Política

Mato Grosso do Sul

Soraya teria feito "aliança secreta" com Contar de olho no governo e prefeituras

Pelo projeto de poder, a senadora pode indicar nomes para ocupar quatro secretarias de Estado agora e para disputar duas prefeituras

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Às vésperas do 2º turno da eleição para governador de Mato Grosso do Sul, veio à tona uma possível “aliança secreta” entre a ex-candidata à Presidência da República pelo União Brasil e presidente da sigla no Estado, senadora Soraya Thronicke, e o candidato a governador pelo PRTB, deputado estadual e capitão da reserva Renan Contar, 38 anos, como parte de um projeto de poder que inclui, além do governo do Estado já no pleito deste ano, as prefeituras de Campo Grande e Dourados em 2024.

De acordo com fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o apoio da senadora ao deputado estadual teria sido costurado na reta final do 1º turno das eleições gerais, quando pesquisas internas já davam como certa a derrota da então candidata a governadora pelo União Brasil, deputada federal Rose Modesto, que agora está sem partido.

Na ocasião, a empresária Iara Diniz, esposa de Capitão Contar, teria ligado para Soraya Thronicke e combinado que, durante o debate entre os candidatos à Presidência da República transmitido pela Rede Globo de Televisão, a senadora colocaria contra o muro o presidente Jair Bolsonaro (PL), forçando-o a declarar apoio à candidatura do PRTB em Mato Grosso do Sul, em detrimento do candidato do PSDB, Eduardo Riedel.

Como planejado pelas duas aliadas de primeira hora, Soraya Thronicke obteve êxito no debate ao conseguir forçar Bolsonaro a pedir, em cadeia nacional, que os seus eleitores em Mato Grosso do Sul votassem no Capitão Contar para governador.

A arapuca deu tão certo que, logo após Bolsonaro pedir voto para Contar, a senadora disse, ao vivo, que o deputado estadual teria de agradecê-la pelo feito, quase colocando a perder a “aliança secreta” alinhada com Iara Diniz.

No domingo de votação do 1º turno das eleições, o candidato do PRTB conseguiu sair da 3ª colocação entre os postulantes ao governo do Estado para o 1º lugar, deixando de fora do 2º turno o até então favorito, o ex-governador André Puccinelli (MDB).

Diante disso, o staff de Soraya Thronicke e a própria senadora voltaram a conversar com Iara Diniz e Capitão Contar para reforçar a “aliança secreta”.

Aliados de ocasião

No entanto, o trio não contava com as declarações públicas de apoio feitas pelo ex-governador André Puccinelli e pelo ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), que, nos bastidores, teriam exigido cargos no governo do Estado em uma eventual vitória de Contar.

Para não perder os novos aliados de ocasião, Iara, Soraya e Contar decidiram repartir o “bolo”, excluindo da partilha as secretarias de Estado de Governo, Obras, Educação, Fazenda e Produção e liberando as outras para Puccinelli e Trad.

Segundo foi revelado ao Correio do Estado, a Secretaria de Estado de Governo ficará com Iara Diniz, pois esta Pasta controla os recursos de comunicação e marketing, área dominada pela publicitária, enquanto as de Obras, Fazenda, Educação e Produção serão de Soraya Thronicke.

Para essas quatro pastas, a senadora já teria em mente dois nomes, o do seu ex-sócio, o advogado Dani Fabrício, e o do seu atual sócio, o advogado Rhiad Abdulahad, que não conseguiu se eleger deputado estadual pelo União Brasil.

Além disso, ainda conforme as mesmas fontes, a presidente estadual do União Brasil vai tentar trazer de volta para o partido a deputada federal Rose Modesto, que deixou a sigla após se sentir traída pela ex-aliada durante a campanha eleitoral.

A proposta de Soraya Thronicke seria a Pasta de Educação para Rose e, em 2024, a indicação do nome dela para disputar a Prefeitura de Campo Grande.

Outro desafeto que seria contemplado com uma secretaria em uma eventual gestão do Capitão Contar seria o ex-candidato a deputado federal Marcelo Miglioli, que deixou o União Brasil com Rose Modesto.

Ele assumiria a Secretaria de Estado de Obras, enquanto Abdulahad ficaria com a Secretaria de Estado de Fazenda. Já o primo da senadora, o ex-candidato a deputado estadual Mauro Thronicke, será indicado para ser candidato a prefeito de Dourados em 2024.

Amizade antiga

A senadora Soraya Thronicke e o deputado estadual Capitão Contar são aliados de longa data, pois ambos foram eleitos durante a onda bolsonarista em 2018.

Os dois chegaram a caminhar juntos até a eleição para a Prefeitura de Campo Grande, em 2020, quando o candidato do antigo PSL seria o capitão da reserva do Exército, porém, eles não contavam com a traição do ex-aliado deputado federal Loester Trutis (PL), que tentou ser o candidato do partido na disputa da eleição.

Com o imbróglio criado por Trutis, Capitão Contar desistiu de disputar a Prefeitura de Campo Grande, e coube a Soraya Thronicke impedir que os o deputado federal do seu partido fosse o candidato do então PSL.

A briga acabou causando rachaduras na relação Contar-Soraya, que ficou estremecida e foi até parar na Justiça, quando Capitão Contar tentou sair do partido, mas, como o mandato era do PSL, foram colocados panos quentes sobre a questão até a criação do União Brasil, que nasceu da fusão do PSL com o DEM.

O deputado estadual Capitão Contar finalmente conseguiu migrar do PSL para o PL, mas, ao saber que o partido não lançaria candidato a governador para apoiar a candidatura de Eduardo Riedel, acabou indo para o PRTB.

No desenrolar da campanha eleitoral, com o enfraquecimento da candidatura de Rose Modesto, Contar e Soraya voltaram a se reaproximar graças às articulações de Iara Diniz, que costurou o novo projeto de poder envolvendo a todos.

O que dizem a senadora e o deputado?

Procurados pelo Correio do Estado, Capitão Contar não respondeu aos questionamentos sobre a aliança com Soraya. Já a senadora, por meio de sua assessoria, negou qualquer apoio formal ao candidato. 

Política

Tebet anuncia que revisão de gastos será abordada com Lula após o 2º turno

A pretensão é que ele seja enviado ao Congresso Nacional em seguida, permitindo que algumas das propostas sejam aprovadas ainda neste ano e outras, no início de 2024

15/10/2024 22h00

Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet

Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (15) que "chegou a hora para levar a sério" uma revisão de gastos estruturais no Brasil. Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Tebet afirmou que o plano da equipe econômica é endereçar uma série de medidas em três pacotes.

O primeiro deles, segundo a ministra, deve ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo após o segundo turno das eleições municipais. A pretensão é que ele seja enviado ao Congresso Nacional em seguida, permitindo que algumas das propostas sejam aprovadas ainda neste ano e outras, no início de 2024.

"Nós estamos muito otimistas que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente", disse Tebet. As medidas que serão enviadas a Lula, esclareceu, já passaram pelo crivo da equipe econômica.

Segundo a ministra, o tempo escasso até o fim do ano foi considerado para determinar quais medidas seriam contempladas pela primeira etapa.

"Nós temos que trabalhar com a política brasileira. Nós temos que trabalhar com o diálogo, com o Congresso Nacional", disse. "A ideia é colocar o máximo possível de medidas ainda neste ano dentro daquilo que a gente sabe que é possível votar ou começar a discussão e terminar no primeiro semestre do ano que vem".
Tebet afirmou que a maioria das propostas deve necessitar de medidas legislativas e afirmou que acredita que será possível aproveitar PECs que já foram apresentadas.

A ministra não forneceu detalhes sobre quais medidas irão compor a revisão de gastos. Ela afirmou, no entanto, que uma das propostas analisadas teria potencial de aumentar o espaço fiscal em até R$ 20 bilhões.

Tebet relembrou que alguns debates estão interditados por Lula e pela própria equipe econômica, como alterações na política de valorização do salário mínimo e na vinculação da aposentadoria à métrica.

Questionada se a limitação dos supersalários do setor público será contemplada em alguma das etapas, a titular do Planejamento afirmou que os salários acima do limite constitucional são ilegais, inconstitucionais e imorais. A inclusão da medida agora ou em um segundo momento, acrescentou, depende de uma conversa que envolverá o presidente Lula.
Nesta terça (15), um integrante da equipe econômica confirmou à Folha que a limitação dos supersalários e as mudanças no desenho do seguro-desemprego estão na lista de medidas em estudo no Ministério da Fazenda. 

A ideia é buscar um acordo no Congresso para aprovação do projeto de lei que regulamenta os supersalários e limita a poucas exceções o pagamento fora do teto remuneratório do funcionalismo, que tem como base o salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), atualmente em R$ 44 mil.

 

*Informações da Folhapress 

Política

Possível relatora da CPI das Bets, Soraya pede reforço de segurança

Com o andamento da CPI no Senado Federal, a senadora Soraya Thronicke está alinhando com a Polícia Federal para garantir sua integridade, caso assuma a relatoria, tanto em Brasília quanto em Mato Grosso do Sul

15/10/2024 18h50

A senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos)

A senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos) Imagens/ Roque Sá- Agência Senado

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A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que entrou com pedido da conhecida “CPI das Bets” e está em alinhamento para atuar como relatora, pediu reforço de segurança à Polícia Federal.

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) recebeu autorização do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para investigar organizações criminosas, lavagem de dinheiro e a participação de influencers promovendo a jogatina

Com nome cotado para assumir a relatoria, a senadora, segundo levantou o jornalista Lauro Jardim em sua coluna para O Globo, está alinhando a segurança com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

A senadora pretende obter suporte de segurança tanto em Brasília quanto quando estiver em Mato Grosso do Sul.

Para a Agência Senado, a senadora pontuou que os aplicativos iniciam deixando a impressão de que o usuário pode ganhar e em seguida ocorre o contrário. "Muitos deles já são feitos para que a pessoa comece com êxito, ganhe dinheiro, se empolgue, se viciando, e dali a pouco já está programando para entrar em uma onda de perda", justificou Thronicke.

Para o senador Rodrigo Munha (AL), líder do Podemos, a CPI tem como objetivo apurar “a crescente influência dos jogos virtuais de apostas on-line no orçamento das famílias brasileiras”.

Além disso, a CPI das Bets quer investigar possíveis ligações de organizações criminosas com os jogos para o uso de lavagem de dinheiro.

A senadora Soraya Thronicke disse que a CPI deve ser instaurada após o segundo turno das eleições municipais.

Diferente da outra CPI instaurada no Senado Federal, a das ‘Bets’ irá abranger um escopo além de jogos esportivos e investigará a ligação com atividades ilícitas.

Posteriormente, serão escolhidos os parlamentares que irão compor a CPI, conforme indicação das lideranças partidárias.

Jogos online

Outra CPI está em andamento no Senado, que investiga apostas on-line e deve ouvir no dia 30 de outubro a influencer Deloane Bezerra, conforme confirmou o presidente da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, senador Jorge Kajuru (PSB-GO).

No andamento da CPI, ainda estão previstos os depoimentos do jogador de futebol Lucas Paquetá.

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