Política

CAMPO GRANDE

Rose deixa carteira de investimentos de R$ 12 bilhões para disputar a prefeitura

A ex-titular da Sudeco lança a pré-candidatura hoje à noite com as lideranças Antônio Rueda, ACM Neto e Ronaldo Caiado

Continue lendo...

Determinada em conseguir, desta vez, o cargo de prefeita de Campo Grande na eleição municipal do próximo dia 6 de outubro, a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) abriu mão de uma carteira de investimentos de R$ 12 bilhões ao deixar o comando da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

Para quem não conhece, o comando da Sudeco é um cargo considerado estratégico dentro da gestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como os dos titulares da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

As três superintendências – Sudeco, Sudene e Sudam – foram criadas durante a ditadura militar no Brasil com a função de elaborar planos diretores de desenvolvimento para os estados das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte e, atualmente, estão subordinadas ao Ministério da Integração Regional, cujo titular é Waldez Góes.

No entanto, o sonho de ser prefeita de Campo Grande falou mais alto e Rose Modesto decidiu abrir mão desse cargo federal e, a partir das 18 horas de hoje, lança a sua pré-candidatura com a presença das lideranças nacionais do União Brasil, demonstrando que a sigla apoiou sua decisão de abrir mão de um cargo tão relevante nacionalmente.

Pelo menos até ontem, já estavam confirmadas as participações no ato político do presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, do primeiro-vice-presidente nacional da legenda, ACM Neto, neto do ex-presidente do Senado e ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que já é presidenciável para as eleições gerais de 2026.

EXPERIÊNCIA

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, Rose Modesto disse que todo o trabalho que fez à frente da Sudeco durante mais de um ano serviu de experiência de gestão que pretende utilizar na administração de Campo Grande, caso seja eleita.

“O planejamento que a gente deixou pronto com a nova equipe é possível dar sequência por pelo menos mais três anos, portanto, a Sudeco não ficou acéfala e poderá tocar ações voltadas ao desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal”, assegurou.

Ela revelou ainda que, em pouco mais de um ano na Sudeco, foi possível aumentar o orçamento para a Região Centro-Oeste dos R$ 10,3 bilhões de 2023 para R$ 12 bilhões neste ano.

“Para este ano, são R$ 11 bilhões e mais R$ 1 bilhão que vai trabalhar com o microcrédito”, detalhou.

Rose reforçou que teve um resultado muito positivo à frente da Superintendência, pois entregou duas novas linhas de créditos muito importantes para a região.

“Uma é FCO Irrigação, para fortalecer ainda mais a produção da agricultura familiar, e a outra é o FCO Mulher Empreendedora, trazendo as mulheres para esse protagonismo do mundo dos negócios e da geração de empregos”, argumentou.

A ex-deputada federal disse que deixou o cargo com tudo muito organizado e pensando no desenvolvimento do Centro-Oeste.

“Sobre a questão de disputar a eleição, o que me pautou realmente foram as indicações que a gente começou a ver nas pesquisas de intenções de voto e também andando pelas ruas e ouvindo as pessoas”, revelou.

A pré-candidata recordou que as pessoas lhe falaram para disputar a eleição, pois a queriam em Campo Grande.

“Elas me falaram que queriam ter a oportunidade de poder votar em mim novamente. Isso foi uma coisa que me deu realmente muita disposição e coragem, pois é preciso ter coragem, obviamente, para poder vir para uma disputa como essa”, assegurou.

Rose reforçou que é preciso ter coragem para pensar em uma administração diferente para obter os resultados que precisam chegar a Campo Grande.

“Quero fazer um modelo novo de gestão, mais eficiente e com mais transparência no gasto do dinheiro público. Precisa ter mais servidores valorizados e tudo isso me motiva muito”, revelou.

De acordo com a pré-candidata, ela está com muita disposição para poder trabalhar e, se for ele, liderar uma equipe preparadíssima para poder garantir às pessoas uma Campo Grande melhor, “com mais oportunidades, com mais qualidade de vida e com mais acesso à saúde”.

“Quando a gente fala do transporte público, precisa fazer valer o que está no contrato, entregar um serviço de transporte público para o usuário de mais qualidade, olhar para Campo Grande como uma cidade de quase 900 mil pessoas e que precisa ter um asfalto, uma pavimentação de mais qualidade, pois são ainda quase mil quilômetros sem asfalto. Quero fazer um estudo para levantar melhor porque tem quase metade do asfalto que já não serve mais, que vai precisar ser recapeado”, citou.

Ela acrescentou que também pretende usar a experiência adquirida como vereadora, como vice-governadora, como secretária estadual de Assistência Social, como deputada federal e na relação com a classe política.

“A minha capacidade de dialogar com a direita, com a esquerda e com o centro deve me ajudar na administração da Capital”, projetou.

Para a ex-deputada federal, tudo isso vai fazer com que tenha condições de trazer para Campo Grande mais investimentos para resolver os principais problemas do município, alguns que já vêm de algumas décadas.

“Quem não tiver capacidade de dialogar com todo mundo, com o governo federal, com o governo estadual e fazer uma gestão eficiente, não vai conseguir ser uma boa gestora”, disse.

Ela argumentou que hoje está muito preparada e focada.

“Pode dizer que estou com muita coragem e disposta para poder fazer uma boa gestão à frente da prefeitura graças a essa experiência política que adquiri ao longo da minha vida”, finalizou.

ASSINE O CORREIO DO ESTADO

Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Continue Lendo...

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

Continue Lendo...

O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).