Política

OLHAR EXPERIENTE

Representante da OAB no CNJ, Mansour espera "judiciário mais próximo" e em atividades presenciais

Campo-grandense é membro honorário vitalício, Conselheiro Federal, e representará a advocacia no Conselho Nacional de Justiça, afirmando que houve "excessos" na flexibilização dos serviços

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Campo-grandense, filho de Elias Abdo Karmouche e Leila Gabro Karmouche, Mansour Elias Karmouche tomou posse como representante da advocacia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apontando o retorno presencial de servidores e magistrados como uma posição não só, mas também, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).    

Formado em direito pela Universidade do Oeste Paulista - aprovado em dezembro de 1991 pelo exame da ordem, na seccional de São Paulo -, hoje, ele é membro vitalício, além de Conselheiro Federal, acumulando mais esse título de representante após a 1ª Sessão Ordinária de 2023. 

Em discurso, na manhã desta terça-feira (14), ela apontou o retorno das atividades presenciais como um dos temas relevantes a serem tratados. 

"Nosso entendimento coaduna com o da Corregedoria do CNJ e com o próprio órgão. A posição da Ordem dos Advogados do Brasil é pelo retorno presencial de servidores e magistrados", disse. 

Sem esquecer da pandemia, ele cita o período crítico como algo passado, esperando agora pelo retorno para "trabalharmos unidos por uma Justiça mais próxima do jurisdicionado, mais perto do cidadão", completou. 

"É mais um desafio que a vida nos coloca. Eu tô muito feliz poder participar, todos os cargos ali da OAB estão gratuitos, ninguém recebe absolutamente nada, ao contrário de outras funções. A gente tá ali pra exercer a nossa postura crítica construtiva, né? Não é uma crítica destrutiva, mas uma crítica construtiva", apontou em entrevista ao Correio do Estado.

Na ocasião, o então presidente da OAB/MS, Bitto Pereira, ressaltou a alegria para toda a advocacia sul-mato-grossense com a nomeação de Mansour. 

"O sempre Presidente tem uma história de vida dedicada à nossa instituição e de relevantíssimos serviços prestados à toda a classe. Tenho certeza que essa será mais uma missão exitosa na sua carreira", pontuou. 

Objetivos no Conselho

Enquanto representante da advocacia brasileira, em entrevista ao Correio do Estado, ele cita que algumas "tarefas" já haviam sido designadas, entre elas a cobrança para que o CNJ disciplinasse o retorno às atividades presenciais, já que passado o período pandêmicos, os demais setores da sociedade já fizemos o mesmo. 

"Não estou dizendo aqui do Estado, mas em outros lugares da Federação tem juízes morando em outros Estados, tem gente morando fora do Brasil. A meu ver é uma prestação jurisdicional deficitária". 

Destacando a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), ele afirma que quem presta concurso para juiz sabe que será preciso estar presencialmente nas comarcas.

"Tem que estar na sede onde exerce sua atividade, atender os advogados de forma presencial. Se não puder, pode até atender de forma virtual, mas tem que estar trabalhando no local onde está lotado", frisa Mansour.

Ele ainda lembra a necessidade das exceções, diante do cenário da pandemia vivido a partir de 2020, mas afirma que agora há o desejo pelo retorno das atividades presenciais de todos os servidores e magistrados. 

Mansour faz questão de reforçar que isso também já é o posicionamento do corregedor nacional de justiça, Luís Felipe Salomão, e da presidente do CNJ e Supremo Tribunal Federal (SRF), ministra Rosa Weber. 

"Então a OAB está aderindo a esse movimento. Há 2 dias, o presidente do Tribunal de Justiça já baixou uma portaria, determinando o retorno completo. E eu acho que a gente tem que começar a viver a rotina na sua normalidade". 

Por fim, ele ainda comenta que as conquistas adquiridas, no ponto de vista tecnológico, devem ser mantidas como exceções à regra, adotada como opção ao atendimento presencial, com o juiz atendendo os advogados da forma em que era feita antes da pandemia. 

"Agora a determinação que vem do conselho nacional de justiça. É para que se retorne todas as atividades de forma presencial. Isso se deve, inclusive, porquê em outros Estados tem magistrados que mudaram, tem gente que mudou de país. Acho que houve um certo exagero com essa flexibilização e agora querem corrigir isso aí", finalizou.  

 

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Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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