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Quem é Filipe Martins, que teve prisão domiciliar decretada após tentativa de fuga de Silvinei

Decisão ocorre um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou neste sábado, 27, a prisão domiciliar de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão ocorre um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.

Martins é réu do chamado "núcleo 2", acusado de "operacionalizar" a tentativa de golpe, e foi condenado pelo STF, em 16 de dezembro, a 21 anos e 6 meses de prisão por cinco crimes.

O ex-assessor de Bolsonaro tem 38 anos e é natural de Sorocaba (SP). Em seu perfil no LinkedIn, ele afirma ser formado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e ter cursado Diplomacia e Defesa na Escola Superior de Guerra, que integra a estrutura do Ministério da Defesa.

O paulista assumiu o cargo de assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República em 2019, no início do governo Bolsonaro, após ter trabalhado com o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante o governo de transição.

Martins diz ter atuado como intérprete e tradutor antes de se tornar assessor internacional do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também afirma ter sido assessor econômico na Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e professor em um curso preparatório para concursos públicos.

Ele se aproximou da família Bolsonaro em 2014, ao conhecer o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro pela internet. O "03" do ex-presidente se tornou seu padrinho político. Martins também se declara entusiasta de Olavo de Carvalho, mentor intelectual do bolsonarismo.

O ex-assessor foi apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio", grupo acusado de usar redes sociais para difundir desinformação contra adversários de Bolsonaro. Desde 2022, ele não atualiza seu perfil no Instagram, onde ainda se apresenta como assessor especial.

Investigado por ato supremacista

Em março de 2021, Martins foi acusado de fazer um gesto idêntico ao utilizado por supremacistas brancos dentro do Senado, o que resultou na abertura de um processo criminal por racismo. Após a repercussão, ele disse que apenas ajustava a lapela do terno.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação do ex-assessor, alegando que o sinal buscava reproduzir um acrônimo formado pelas letras "W" e "P", em referência à expressão racista White Power ("Poder Branco", em inglês).

Martins foi absolvido na primeira instância, mas o MPF recorreu. Em novembro de 2023, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região derrubou a absolvição, e o ex-assessor voltou a ser investigado por suposta apologia ao movimento supremacista. Em dezembro de 2024, ele foi condenado pela Justiça Federal em Brasília por racismo. A pena foi fixada em dois anos e quatro meses de reclusão, convertida em prestação de serviços comunitários, além de multas que somam R$ 52 mil. À época, a defesa de Martins alegou que a decisão se baseava em "conjecturas políticas".

Trama golpista

O "núcleo 2" da trama golpista, do qual Martins é réu, é acusado de "operacionalizar" a tentativa de golpe, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os integrantes desse grupo foram acusados de oferecer apoio jurídico, operacional e de inteligência ao plano, incluindo a elaboração da chamada "minuta golpista", um esboço de documento que previa a imposição de um estado de exceção no País.

Segundo a acusação, Martins teria elaborado uma das versões da minuta, o que é negado por sua defesa.

Entre fevereiro e agosto de 2024, ele permaneceu em prisão preventiva. Ele foi liberado mediante o cumprimento de medidas cautelares. Em dezembro deste ano, a Primeiro Turma julgou o "núcleo 2" e condenou Martins e outros quatro réus, entre os quais estava também Silvinei Vasques.

Moraes pede prisão domiciliar de condenados após fuga de Silvinei

Além de Martins, a Polícia Federal (PF) também cumpre mandados de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, contra outros nove condenados pela trama golpista.

Segundo a PF, os mandados estão sendo cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal. Ainda de acordo com a PF, o Exército Brasileiro participa das diligências.

O advogado Jeffrey Chiquini, que representa Martins, confirmou em uma publicação nas redes sociais que a PF cumpriu mandados na casa do ex-assessor na manhã deste sábado.O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou neste sábado, 27, a prisão domiciliar de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão ocorre um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.

Martins é réu do chamado "núcleo 2", acusado de "operacionalizar" a tentativa de golpe, e foi condenado pelo STF, em 16 de dezembro, a 21 anos e 6 meses de prisão por cinco crimes.

O ex-assessor de Bolsonaro tem 38 anos e é natural de Sorocaba (SP). Em seu perfil no LinkedIn, ele afirma ser formado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e ter cursado Diplomacia e Defesa na Escola Superior de Guerra, que integra a estrutura do Ministério da Defesa.

O paulista assumiu o cargo de assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República em 2019, no início do governo Bolsonaro, após ter trabalhado com o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante o governo de transição.

Martins diz ter atuado como intérprete e tradutor antes de se tornar assessor internacional do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também afirma ter sido assessor econômico na Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e professor em um curso preparatório para concursos públicos.

Ele se aproximou da família Bolsonaro em 2014, ao conhecer o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro pela internet. O "03" do ex-presidente se tornou seu padrinho político. Martins também se declara entusiasta de Olavo de Carvalho, mentor intelectual do bolsonarismo.

O ex-assessor foi apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio", grupo acusado de usar redes sociais para difundir desinformação contra adversários de Bolsonaro. Desde 2022, ele não atualiza seu perfil no Instagram, onde ainda se apresenta como assessor especial.

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eleições 2026

Fábio Trad pode ficar sem Simone Tebet no palanque ao governo

A ministra do Planejamento e Orçamento já deu declarações de que trabalhará pela reeleição do governador Riedel (PP)

27/12/2025 08h20

O ex-deputado federal Fábio Trad é o pré-candidato do PT a governador de Mato Grosso do Sul

O ex-deputado federal Fábio Trad é o pré-candidato do PT a governador de Mato Grosso do Sul Marcelo Victor/Correio do Estado

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O ex-deputado federal Fábio Trad, que foi lançado pelo PT como pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, pode ficar sem o apoio da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), no palanque em 2026, caso ela saia mesmo candidata ao Senado pelo Estado.

Isso porque a ministra do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já declarou que em Mato Grosso do Sul subirá apenas nos palanques do atual chefe do Executivo nacional e do governador Eduardo Riedel (PP), governo do qual o esposo dela, Eduardo Rocha, era secretário de Estado da Casa Civil até há poucos meses.

A ausência de Simone Tebet na campanha do PT a governador afeta diretamente a corrida eleitoral de Fábio Trad, que terá dificuldades de explicar aos eleitores petistas o porquê de a ministra do presidente Lula estar no palanque do principal concorrente do ex-deputado federal ao cargo de chefe do Executivo estadual.

O Correio do Estado apurou que essa possibilidade preocupa as lideranças petistas sul-mato-grossenses, pois elas sabem do capital político de Simone Tebet em nível estadual e como seria extremamente importante a participação dela na campanha eleitoral pedindo votos para Fábio Trad.

A aposta dos caciques do PT em Mato Grosso do Sul é de que a ministra do Planejamento e Orçamento seja escolhida por Lula para ser a pré-candidata a vice-presidente da República ou então que ela resolva concorrer ao Senado pelo estado vizinho de São Paulo.

Dessa forma, Simone não poderia fazer campanha eleitoral para a reeleição do governador Riedel e, assim, não prejudicaria a caminhada de Fábio Trad na disputa pelo governo estadual com o candidato progressista.

Procurado pelo Correio do Estado, o pré-candidato a governador pelo PT amenizou a probabilidade de a ministra subir no palanque de Riedel. “Simone tem hoje a altura do Brasil, pois transcendeu Mato Grosso do Sul. Ela pode ser o que quiser onde quiser”, disse.

Fábio Trad completou ainda que, independentemente de qual palanque Simone Tebet subirá na disputa pelo governo do Estado, sempre terá a sua admiração.

“Se vai me apoiar ou não, isso só diz respeito a ela. Só posso dizer sobre quem eu vou apoiar para o Senado, e o nome será aquele que estiver alinhado com o PT nacional e o PT estadual”, assegurou.

PALANQUE DE RIEDEL

Em entrevista concedida neste ano ao Correio do Estado, a ministra do Planejamento e Orçamento informou que, para o pleito do próximo ano, estará nos palanques do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do governador Eduardo Riedel, os quais tentarão a reeleição em seus respectivos cargos eletivos.

“Nos últimos dois anos como ministra do Planejamento e Orçamento, eu consegui destravar o máximo de recursos financeiros da União para Mato Grosso do Sul e, ao longo deste ano, vou procurar estar mais presente no meu estado”, declarou.

Como parte de uma nova estratégia para aumentar a aprovação junto ao eleitorado brasileiro, já de olho na reeleição em 2026, o presidente Lula escalou a ministra para atuar na divulgação do grande número de obras e programas sociais do governo federal em Mato Grosso do Sul para, dessa forma, melhorar sua popularidade.

“O presidente Lula pediu que todos os ministros estejam mais nas suas bases, divulgando os avanços do Brasil graças às políticas do seu governo. Nos primeiros dois anos, tive de focar na parte econômica, o que me exigiu muito tempo, mas agora nada impede que eu, nos fins de semana, possa estar nos municípios, conversando com os novos prefeitos e divulgando o que está sendo feito”, assegurou.

Questionada se essa nova incumbência dada por Lula não servirá também para que ela possa aproveitar para fortalecer o próprio nome de olho no pleito do próximo ano, Simone garantiu que ainda não pensou nessa situação.

“Nessa missão que muito sutilmente o Lula me deu, preciso estar mais presente no Estado. Infelizmente, não tenho condições de prever o futuro, tenho procurado conduzir o meu ministério da forma mais apartidária possível e sem bairrismo. O meu ministério é muito técnico e, além da parte ética, eu cumpro a vontade política do presidente Lula”, argumentou.

A ministra ressaltou que ainda tem tempo para cumprir a sua missão em um dos cargos federais mais importantes que um sul-mato-grossense já ocupou, justamente pela abrangência da Pasta, e isso, segundo ela, lhe traz uma grande responsabilidade.

“Primeiro, quero seguir a determinação do meu partido, que é o MDB, mas já posso adiantar que vou estar com o Lula, não tem como estar de outro lado. O MDB tem três ministros fiéis ao presidente Lula e, quando ele me convidou para apoiá-lo no segundo turno das eleições de 2022, eu disse que já tinha escolhido o lado dele”, recordou.

Simone revelou que não precisava que Lula lhe prometesse nenhum ministério, pois já estava decidida em subir no palanque do petista no segundo turno.

“Mesmo assim, depois que ele foi eleito, Lula insistiu que eu fizesse parte do seu governo. Na terceira conversa que tivemos, acabei aceitando o convite para integrar um ministério. Esse reconhecimento do Lula me fez buscar ajudar projetos voltados para a justiça social e, como alguém que já foi prefeita de Três Lagoas, eu tinha consciência disso”, revelou.

Ela ainda reforçou o compromisso com Lula e Riedel. “Só posso dizer que vou estar no palanque do presidente Lula fazendo campanha para a reeleição dele. Mais para a frente vou definir o meu projeto político, se vou ser candidata a algum cargo majoritário ou proporcional. Por enquanto, só posso reafirmar que meus compromissos são com as reeleições do presidente Lula e do governador Eduardo Riedel”, frisou.

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Política

Carla Zambelli foi agredida por detentas mais de uma vez em prisão na Itália, diz senador

A rotina de agressões veio à tona primeiro por meio de Magno Malta

26/12/2025 19h13

Crédito: Lula Marques / Agência Brasil

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A ex-deputada federal Carla Zambelli teria sido agredida mais de uma vez no período de prisão que cumpre na Itália, segundo apontaram o senador Magno Malta (PL-ES) e a defesa da parlamentar.

A rotina de agressões veio à tona primeiro por meio de Magno Malta. Ele afirmou na segunda-feira, 22, que a ex-deputada federal teria sido alvo de outras detentas pelo menos três vezes A declaração foi feita durante o Culto Grande Clamor pelo Brasil. Depois, ao Estadão, afirmou que na verdade teriam sido duas vezes. A defesa de Zambelli então confirmou. O Estadão procurou o Departamento de Administração Penitenciária da Itália e o Ministério da Justiça italiano, mas não obteve resposta até a publicação.

"Nós estamos aqui para orar por Carlos Zambelli. Entramos no maior presídio feminino do mundo para visitá-la. Perseguida política. Crime de opinião. Está lá. Ela já tinha apanhado três vezes de detentas quando nós fomos visitá-la. Quando ela nos viu, ela ficou congelada", disse o senador.

Zambelli está presa em Roma desde julho, após fugir para a Europa depois de ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça, com auxílio do hacker Walter Delgatti Neto.

Segundo Malta, as agressões teriam ocorrido antes da visita de parlamentares brasileiros à ex-deputada, realizada em setembro, no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma. À época, ele esteve no local acompanhado dos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).

Questionada, a defesa de Zambelli confirmou os episódios de violência, mas afirmou que não houve registro formal das agressões junto às autoridades italianas.

"Não foi registrado. Acho que a Carla manteve isso internamente", afirmou o advogado Fábio Pagnozzi.

Segundo a defesa, a ex-deputada enfrentou instabilidade dentro da unidade prisional por causa da troca constante de detentas na cela em que estava.

"A cela que ela estava mudava constantemente de detentas e algumas a estranhavam. Havia uma detenta que a protegia, pois era mais antiga, porém ela saiu e foi para outra penitenciária", afirmou. Ainda de acordo com o advogado, após pedidos formais, Zambelli foi transferida de cela e de andar.

Durante a visita feita em setembro, porém, nenhum dos senadores mencionou agressões físicas contra a ex-deputada. Em vídeos publicados nas redes sociais à época, os parlamentares relataram que Zambelli demonstrava tristeza, saudades da família e sensação de abandono.

Questionado, o senador afirmou que, durante a visita, a própria Carla Zambelli relatou ter sofrido duas agressões, e não três, como ele chegou a mencionar de forma equivocada. Segundo ela, não houve ferimentos aparentes nem escoriações, e o episódio não foi relatado com mais detalhes à época.

Em nota, o senador alegou não ter se manifestado publicamente sobre o ocorrido antes "porque a informação foi compartilhada de forma reservada, sem indícios de lesões físicas, e dentro de um contexto sensível, que envolvia sua situação jurídica e de custódia".
 

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