Política

EFEITO COLATERAL

PSD nacional pode tirar Nelsinho do comando do diretório estadual de MS

PSD nacional pode tirar Nelsinho do comando do diretório estadual de MS

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A decisão do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) de declarar voto no senador Rogério Marinho (PL-RN) para a presidência do Senado Federal em detrimento da candidatura do colega de partido Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pode custar caro para o parlamentar sul-mato-grossense.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, pretende retirar de Nelsinho Trad o comando estadual do partido como represália pela atitude tomada pelo parlamentar na véspera da eleição para a presidência do Senado, vencida por Rogério Pacheco.

No entanto, essa medida não seria apenas em decorrência do voto aberto do parlamentar no candidato concorrente de Rodrigo Pacheco, mas também pelo fato de Nelsinho estar mais alinhado com o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), a quem declarou apoio no 2º turno da eleição presidencial do ano passado, enquanto o PSD optou por apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essa aproximação de Nelsinho com políticos bolsonaristas teria irritado Gilberto Kassab, que costurou uma aliança com o PT de Lula, obtendo cargos no governo federal e o apoio do presidente da República para a reeleição de Rodrigo Pacheco na presidência do Senado.

Ainda conforme as fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o senador sul-mato-grossense não pretende esconder de ninguém que está descontente no PSD e até espera medidas mais drásticas do comando nacional para que possa usar como argumento para uma eventual troca de legenda.

Em Mato Grosso do Sul, pessoas próximas a Nelsinho Trad estariam dando como certa a migração do senador para o PP a convite da senadora Tereza Cristina, que é a presidente estadual da sigla e de quem ficou muito próximo na eleição passada.

Durante a campanha de Rogério Marinho a presidente do Senado, era comum ver Nelsinho e Tereza juntos pelos corredores do Senado, inclusive quando anunciou seu voto ao candidato do PL, a senadora sul-mato-grossense estava ao seu lado.

Outros rumos

Se Nelsinho Trad está com um pé praticamente fora do PSD, o irmão dele, o ex-prefeito Marquinhos Trad, já teria batido o martelo para assumir o diretório municipal do partido agora em fevereiro, com a missão de reestruturar a legenda e evitar uma possível “debandada” motivada pelo fraco desempenho nas eleições de 2022.

De acordo com fontes ouvidas pelo Correio do Estado, ele recebeu o aceno de pelo menos dois vereadores da Capital interessados em filiar-se à sigla com o retorno do ex-gestor ao comando do diretório municipal. 

No entanto, conforme essas mesmas fontes, esses dois vereadores, cujos nomes não foram informados para evitar problemas políticos para eles na eventualidade de ambos desistirem da transferência de partido, condicionaram a migração para o PSD à saída do vereador Junior Coringa da sigla.

O partido já dá como certa a saída do vereador Tiago Vargas, em razão dos posicionamentos tomados pelo parlamentar nas eleições do ano passado, quando, no 2º turno, declarou apoio ao candidato do PSDB, Eduardo Riedel, para governador, principal adversário de Marquinhos no pleito.

Após a acachapante derrota na eleição para governador do ano passado, quando ficou em sexto lugar depois de aparecer nas pesquisas como um dos favoritos, ele teria dito a interlocutores mais próximos que o momento é de reorganizar a legenda, mas a verdade é que a sigla está enfraquecida e com grande possibilidade de debandada de vereadores, principalmente na Capital.

Além disso, outro reflexo desse enfraquecimento da sigla é o fato de as lideranças estaduais do partido terem perdido espaço em Brasília (DF).

A decisão equivocada do presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, de declarar apoio à candidatura do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) também contribuiu para o afastamento dos caciques nacionais, que apostaram na candidatura vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, em troca, ganharam os ministérios de Minas e Energia (Alexandre Silveira), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Carlos Fávaro) e da Pesca e Aquicultura (André de Paula).

Agora, cabe a Marquinhos a reestruturação do PSD na Capital e também no interior, além da manutenção dos mais de 80 vereadores que a legenda tem no Estado. O ex-prefeito terá a difícil missão de “estancar” a vazão de parlamentares que já se anuncia para a próxima janela partidária, bem como de filiados.

Saiba: PSD já é a maior bancada no Senado - O PSD é o maior partido do Senado no início da nova legislatura. A bancada chegou a 15 senadores, graças a novas filiações de parlamentares desde as eleições do ano passado. O PL, com 12, começa o ano com a segunda maior bancada.

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Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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