Política

Cenas de Campo Grande

Qual o bicho que não tem rabo?

Qual o bicho que não tem rabo?

ANDRÉ LUIZ ALVEZ, [email protected]

21/01/2010 - 05h25
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No final do ano passado, resolvi dar um tempo e curtir férias com a família em Natal- RN. O lugar é lindo, desde já recomendo, principalmente os passeios na praia de Pipa, Maracajaú, Punaú entre outras. Até agora estou falando “bichim, tem não, ôxente, frutofu (dinheiro), dindim (que não é dinheiro, mas picolé), amafunbá (namorar)”, entre outras impublicáveis. Só não gostei muito da comida, vez que não gosto de frutos do mar, não sei como tem pessoas que preferem camarão a um bife acebolado. Até agora não consegui digerir um polvo recheado que invoquei de comer. Fui salvo por várias porções de carne de sol com macaxeira. A macaxeira é bem parecida com a nossa mandioca, difere na cor, que é branca, e no sabor, um tanto mais suave. Os passeios na cidade de Natal e arredores fizemos em ônibus de turismo, todos com os olhos focados lá fora, muita água, mar pra todo lado, um pouco de mato, areia e sal. Num dado momento, meu filho Bruno, do alto de seus cinco anos, lascou abrupta pergunta: “Pai, qual bicho que não tem rabo?”. Franzi a testa, fechei o punho, tossi e nada de respostas. Ele continuou me olhando na esperança de resposta. Será que é bicho do Pantanal ou ele viu algum lá fora? De imediato me veio à mente um bando de capivaras que vimos recentemente no Lago do Amor, mas certamente não fosse esta a resposta, visto que capivara tem rabo, pequeno, mas tem. Ele prosseguia me encarando, mas agora trazia nos cantos dos olhos algo traquina, dando mostras de confiança que eu não saberia a resposta. Minha mente vagou pelo mundo animal e acabei indo ao encontro de um animal que nunca gostei. A ema não tem rabo e é um dos bichos mais esquisitos que existem. Dizem que diante do perigo esconde a cabeça em um lugar seguro e se esquece do resto do corpo. Além disso, é uma ave que se defende com coice, mesmo não sendo equino, parece andar de mãos nas costas, tem asas mas não voa, sendo que é o macho que choca os ovos, talvez por piedade da fêmea, afinal, não é qualquer bicho que consegue pôr ovos tão grandes. Penso que, por essa razão, ela nunca retorna ao ninho, sequer para ver os filhotes. E quando eu pensava ter a resposta, eis que o Bruno interrompe impondo regras: “Não vale peixes, aves e insetos”. Danou-se tudo. Voltei à estaca zero, caminhando em mente por diversos zoológicos. Que raio de bicho seria este que não tem rabo? Mas por que os bichos precisam de rabos? Num rápido raciocínio, chego à conclusão que necessitam de rabo para alguma atividade. Os macacos, por exemplo, o usam para se pendurar nos galhos, o cavalo para espantar mosquitos, as aves para mudar a direção do voo. Enfim, todo rabo tem sua função e concluí comigo mesmo que todo animal tem rabo. Dou-me por vencido e peço a resposta. Meu filho abre um lindo sorriso e diz convincente: “ – É o bicho homem!”. Todos riem. Minha filha Andreza diz ter outra resposta e fala que o porquinho da índia também não tem rabo. Não sei se é verdade, vou conferir assim que encontrar um pela frente. Mas é o bicho homem que me fascina. Como foi que não pensei antes? A resposta estava sempre comigo, afinal faço parte dos bichos que não têm rabo. Eis então que me ocorre que não são todos. Alguns exemplares do bicho-homem têm sim rabo, o tal rabo preso, que quando escapam se transformam em escândalos com direito à imagem na TV, um festival de gente enchendo as cuecas e os bolsos com dinheiro alheio, dinheiro do povo principalmente. Mas essa é outra história e o Bruno ainda é muito novo pra entender. Talvez – e eu torço muito para que isso aconteça – no futuro, quando a geração dele estiver no comando, aconteça de o homem, de fato, não ter rabo...

ELEIÇÕES 2024

A partir de hoje eleitores não podem ser presos até dia 29

Veto está presente na Legislação Eleitoral, mas há exceções; segundo turno das eleições acontecem neste domingo (27), em 51 municípios, sendo 15 capitais, incluindo Campo Grande

22/10/2024 12h30

Determinação de veto de eleitores cinco dias antes da eleição perdura até dia 29

Determinação de veto de eleitores cinco dias antes da eleição perdura até dia 29 Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Entrou em vigor a partir desta terça-feira (22) a proibição para eleitores serem presos e persiste até dia 29, dois dias após o segundo turno das eleições municipais, porém há exceções.

Previsto na legislação eleitoral, a regra exclui prisões em flagrante ou casos de prisões determinadas a partir de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou desrespeito a salvo-conduto.

No próximo domingo (27), cerca de 33,9 milhões de eleitores de 15 capitais, incluindo Campo Grande, e 36 municípios voltam às urnas para eleger os prefeitos que disputam os cargos. Não há segundo turno para a disputa ao cargo de vereador.

Exceções

A regra, porém, não vale em três situações: em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou ainda por desrespeito a salvo-conduto de outros eleitores, impedindo o exercício do voto.

Também ficam fora da regra aqueles que cometerem crimes eleitorais no dia do pleito, 27 de outubro, como usar alto-falantes e amplificadores de som; promover comício ou carreata; realizar boca de urna; divulgar propaganda de partido político ou candidato; tentar convencer eleitora ou eleitor a votar em determinada candidatura ou partido; ou impulsar propaganda eleitoral na internet.

Segundo turno - Campo Grande

No último dia 6, os mais de 600 mil eleitores campo-grandenses definiram que a prefeitura será comandada por uma mulher pelos próximos quatro anos. Adriane Lopes (PP) somou 31,67% dos votos válidos, enquanto Rose Modesto (União Brasil) ficou com 29,56%. Na sequência, apareceram os candidatos Beto Pereira (PSDB), com 25,96%, e Camila Jara (PT), com 9,43%.

  • Adriane Lopes (PP): 140.913 votos (31,67%)
  • Rose Modesto (União Brasil): 131.525 votos (29,56%)
  • Beto Pereira (PSDB): 115.516 votos (25,96%)
  • Camila Jara (PT): 41.966 votos (9,43%)
  • Beto Figueiró (Novo): 10.885 votos (2,45%)
  • Luso de Queiroz (PSOL): 3.108 votos (0,70%)
  • Ubirajara Martins (DC): 1.067 votos (0,24%)

Pesquisa

Levantamento Paraná Pesquisas/Correio do Estado para o segundo turno das eleições municipais em Campo Grande mostra a atual prefeita e candidata à reeleição, Adriane Lopes, numericamente à frente da ex-deputada federal Rose Modesto.

No cenário estimulado, em que os nomes das candidatas são apresentados aos entrevistados, Adriane Lopes aparece com 48% das intenções de voto, enquanto Rose Modesto tem 41,6% da preferência. Os que não sabem ou não responderam representam 3,7% do total de eleitores, e os votos brancos e nulos, 6,7%.

Rejeição

Sobre a rejeição, o levantamento apontou que os que não votariam em Rose Modesto de jeito nenhum são 37,6%, e os que não votariam em Adriane Lopes de jeito nenhum, 32,1%.

Na outra ponta, 37,6% disseram que com certeza votarão em Adriane, enquanto 29,6% também estavam certos que votarão em Rose.

Quanto às possibilidades de voto, 27,9% disseram que poderão votar em Rose ou em Adriane. É o chamado voto não convicto. Os que não conhecem Adriane suficientemente para opinar representam 1,6%, e os que não conhecem Rose, 1,4%.

Os que não quiseram responder sobre Adriane representam 0,9%, e sobre Rose, 1,6%.

A pesquisa, registrada sob o número MS-06954/2024, foi realizada entre os dias 10 e 13 de outubro. Foram entrevistados 700 eleitores.

*Com informações da Agência Brasil

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TROCA DE COMANDO

Em 2 anos à frente da bancada, Vander conseguiu R$ 700 milhões para MS

O deputado federal assumiu a coordenação quando o presidente lula iniciou o seu terceiro mandato no Planalto

22/10/2024 08h00

Vander Loubet (PT) durante encontro com prefeitos eleitos e reeleitos em Mato Grosso do Sul

Vander Loubet (PT) durante encontro com prefeitos eleitos e reeleitos em Mato Grosso do Sul Foto: Gerson Oliveira

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Ao participar na tarde de ontem do encontro com os prefeitos eleitos e reeleitos dos 78 municípios de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, no âmbito do programa MS Ativo Municipalismo, o deputado federal Vander Loubet (PT) anunciou que era o último dia dele à frente da coordenação da bancada do Estado no Congresso Nacional e que, a partir de hoje, a função será exercida por outro parlamentar pelos próximos dois anos.

“Os últimos dois anos foram uma experiência muito exitosa. Primeiro, coordenar uma bancada em que os únicos petistas eram eu e a deputada federal Camila Jara não seria uma tarefa fácil. Entretanto, consegui me entender com os três deputados federais do PSDB, bem como com os demais deputados federais e com os três senadores, sem contar o aval do governador Eduardo Riedel [PSDB]”, disse com exclusividade ao Correio do Estado. Vander Loubet explicou que o fato de o terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estar começando também contribuiu.

“Isso também pesou muito, e ao fazer a análise dos últimos dois anos como coordenador da bancada, posso dizer que o balanço é positivo, pois conseguimos ser, em nível nacional, a bancada federal que mais destinou recursos de emendas em projetos estruturantes para o seu estado de origem”, revelou.

Ele detalhou que 45% das emendas de bancada foram para projetos estruturantes e que em alguns estados grandes, como São Paulo, as bancadas estavam mais preocupadas em atender os interesses pessoais, e não da unidade da federação a qual pertenciam.

“Na nossa bancada, isso não acontecia, pois fechávamos consenso sobre a destinação dos recursos para obras que fossem trazer melhorias para Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Ao todo, conforme o deputado federal, sob a sua coordenação, a bancada federal do Estado no Congresso destinou  R$ 700 milhões para obras estruturantes.

“A maioria, ou quase na sua totalidade, foi para obras estruturantes, seja para a aquisição de equipamentos, seja para infraestrutura básica. Isso foi uma coisa que a gente construiu muito em cima da unidade, em cima do consenso. Nesse período, não tivemos nenhum momento de disputa interna”, assegurou.

Vander Loubet completou que, se a bancada escolhia 15 emendas, essas 15 seriam priorizadas, levando em consideração a base de atuação de cada parlamentar e um pouco do tamanho de cada cidade.

“Nós também aproveitamos muito os programas do governo federal. Nessa parte, o fato de eu ser do PT e ter uma boa articulação com o presidente Lula ajudou bastante”, argumentou. Ele citou como exemplo as concessões da BR-262, entre Campo Grande e Três Lagoas, e da BR-267, de Bataguassu a Nova Alvorada.

“Comigo à frente da coordenação, acredito que a bancada federal cumpriu um papel muito importante, porque não é fácil o governo federal delegar para um governador que não é do seu partido a autorização de fazer concessões de rodovias federais. Isso mostrou que o presidente Lula tem uma característica muito forte, que é essa coisa de delegar, de fazer as coisas, que as coisas aconteçam”, analisou.

Sobre a nova coordenação da bancada federal do Estado no Congresso, Vander Loubet disse que pretende continuar ajudando. “Espero que a minha sucessora dê continuidade ao trabalho de manter a bancada unida na construção das decisões coletivas como eu dei, quando herdei da ex-senadora Simone Tebet [MDB], e como ela fez, quando herdou do senador Nelsinho Trad [PSD]”, projetou.

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