A Parceria Público-Privada (PPP) do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) recebeu hoje (17) o Selo FAST-Infra. Este é o primeiro projeto da área da saúde no Brasil e o quarto do país a receber a certificação. Na modalidade hospitalar, é o segundo projeto no mundo a ser agraciado com o selo.
A certificação atesta que o projeto atende aos padrões mundiais de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG). Gerido pela Global Infrastructure Basel Foundation (GIB), o Selo FAST-Infra facilita o acesso a financiamentos e investimentos focados em práticas ambientais e socialmente responsáveis.
O governador Eduardo Riedel (PP) ressaltou a importância da certificação para o fortalecimento da gestão pública, especialmente na área da saúde e nas entregas à população sul-mato-grossense.
"Este é um projeto ambicioso e desafiador. Apresentamos uma proposta consistente, baseada em referências relevantes e alinhada ao modelo de gestão que estamos implementando, sustentado nos quatro pilares do Governo, que orientam todas as nossas ações nos municípios", afirmou.
Idealizado de forma pioneira pelo Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), o contrato prevê soluções sustentáveis e inovadoras, como energia fotovoltaica, automação, transporte pneumático e robotização da farmácia. Tudo isso pautado pela melhoria contínua na qualidade dos serviços, com base em indicadores de desempenho.
A secretária de Parcerias Estratégicas, Eliane Detoni afirmou que o selo reforça o compromisso do estado com a agenda socioambiental e relatou a importância da certificação para os investimentos estrangeiros.
"A parceria está alinhada a compromissos globais e oferece transparência e confiança para investidores. Para além disso, o projeto possibilita atrair investimentos estrangeiros, pois facilita o acesso ao capital de quem esteja procurando esse perfil de sustentabilidade nos projetos e o habilita para novas emissões de debêntures de infra”.
Maurício Simões, secretário estadual da Saúde, também esteve presente e enfatizou que a pasta envolve muito mais do que estrutura física.
"O selo vem ao encontro de uma realidade concreta: a gestão sustentável de hospitais. É fundamental lembrar que uma unidade hospitalar funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano. Ao adotar essa proposta de sustentabilidade, sinalizamos para a iniciativa privada e para a sociedade o que queremos para o futuro da saúde: qualidade na assistência, aliada à responsabilidade ambiental e social".
Banco Interamericano de Desenvolvimento
Todo o processo de elaboração do projeto, prevendo financiamento e mitigação de riscos, foi acompanhado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil com o intuito de criar estratégias para que a PPP seja uma parceria mais atrativa ao setor privado. O banco prestou consultoria e apoiou o projeto tido como fundamental para fechar lacunas de infraestrutura.
Annette Bettina Killmer, chefe de representação do BID no Brasil, destacou que o projeto marca um divisor de águas nas parcerias público-privadas em infraestrutura social.
"Cada aspecto desta iniciativa é inovador — seja na parte técnica, financeira, na economia circular ou na eficiência dos gastos em saúde. É uma joia, que reúne complexidade e inovação em um olhar holístico sobre como levar serviços de saúde a um novo patamar. Este projeto já inspira outros estados e será um exemplo para o país".
Avaliação do Selo FAST-Infra
Para obter o selo, o projeto foi rigorosamente avaliado em critérios ambientais, de resiliência, sociais e de governança que resultam em contribuições positivas em cinco áreas principais.
Na mitigação das mudanças climáticas, o projeto está alinhado ao Plano Estadual MS Carbono Neutro e prevê que 20% da energia do hospital seja proveniente de fontes renováveis.
No campo da economia circular e eficiência de recursos, destaca-se a adoção de um sistema de tratamento de resíduos por micro-ondas, capaz de processar 438 toneladas por ano e reduzir em 146 toneladas o volume enviado a aterros.
Na prevenção e controle de poluição, as ações incluem investimentos em energia renovável, gestão de resíduos, tratamento de efluentes, uso racional da água, controle de vetores, auditorias e programas de educação ambiental.
Em inclusão e gênero, o projeto assegura que 23% dos trabalhadores sejam oriundos de grupos vulneráveis, além de garantir o mínimo de 40% de mulheres no Conselho de Administração.
Já em saúde e segurança, a certificação contempla a expansão da infraestrutura em 60%, a redução do tempo médio de permanência hospitalar de 7,1 para 5,3 dias, o aumento da rotatividade e a capacidade de alcançar 132 mil atendimentos anuais.
Ainda participaram da entrega do selo, o secretário de Governo, Rodrigo Perez, a secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, a diretora-presidente da Fundação Serviços de Saúde (FUNSAU), Marielle Alves Corrêa Esgalha, e outros representantes.


