Política

ELEIÇÕES 2024

Total de pesquisas em MS está menor, mas acende alerta de possível fraude

A 13 dias da eleição de 2020, houve 383 sondagens, já no mesmo período deste ano são 226 levantamentos, queda de 41%

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A 13 dias das eleições municipais em Mato Grosso do Sul, pesquisa junto ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que o número de pesquisas eleitorais registradas está 41% menor para o pleito deste ano em comparação ao pleito de 2020. Enquanto há quatro anos houve um total de 383 sondagens, neste ano são 226 levantamentos.

No entanto, intensificou-se no atual processo eleitoral as pesquisas com suspeitas de irregularidades. Nas últimas semanas, foram identificadas distorções nos dados, faixas do eleitorado ignoradas nas entrevistas e até pessoas de outras cidades sendo ouvidas, com a Justiça Eleitoral chegando a derrubar inúmeras pesquisas, tanto em Campo Grande quanto nas cidades do interior.

Ainda de acordo com o TSE, em dados nacionais, das 8.282 sondagens eleitorais registradas até o momento, 30% são financiadas pelos institutos, o que acende um alerta entre pesquisadores para possibilidades de fraudes.

A avaliação de especialistas é a de que há uma série de questões estruturais que estabeleceram um cenário propício para a realização de pesquisas. Entre elas estão o aumento da escolarização de moradores do interior, a descentralização da economia, a interiorização das estruturas partidárias e o aumento da competitividade das disputas.

Esse é o caso do diretor do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa, que explicou ao Correio do Estado que, até o fim da campanha eleitoral, não acredita que o número ficará menor do que o das eleições de 2020, mas a queda registrada neste momento em relação às últimas eleições municipais se dá por alguns fatores. 

“O primeiro é o rigor para fazer o registro de uma pesquisa eleitoral. A Justiça Eleitoral está mais atenta a isso, e a multa para quem fizer coisa errada pode passar de R$ 100 mil. É uma multa pesada, e não difere se é empresa pequena, média ou grande. Nesse caso, o instituto de pesquisa que levar a multa vai ter que arcar”, destacou.

Conforme ele tem percebido, nessas eleições houve um aumento no número de empresas de pesquisas de fora que vêm registrar pesquisas eleitorais aqui em Mato Grosso do Sul – e com números bem diferentes dos que estão sendo mostrados pelas empresas locais.

“Há empresas que, por exemplo, abriram as portas há 60 dias e já estão registrando pesquisas. Então, é preciso tomar cuidado com esse tipo de instituto. Será que ele tem estrutura e conhecimento para executar um estudo desses?”, questionou.

Sobre as empresas que se autofinanciam, Barbosa alerta que o verdadeiro problema disso é que os institutos de pesquisa sobrevivem prestando serviço de pesquisa e, caso eles ofereçam esse trabalho sem cobrar nada, a empresa não ganha dinheiro.

“Então, quem é o verdadeiro contratante? Esse é o ponto, e temos alguns institutos que estão ainda tentando burlar o sistema da seguinte maneira: abre duas empresas, um instituto de pesquisa e um veículo de comunicação ou qualquer outra empresa e fica registrando pesquisas com esse CNPJ”, alertou.

 O diretor do IPR completou que, na teoria, são empresas diferentes, mas, na verdade, trata-se da mesma empresa.

“Dessa forma, o dinheiro não circula e acaba, desse modo, escondendo o verdadeiro contratante. Isso é uma coisa muito séria, e é aí que são jogados para os eleitores números totalmente conflitantes com os apurados pelos institutos sérios. E a população não sabe diferenciar e, infelizmente, acaba tornando o mercado de pesquisa algo suspeito”, analisou.

Ele reforçou que, se a empresa faz uma pesquisa correta e dentro de uma metodologia, obtém uma ideia próxima do resultado real que sairá das urnas. 

“No mundo, nos países onde há uma democracia forte, como nos Estados Unidos, por exemplo, dois norte-americanos fizeram esse estudo e, em torno de 80% das pesquisas, o porcentual de acerto foi de 80%”, revelou.

Barbosa ressaltou que o problema é que os institutos de fora fazem inúmeras artimanhas para poder fazer o jogo do contratante, e isso, acaba atrapalhando quem trabalha sério. 

“E aí desanima também o mercado, porque ficam jogando fake news, com as pessoas falando: ‘Olha, o instituto fez isso, o outro fez aquilo’. No fim, isso cria um ambiente complicado”, argumentou.

 Para finalizar, o diretor do IPR revelou que, na contramão das pesquisas registradas, as pesquisas para o consumo interno, ou seja, que não precisam ser registradas no TSE e fazem parte de estratégia dos partidos, cresceram vertiginosamente. “Agora, as pesquisas registradas realmente, devido a esses vários fatores de valores, rigor e fiscalização, estão em queda”, concluiu.

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ORDEM DOS ADVOGADOS

Eleição da OAB no Estado leva hoje às urnas 12,3 mil advogados aptos a votar

Os candidatos são Bitto Pereira, da chapa 22 ("Pelo Futuro da OAB"), e Lucas Rosa, da chapa 11 ("Renovação: OAB de Todos")

22/11/2024 07h53

Os advogados Bitto Pereira, da chapa 22, e Lucas Rosa, da chapa 11, disputam a presidência da OAB-MS

Os advogados Bitto Pereira, da chapa 22, e Lucas Rosa, da chapa 11, disputam a presidência da OAB-MS Foto: Montagem

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Das 9h às 17h de hoje, os 12.380 advogados do Estado aptos a votar – que não têm condenação disciplinar e estão em dia com a tesouraria – vão às urnas para eleger o próximo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB-MS) para o triênio 2025-2027, que na eleição deste ano tem como candidatos Bitto Pereira, da chapa 22 (“Pelo Futuro da OAB”), que tentará a reeleição, e Lucas Rosa, da chapa 11 (“Renovação: OAB de Todos”).

Ao todo, são 31 subseções em Mato Grosso do Sul. Além do presidente, os advogados vão eleger o Conselho Seccional e sua diretoria, o Conselho Federal, a diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados (CAAMS) e as diretorias e conselhos subseccionais. 

Para votar, os advogados devem levar o Cartão de Identidade Profissional ou um dos seguintes documentos: Carteira de Identidade Nacional (CIN), Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e Passaporte.

As chapas para o Conselho Seccional são compostas por 45 conselheiros seccionais titulares, incluídos os membros da diretoria e com indicação nominal desses, e 45 suplentes, três conselheiros federais titulares e três conselheiros federais suplentes e cinco membros para a composição da diretoria da CAAMS.

Os vencedores do pleito vão tomar posse no dia 1º de janeiro de 2025 para o exercício do mandato trienal em sessão ordinária realizada no Plenário do Conselho Federal, presidida pelo presidente eleito, após prestarem o compromisso legal. 

O advogado que não comparecer ao local de votação fica sujeito à multa, equivalente a 20% do valor da anuidade. Em caso de ausência, ela deve ser justificada, por escrito, dentro do prazo de 30 dias, contados a partir do dia útil seguinte à data da eleição – ou seja, até 6 de janeiro de 2025.

Em Campo Grande, a votação será na sede da OAB-MS, que fica na Avenida Mato Grosso, nº 4.700, Centro, enquanto os locais das 31 subseções podem ser consultados no site da oabms.org.br/eleicao-oab/. Como serão utilizadas urnas eletrônicas, o resultado das eleições está previsto para sair até as 18h de hoje.

EXPECTATIVAS

O atual presidente da OAB-MS, Bitto Pereira, disse ao Correio do Estado que está otimista para a eleição de hoje.

“Diante de todo o trabalho que nós fizemos ao longo dos três anos, tanto em Campo Grande quanto em todas as 31 subseções, a expectativa é de que tenhamos uma maiúscula vitória”, projetou.

Ele completou ter certeza de que a advocacia sul-mato-grossense saberá reconhecer o trabalho feito por sua gestão.

“Atuamos em todas as frentes, abordando as prerrogativas e os honorários dos advogados, a Escola Nacional da Advocacia [ESA] e a Caixa de Assistência dos Advogados. Enfim, trabalhamos unidos por uma advocacia forte e respeitada”, assegurou, completando que sua principal bandeira é o empreendedorismo na advocacia.

Já o advogado Lucas Rosa revelou ao Correio do Estado que a expectativa é que toda advocacia exerça seu sagrado direito de escolher seus dirigentes.

“Especialmente porque o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul [TJMS] acolheu um pleito da Associação dos Advogados de Mato Grosso do Sul [AAMS] de suspensão de todos os prazos e de todos os atos judiciais das audiências e dos julgamentos para que todos advogados possam votar presencialmente, como deve ser”, ressaltou.

Em razão disso, ele ressaltou que a expectativa é que a advocacia exerça esse direito ao voto, opine, escolha seus dirigentes e não deixe de votar.

“Não votem nulo, não votem em branco, mas escolha efetivamente a liderança. E no meu caso, especificamente, o nosso desejo é de renovação e de restauração da ordem para que volte a ser o que sempre foi e para que volte a ser o que ela era. Afinal, atualmente, a gente está se afastando do debate público, do dia a dia do advogado, e sem alternância de poder”, criticou.

Saiba

Eleitorado é maior do que em 42 cidades

Os 12.380 advogados aptos a votar na eleição da OAB-MS é maior do que o eleitorado de 42 municípios de Mato Grosso do Sul. Na prática, o número de advogados que podem votar no pleito de hoje é superior ao de 53% dos 79 municípios sul-mato-grossenses.

OPERAÇÃO

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes "faz tudo o que não diz a lei"

PF indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe de estado

21/11/2024 20h00

Foto: Senado

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Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

"Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

*Com informações da Agência Brasil

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