Política

ELEIÇÕES 2024

Sobram candidatos e faltam propostas para colocar fim aos gargalos da Capital

Cidade chega a quase um milhão de habitantes com falhas em infraestrutura, mobilidade, segurança, saúde e educação

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Com a lista de pré-candidatos a prefeito crescendo, a população de Campo Grande começa a se perguntar se as eleições de outubro de 2024 vão de fato virar a página de estagnação do crescimento e promover o desenvolvimento social da cidade.

O próximo prefeito vai administrar, a partir de 2025, um orçamento de mais de R$ 6,5 bilhões (valor projetado para 2024 mais a correção do período). Mas a pergunta que se repete a cada gestão é se todo o dinheiro arrecadado e alocado pelo município (emendas e convênios inclusos) será aplicado de modo a atender às necessidades da população, que aspira por crescimento e desenvolvimento da cidade.

A um ano das eleições, a pré-campanha já movimenta os bastidores políticos e também é sentida nas ruas, suscitando reações se desta vez valerá a pena votar nesse ou naquele candidato. 

Por isso, o que se espera dos postulantes são propostas concretas de solução para cada um dos problemas cruciais da população, questões relacionadas ao alcance das políticas públicas nas áreas de saúde, educação e segurança e voltadas à infraestrutura urbana.

Há, segundo especialistas, tecnologias suficientes para tornar a gestão pública mais eficiente, mas a sua aplicação depende da capacidade política do gestor e da competência da equipe de governo. 

A concorrência para se servir do cargo em vez de servir a população não pode se manter como estratégia de disputa eleitoral. A “governança”, princípio que levou à modernização no mundo corporativo, não dá mais qualquer margem para tomadas de decisões “fora da curva”, indiferentes às demandas da população. 

Por isso, não basta governar, tem de inovar, dar importância às questões que realmente mexem com a vida das pessoas. Os gestores municipais precisam ter dimensão da responsabilidade em administrar a cidade e gerenciar crises políticas sem perder de vista a obrigação de fazer as entregas que a população precisa. 

Governança nada mais é do que a capacidade administrativa e financeira do gestor de implementar as políticas públicas, uma vez que de uma boa governança derivam-se ações essenciais para o êxito das políticas públicas.

Fala-se muito em garantir recursos, mas a população quer resposta à altura dos gestores públicos na implementação das políticas públicas, transparência e entregas completas e no prazo necessário. 
Diante desse quadro, alimenta-se uma expectativa muito forte em relação à nova geração de políticos, em que se sobressaem as perspectivas de mudanças e o estabelecimento de um novo ciclo de desenvolvimento.

NOVA GERAÇÃO

Campo Grande clama por lideranças com visão de futuro, preocupadas de fato em atender às necessidades de progresso e melhorar a qualidade de vida das pessoas. 

Lideranças capazes de enfrentar o caos no sistema de saúde, com unidades sobrecarregadas, a deficiência no transporte coletivo, que impacta a rotina de milhares de trabalhadores, e o trânsito desordenado, sem uma engenharia de tráfego satisfatória, problemas que refletem a falta de planejamento e investimento em infraestrutura.

Ninguém duvida que Campo Grande está diante do maior de todos os desafios: ter uma candidatura à altura, com propostas e real vontade política de nortear a futura administração a partir da manifestação popular, não pela conivência partidária, erro que até então vem persistindo e resultando no retalhamento do governo.

Não há como negar a falta de ações para melhorar a segurança pública, reduzir os índices de criminalidade e evitar o avanço do domínio de gangues na periferia da cidade, onde até a cobrança de pedágio foi estabelecida por conta da sensação de impunidade, favorecida por falta de investimentos e melhor estrutura do aparelho de segurança. 

A cidade precisa de líderes comprometidos em transformar esse cenário, e uma grande quantidade de candidatos só será relevante se eles trouxerem propostas e respostas aos desafios do crescimento econômico e do progresso social.

Essa, sem dúvida, é a expectativa da população, eleger alguém que reúna capacidade política, determinação nas ações e sensibilidade para entender que, primeiro, deve-se ouvir o clamor popular, buscando dos políticos e aliados contribuições que possam garantir o ingresso de Campo Grande em um novo ciclo de desenvolvimento.

INTERESSADOS

Pelas movimentações políticas e rearrumação dos partidos com vistas às eleições de 2024, a lista de postulantes ao cargo de prefeito traz nomes conhecidos, mas sem nenhuma proposta diferente. Os métodos continuam os mesmos da política tradicional.

Aparecem como prováveis candidatos à disputa em Campo Grande o ex-governador André Puccinelli (MDB), a ex-vice governadora Rose Modesto (União Brasil), o deputado estadual Lucas de Lima (PDT), a atual prefeita Adriane Lopes (PP), o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS), a deputada federal Camila Jara (PT-MS), o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD), o advogado Beto Figueiró (Novo), o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), o ex-deputado federal e ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), Rodrigo Lins (Democracia Cristã), o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), o vereador Carlão (PSB) e o vereador André Luís (Rede). 

Todos os nomes até agora colocados têm frações de aceitação, mas também expressivas taxas de rejeição, de acordo com as pesquisas de intenções de votos já publicadas na mídia. Desse bloco de pré-candidatos, por enquanto, apenas a petista Camila Jara anunciou disposição de formar grupos de trabalho para identificar as demandas da população, diagnosticar os obstáculos ao crescimento para então sugerir um plano de governo mais realista.

Mato Grosso do Sul tem sido pródigo em forjar lideranças no plano nacional e ao longo das últimas décadas assiste a uma saudável renovação nos quadros da política local, regional e nacional. 

As eleições gerais do ano passado deram o start dessa reciclagem política, que agrega lideranças classistas, conservadores, neoliberais, progressistas e ativistas de centro-esquerda. O que se espera é que nesse processo de renovação as velhas práticas fiquem para trás.

É preciso que os próximos gestores municipais tenham a dimensão da responsabilidade de administrar a cidade e gerenciar crises políticas sem perder de vista a obrigação de fazer as entregas que a população precisa, lembrando sempre que de uma boa governança derivam-se ações essenciais para o êxito das políticas públicas, inclusão social e geração de oportunidades de crescimento sustentável e bem-estar da população.

CAMPO GRANDE JÁ TÊM 14 PRÉ-CANDIDATOS

Apesar de as eleições municipais serem em outubro de 2024, Campo Grande já tem 14 pré-candidatos a prefeito. Os principais são o ex-governador André Puccinelli (MDB); a ex-vice-governadora Rose Modesto (União Brasil); a atual prefeita, Adriane Lopes (PP); os deputados federais Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT) e Marcos Pollon (PL); e os deputados estaduais Lucas de Lima (PDT) e Pedrossian Neto (PSD).

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ELEIÇÕES 2026

Pré-candidato a senador, Azambuja vai tentar quebrar tabu que já dura 40 anos

O último ex-governador de MS eleito democraticamente que conseguiu ganhar uma eleição ao Senado foi Wilson Martins

22/12/2025 08h20

O ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) é pré-candidato a senador nas eleições do próximo ano

O ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) é pré-candidato a senador nas eleições do próximo ano Reprodução

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O ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) é pré-candidato a senador da República nas eleições gerais do próximo ano em Mato Grosso do Sul e, caso consiga ser eleito, quebrará um tabu que completará 40 anos em 2026.

Trata-se do fato de ser o primeiro ex-governador a ser eleito para o Senado desde as eleições de 1986, quando o advogado Wilson Barbosa Martins, do então PMDB, deixou o cargo de governador em 14 de maio daquele ano para concorrer ao cargo de senador da República.

Ele foi substituído pelo então vice-governador Ramez Tebet, também do PMDB, que ficou à frente do cargo de governador por exatos 10 meses, enquanto Wilson Martins foi eleito senador, ficando apenas um mandato, de 15 de março de 1987 a 1º de janeiro de 1995.

Depois do finado emedebista, que faleceu aos 100 anos de idade no dia 13 de fevereiro de 2018 em Campo Grande, nenhum ex-governador conseguiu tal feito, apesar de outros dois governadores eleitos pelo voto direto, Pedro Pedrossian (PTB) e Zeca do PT, tentaram, em 2002 e 2018, respectivamente.

No caso de Pedro Pedrossian, o ex-governador foi derrotado nas urnas pelo novato Delcídio do Amaral (PT), que ficou à frente do cargo por dois mandatos, acabando cassado em maio de 2016 por 74 votos a favor, uma abstenção, nenhum voto contrário, tornando-o inelegível por 11 anos.

Já Zeca do PT teve o registro de candidatura ao Senado impugnado a pedido da Procuradoria Regional Eleitoral do Estado em agosto de 2018. Na época, o então deputado federal foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) por improbidade administrativa em 2017.

Com o ex-governador petista fora do páreo, foram eleitos o então ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PSD), e a advogada Soraya Thronicke (Podemos), que, na ocasião, venceu a disputa pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, que foi eleito presidente da República e, com isso, ajudou a eleger inúmeros apoiadores na chamada “Onda Bolsonaro”.

MAIS UM TABU

Na eventualidade de ser eleito senador, o ex-governador Reinaldo Azambuja quebrará o segundo tabu consecutivo, já que em 2022 conseguiu eleger o sucessor, o então secretário estadual de Obras, Eduardo Riedel, tornando-se o primeiro gestor estadual reeleito a obter tal feito.

Ele quebrou uma escrita que já durava 32 anos em Mato Grosso do Sul. Nascido em Campo Grande, filho de Zulmira Azambuja Silva e Roberto de Oliveira Silva, o agropecuarista e político foi o 11º governador de MS. 

Filiado ao PSDB, elegeu-se prefeito de Maracaju em 1996 e foi reeleito em 2000. Já em 2006, elegeu-se deputado estadual e obteve a maior votação da história do Estado ao conquistar 47.772 votos. 

Em 2010, elegeu-se deputado federal com cerca de 122.213 votos válidos, candidatando-se a prefeito de Campo Grande em 2012, mas perdeu.

No ano de 2014, foi eleito governador, derrotando o senador Delcídio do Amaral no 2º turno. Quatro anos depois, em 2018, foi reeleito vecendo, também no 2º turno, o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT).

*SAIBA

O senador por dois mandatos, de 1º de fevereiro de 1995 a 17 de novembro de 2006, Ramez Tebet chegou a ser governador de 14 de março de 1986 até 15 de março de 1987. No entanto, ele não entra no cálculo, porque só foi eleito senador oito anos depois de deixar o cargo de governador, além disso, não chegou a disputar uma eleição para chefe do Executivo estadual, concorrendo apenas como vice-governador.

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Política

Arquivos sobre Jeffrey Epstein somem do site do Departamento de Justiça dos EUA

Os arquivos desaparecidos, que estavam disponíveis na sexta-feira (19) e não mais acessíveis no sábado

21/12/2025 12h30

Trump aparece em fotos de festas organizadas por Epstein House Oversight Committee

Trump aparece em fotos de festas organizadas por Epstein House Oversight Committee Foto: House Oversight Committee

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Pelo menos 16 arquivos desapareceram da página pública do Departamento de Justiça dos EUA para documentos relacionados a Jeffrey Epstein - incluindo uma fotografia mostrando o Presidente Donald Trump - menos de um dia após serem postados, sem nenhuma explicação do governo e sem aviso ao público.

Os arquivos desaparecidos, que estavam disponíveis na sexta-feira (19) e não mais acessíveis no sábado, incluíam imagens de pinturas retratando mulheres nuas, e uma mostrando uma série de fotografias ao longo de um aparador e em gavetas. Nessa imagem, dentro de uma gaveta entre outras fotos, havia uma fotografia de Trump, ao lado de Epstein, Melania Trump e a associada de longa data de Epstein, Ghislaine Maxwell.

O Departamento de Justiça não respondeu às perguntas no sábado sobre por que os arquivos desapareceram, mas disse em uma postagem no X que "fotos e outros materiais continuarão sendo revisados e redigidos de acordo com a lei com abundância de cautela à medida que recebemos informações adicionais."

Online, os arquivos desaparecidos inexplicavelmente alimentaram especulações sobre o que foi retirado e por que o público não foi notificado, aumentando a intriga de longa data sobre Epstein e as figuras poderosas que o cercavam. Democratas no Comitê de Supervisão da Câmara apontaram para a imagem desaparecida apresentando uma foto de Trump em uma postagem no X, escrevendo: "O que mais está sendo encoberto? Precisamos de transparência para o público americano."

O episódio aprofundou preocupações que já haviam surgido a partir da muito antecipada liberação de documentos do Departamento de Justiça. As dezenas de milhares de páginas tornadas públicas ofereceram pouca nova visão sobre os crimes de Epstein ou as decisões de acusação que permitiram que ele evitasse acusações federais sérias por anos, enquanto omitiam alguns dos materiais mais de perto observados, incluindo entrevistas do FBI com vítimas e memorandos internos do Departamento de Justiça sobre decisões de acusação.

Faltam entrevistas do FBI sobre sobreviventes

Alguns dos registros mais consequentes esperados sobre Epstein não foram encontrados nas divulgações iniciais do Departamento de Justiça, que abrangem dezenas de milhares de páginas.

Estão faltando entrevistas do FBI com sobreviventes e memorandos internos do Departamento de Justiça examinando decisões de acusação - registros que poderiam ter ajudado a explicar como os investigadores viam o caso e por que Epstein foi permitido em 2008 a se declarar culpado de uma acusação estadual de prostituição relativamente menor.

As lacunas vão além.

Os registros, exigidos para serem liberados sob uma lei recentemente aprovada pelo Congresso, dificilmente referenciam várias figuras poderosas há muito associadas a Epstein, incluindo o ex-príncipe Andrew da Grã-Bretanha, renovando perguntas sobre quem foi escrutinado, quem não foi, e quanto as divulgações realmente avançam na responsabilidade pública.

Entre os novos detalhes: visão sobre a decisão do Departamento de Justiça de abandonar uma investigação sobre Epstein nos anos 2000, o que permitiu que ele se declarasse culpado daquela acusação estadual, e uma queixa anteriormente não vista de 1996 acusando Epstein de roubar fotografias de crianças.

As liberações até agora foram pesadas em imagens das casas de Epstein em Nova York e nas Ilhas Virgens dos EUA, com algumas fotos de celebridades e políticos.

Havia uma série de fotos nunca antes vistas do ex-presidente Bill Clinton, mas pouquíssimas de Trump. Ambos foram associados a Epstein, mas desde então negaram essas amizades. Nenhum foi acusado de qualquer irregularidade em conexão com Epstein e não havia indicação de que as fotos desempenhassem um papel nos casos criminais contra ele.

Apesar de um prazo estabelecido pelo Congresso na sexta-feira para tornar tudo público, o Departamento de Justiça disse que planeja liberar registros em uma base contínua. Atribuiu o atraso ao processo demorado de obscurecer os nomes dos sobreviventes e outras informações de identificação. O departamento não deu nenhum aviso de quando mais registros podem chegar.

Essa abordagem irritou alguns acusadores de Epstein e membros do Congresso que lutaram para aprovar a lei que forçou o departamento a agir. Em vez de marcar o fim de uma batalha de anos por transparência, a liberação de documentos na sexta-feira foi apenas o início de uma espera indefinida por uma imagem completa dos crimes de Epstein e das etapas tomadas para investigá-los.

"Eu sinto que novamente o DOJ, o sistema de justiça está nos falhando," disse Marina Lacerda, que alega que Epstein começou a abusar sexualmente dela em sua mansão na cidade de Nova York quando ela tinha 14 anos.

Muitos dos registros há muito antecipados foram redigidos ou faltavam contexto. Promotores federais em Nova York apresentaram acusações de tráfico sexual contra Epstein em 2019, mas ele se matou na prisão após sua prisão.

Os documentos recém tornados públicos eram uma fração de potencialmente milhões de páginas de registros na posse do departamento. Em um exemplo, o vice-procurador-geral Todd Blanche disse que os promotores federais de Manhattan tinham mais de 3,6 milhões de registros de investigações de tráfico sexual envolvendo Epstein e Maxwell, embora muitos duplicassem material já entregue pelo FBI.

Muitos dos registros liberados até agora haviam sido tornados públicos em processos judiciais, divulgações do Congresso ou pedidos de liberdade de informação, embora, pela primeira vez, todos estivessem em um só lugar e disponíveis para o público pesquisar gratuitamente.

Aqueles que eram novos muitas vezes faltavam contexto necessário ou estavam fortemente redigidos. Um documento de 119 páginas marcado como "Grand Jury-NY," provavelmente de uma das investigações federais de tráfico sexual que levaram às acusações contra Epstein em 2019 ou Maxwell em 2021, estava inteiramente redigido.

Registros incluem fotos com Michael Jackson e Diana Ross

Aliados republicanos de Trump aproveitaram as imagens de Clinton, incluindo fotos do democrata com os cantores Michael Jackson e Diana Ross. Havia também fotos de Epstein com os atores Chris Tucker e Kevin Spacey, e até mesmo Epstein com o jornalista de TV Walter Cronkite. Mas nenhuma das fotos tinha legendas e não foi dada nenhuma explicação para por que qualquer um deles estava junto.

Os registros mais substanciais liberados até agora mostraram que os promotores federais tinham o que parecia ser um caso forte contra Epstein em 2007, mas nunca o acusaram.

Uma das vítimas disse ser agredida sexualmente por Epstein

Transcrições de procedimentos do grande júri, liberadas publicamente pela primeira vez, incluíam testemunhos de agentes do FBI que descreviam entrevistas que tiveram com várias meninas e mulheres jovens que descreveram ser pagas para realizar atos sexuais para Epstein. A mais jovem tinha 14 anos e estava no nono ano.

Uma delas contou aos investigadores sobre ser sexualmente agredida por Epstein quando inicialmente resistiu aos seus avanços durante uma massagem.

Outra, então com 21 anos, testemunhou perante o grande júri sobre como Epstein a contratou quando ela tinha 16 anos para realizar uma massagem sexual e como ela passou a recrutar outras meninas para fazer o mesmo.

"Para cada menina que eu trouxesse, ele me daria US$ 200," ela disse. Eram principalmente pessoas que ela conhecia do ensino médio, disse ela. "Eu também disse a elas que, se fossem menores de idade, apenas mentissem sobre isso e dissessem que tinham 18 anos."

Os documentos também contêm uma transcrição de uma entrevista que advogados do Departamento de Justiça fizeram mais de uma década depois com o procurador dos EUA que supervisionou o caso, Alexander Acosta, sobre sua decisão final de não apresentar acusações federais.

Acosta, que foi secretário do trabalho durante o primeiro mandato de Trump, citou preocupações sobre se um júri acreditaria nas acusadoras de Epstein.

Ele também disse que o Departamento de Justiça pode ter sido mais relutante em fazer uma acusação federal de um caso que ficava na fronteira legal entre tráfico sexual e solicitação de prostituição, algo mais comumente tratado por promotores estaduais.

"Não estou dizendo que era a visão correta," Acosta acrescentou. Ele também disse que o público hoje provavelmente veria as sobreviventes de forma diferente.

"Houve muitas mudanças no depoimento das vítimas," disse Acosta.

Jennifer Freeman, advogada representando a acusadora de Epstein, Maria Farmer, e outras sobreviventes, disse no sábado que sua cliente se sente pressionada após a liberação do documento. Farmer buscou por anos documentos que respaldassem sua alegação de que Epstein e Maxwell estavam em posse de imagens de abuso sexual infantil.

"É um triunfo e uma tragédia", ela disse. "Parece que o governo não fez absolutamente nada. Coisas horríveis aconteceram e se eles investigassem de alguma forma mínima, eles poderiam ter parado ele."

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