Política

Troca de partidos

Riedel está com um pé no PP, mas tem planos no médio prazo para o PSD

Capilaridade do Progressistas, com diretórios já estruturados em MS, pesa na escolha do governador, que deve deixar o PSDB

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Mesmo adiando o máximo possível a formalização de seu futuro partidário, nos bastidores do Parque dos Poderes ninguém mais esconde o destino do governador do Estado, Eduardo Riedel, atualmente no PSDB, legenda que está próxima do fim. Trata-se do Partido Progressistas, o PP, agremiação que em Mato Grosso do Sul é comandada por sua amiga e aliada, a senadora Tereza Cristina.

O martelo já foi batido  em um encontro entre Riedel e Tereza Cristina no mês passado, resta agora marcar uma data para o governador deixar o PSDB. Apesar da definição “no fio do bigode”, sem nenhuma assinatura de filiação partidária, Eduardo Riedel mantém outro partido que o cobiçava, o PSD, em seu radar.


Trata-se de uma estratégia de médio prazo, apurou o Correio do Estado. O partido, cujo cacique é Gilberto Kassab, chefe da Casa Civil de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, não tem estrutura de pessoal e lideranças nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

Além da falta de capilaridade, o PSD também tem um Fundo Partidário menor do que a “megafederação” União Progressista (entre PP e União Brasil), lançada no primeiro semestre. Com Reinaldo Azambuja, que tem o PL como destino, a dupla formada pelo governador, que tentará a reeleição, e o ex-governador de MS, que tentará o Senado, praticamente garante o financiamento da chapa para as eleições do próximo ano somente com o Fundão Eleitoral, principal elemento do financiamento público de campanha.

Com o arranjo, ainda sobra espaço para Nelsinho Trad tentar a reeleição pelo PSD. O senador tenta encontrar uma brecha para ser o outro senador da aliança Riedel (futuramente no PP) e Azambuja (futuramente no PL). Só terá de disputar espaço com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Gerson Claro, que quer subir alguns degraus na política e candidatar-se ao Senado pelo PP.

PSD no radar

Mas não é porque Eduardo Riedel está praticamente com um pé no PP que o PSD está fora de cogitação. O partido de Kassab, segundo o Correio do Estado apurou com interlocutores do Parque dos Poderes, seria a melhor legenda para acomodar a ampla aliança, que atende políticos e autoridades de direita, centro e centro-esquerda.

O PP, sobretudo no primeiro semestre, apesar de ainda ter ministérios no governo de Lula, tem sido um dos líderes da oposição ao governo federal e tem se posicionado à direita no Congresso Nacional.

O PSD segue no radar, porém, para um segundo momento. Em caso de êxito em seu projeto de reeleição, Riedel e seus aliados ainda continuariam cogitando a ida ao partido de Kassab, para estruturá-lo no interior do Estado. Dessa forma, ficariam Riedel, Tereza Cristina e Azambuja, cada um no comando de um partido.

Acordo de 2024

A saída de Riedel e Azambuja do PSDB praticamente põe uma pedra na tentativa de sobrevivência do partido, que chegou a governar o Brasil por dois mandatos, com Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990, e foi a principal legenda antagônica ao PT ao longo de quase três décadas.

Mato Grosso do Sul é o último reduto do PSDB no Brasil. Dos 13 deputados federais, 3 estão em MS. Com a saída de Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) para o PSD, só sobrou Riedel na legenda.

Ao migrarem, respectivamente, para PP e PL, Riedel e Azambuja cumprirão um acordo fechado nas eleições municipais de 2024, com Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, e Jair Bolsonaro.

O acordo consistia em o PL abrir mão de lançar candidato a prefeito de Campo Grande para apoiar o deputado federal Beto Pereira como candidato.

Em troca, foi alinhada a ida de Azambuja ao PL e de Riedel para outra legenda próxima do arco de alianças de Jair Bolsonaro.

A ideia seria a de todos seguirem no mesmo barco, alinhados à mesma candidatura presidencial em 2026.

Saiba

Republicanos ou MDB podem se unir ao PSDB 

No primeiro semestre, o PSDB chegou a aprovar a fusão com o Podemos, mas houve um recuo do segundo partido, depois de verificada uma possível debandada tucana antes mesmo da consolidação da fusão. O fracasso na tentativa de fusão levou o PSDB a negociar com outros partidos: Republicanos e MDB.  A maior possibilidade é de que os tucanos se unam a um destes dois. Hoje, Republicanos e MDB são bem maiores e mais estruturados que o PSDB.

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POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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