos palanques do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do governador Eduardo Riedel, os quais tentarão a reeleição em seus respectivos cargos eletivos.

“Nos últimos dois anos como ministra do Planejamento e Orçamento, eu consegui destravar o máximo de recursos financeiros da União para Mato Grosso do Sul e, ao longo deste ano, vou procurar estar mais presente no meu estado”, declarou.

Como parte de uma nova estratégia para aumentar a aprovação junto ao eleitorado brasileiro, já de olho na reeleição em 2026, o presidente Lula escalou a ministra para atuar na divulgação do grande número de obras e programas sociais do governo federal em Mato Grosso do Sul para, dessa forma, melhorar sua popularidade.

“O presidente Lula pediu que todos os ministros estejam mais nas suas bases, divulgando os avanços do Brasil graças às políticas do seu governo. Nos primeiros dois anos, tive de focar na parte econômica, o que me exigiu muito tempo, mas agora nada impede que eu, nos fins de semana, possa estar nos municípios, conversando com os novos prefeitos e divulgando o que está sendo feito”, assegurou.

Questionada se essa nova incumbência dada por Lula não servirá também para que ela possa aproveitar para fortalecer o próprio nome de olho no pleito do próximo ano, Simone garantiu que ainda não pensou nessa situação.

“Nessa missão que muito sutilmente o Lula me deu, preciso estar mais presente no Estado. Infelizmente, não tenho condições de prever o futuro, tenho procurado conduzir o meu ministério da forma mais apartidária possível e sem bairrismo. O meu ministério é muito técnico e, além da parte ética, eu cumpro a vontade política do presidente Lula”, argumentou.

A ministra ressaltou que ainda tem tempo para cumprir a sua missão em um dos cargos federais mais importantes que um sul-mato-grossense já ocupou, justamente pela abrangência da Pasta, e isso, segundo ela, lhe traz uma grande responsabilidade.

“Primeiro, quero seguir a determinação do meu partido, que é o MDB, mas já posso adiantar que vou estar com o Lula, não tem como estar de outro lado. O MDB tem três ministros fiéis ao presidente Lula e, quando ele me convidou para apoiá-lo no segundo turno das eleições de 2022, eu disse que já tinha escolhido o lado dele”, recordou.

Simone revelou que não precisava que Lula lhe prometesse nenhum ministério, pois já estava decidida em subir no palanque do petista no segundo turno.

“Mesmo assim, depois que ele foi eleito, Lula insistiu que eu fizesse parte do seu governo. Na terceira conversa que tivemos, acabei aceitando o convite para integrar um ministério. Esse reconhecimento do Lula me fez buscar ajudar projetos voltados para a justiça social e, como alguém que já foi prefeita de Três Lagoas, eu tinha consciência disso”, revelou.

Ela ainda reforçou o compromisso com Lula e Riedel. “Só posso dizer que vou estar no palanque do presidente Lula fazendo campanha para a reeleição dele. Mais para a frente vou definir o meu projeto político, se vou ser candidata a algum cargo majoritário ou proporcional. Por enquanto, só posso reafirmar que meus compromissos são com as reeleições do presidente Lula e do governador Eduardo Riedel”, frisou.

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