Nas últimas semanas, ambos foram consultados pelas lideranças nacionais das legendas PSD, Podemos e Republicanos
A importância do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja para a definição do PSDB nacional sobre qual partido será o escolhido para a fusão partidária, de olho nas eleições gerais do próximo ano, ficou muito clara nas últimas semanas.
Tratados como verdadeiro fiel da balança, eles receberam em Campo Grande ou mantiveram contatos em Brasília (DF) com os presidentes nacionais do PSD, Gilberto Kassab, do Podemos, deputada federal Renata Abreu, e do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira, para falar sobre a possibilidade de suas legendas serem a escolhida para a fusão com os tucanos.
Apesar de o PSDB também governar os estados do Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite, e Pernambuco, com Raquel Lira, é Mato Grosso do Sul onde o partido ainda mantém a mesma força política que o tucanato tinha entre o fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, quando comandou o Brasil, com ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e o poderoso estado de São Paulo, com Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.
A relevância de ambos para a definição dessa fusão trouxe de forma secreta a Campo Grande o presidente nacional do PSD, que manteve uma reunião fechada com Riedel e Azambuja e tratou de tentar convencê-los de que seu partido seria a melhor opção para os tucanos embarcarem.
Tanto que isso levou Gilberto Kassab a considerar a opinião dos dois a respeito da fusão e veio a Mato Grosso do Sul sem reportar ao presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo. Algo que acabou sendo repetido pela presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, que se reuniu com Riedel na noite de quinta-feira.
Já o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, procurou Reinaldo Azambuja durante agenda do ex-governador em Brasília e também a pauta foi a possível fusão com o PSDB.
Diante de tanto assédio aos dois, no dia 14, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, veio a Campo Grande se reunir com as lideranças tucanos de Mato Grosso do Sul.
Na oportunidade, ele reforçou a importância de Eduardo Riedel, comunicando a realização, nos próximos dias, de uma reunião em Brasília com os três governadores do PSDB para selar o destino da legenda.
A informação foi repassada ao Correio do Estado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB e tesoureiro nacional do partido, explicando que o plano de Marconi Perillo é definir até o fim de abril qual será o caminho que a legenda tomará de olho em 2026.
PROJETO NACIONAL
A reportagem apurou que tanto Riedel quanto Azambuja teriam deixado bem claro a Perillo que não basta simplesmente escolher uma das três legendas interessadas para fazer a fusão.
Conforme eles, faz-se necessário que o partido escolhido ou os partidos escolhidos possa ajudar na construção de um projeto nacional para o Brasil.
As duas principais lideranças tucanas de Mato Grosso do Sul são unânimes em afirmar que, antes de escolher o partido ou partidos, é preciso pensar também em um projeto de continuidade aqui no Estado, onde Riedel tentará a reeleição como governador e Azambuja buscará uma cadeira no Senado.
Eles entendem que, diferentemente do que a maioria da população pensa, o Brasil tem, sim, alternativas para disputar a Presidência da República em 2026 e, por isso, a fusão tem de passar pela construção de um projeto saudável para o País, tanto fiscal quanto financeiramente, com políticas públicas bem definidas.
Outra posição comum de Riedel e Azambuja é de que a história política do PSDB no Brasil não pode ser apagada. Nesse sentido, eles defendem que o partido busque uma forma de manter vivo o legado de mudanças aprovadas pelos tucanos, como a criação do real, o início da privatização das estatais federais e os programas sociais.
SAIBA
PSDB quer Podemos e Solidariedade
Após meses negociando uma tentativa de fusão com PSD ou MDB, o presidente do PSDB, Marconi Perillo, diz que a sigla desistiu da união com estas legendas.
Conforme Perillo, os tucanos decidiram se unir com outros dois partidos menores: Podemos e Solidariedade. O objetivo é evitar a entrada em um processo de “extinção” e manter o programa da sigla.
“O partido caminha nesta direção, de fazer fusão com partidos menores, para mantermos nosso programa, nossa história. A direção é essa. É o que a base quer, e vamos fazer”, disse Marconi Perillo, ressaltando que a possibilidade de se unir a PSD e MDB vinha provocando um racha interno.
Assine o Correio do Estado