Política

Campo Grande

Tribunal de Contas atende CPI e reabre investigação sobre transporte público

Câmara pede auxílio para verificar cumprimento de acordo firmado em 2020 entre Prefeitura e Consórcio Guaicurus

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O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE) acolheu parcialmente o pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara Municipal de Campo Grande e decidiu reabrir a análise sobre o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) firmado em 2020 para reavaliar o cumprimento das cláusulas referentes ao transporte coletivo urbano da capital. A solicitação consta em edição extra do Diário Oficial desta quinta-feira (31) e foi feita pelo vereador Dr. Lívio Viana (União Brasil), presidente da CPI do Transporte, por meio de ofício enviado em 24 de julho deste ano. 

A reabertura do acordo ocorre após a cúpula da CPI apontar indícios de descumprimento de obrigações pactuadas entre a Prefeitura de Campo Grande, a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), a Agetran (Agetran) e o Consórcio Guaicurus. 

Segundo a comissão, as medidas previstas no acordo não foram totalmente implementadas, o que teria causado prejuízos à administração pública e à população campo-grandense.

Ao Correio do Estado, Dr. Lívio destacou nesta quinta-feira (31), que além de rever o acordo pactuado, as investigações realizadas pela CPI pretendem sugerir novas cláusulas ao acordo vigente, detalhes que o vereador preferiu não detalhar. 

"A presente solicitação fundamenta-se nos fatos graves e relevantes que foram apresentados e devidamente apurados no âmbito desta Comissão Parlamentar de Inquérito, especialmente aqueles que indicam o não cumprimento integral dos termos e condições pactuados no referido TAG", diz trecho do ofício encaminhado ao Tribunal de Contas.

Conforme exposto no documento, a reabertura do acordo tem como justificativa o fato de que "as investigações conduzidas pela CPI revelaram indícios consistentes de que as medidas acordadas não foram devidamente implementadas ou alcançaram os resultados esperados, gerando prejuízos à gestão pública e, consequentemente, à sociedade campo-grandense". 

O acordo

O Termo de Ajustamento de Gestão foi firmado em 30 de novembro de 2020, em meio a pandemia da Covid-19, com prazos ajustados. Durante sua vigência, reuniões técnicas foram promovidas por conselheiros do TCE-MS, além da apresentação de relatórios de monitoramento e a realização de perícias vinculadas a ações judiciais movidas pelo Consórcio Guaicurus.

Um dos pontos centrais da controvérsia diz respeito à cláusula 5.1 do TAG, que trata do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão do transporte. Embora essa cláusula esteja judicializada, em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, o TCE esclareceu que todas as demais cláusulas do acordo continuam válidas e vigentes.

Na ação, uma perícia indicou déficit na remuneração do Consórcio Guaicurus, o que levou à fixação judicial de uma tarifa de R$ 7,79 por passageiro, valor que havia sido calculado e proposto pela Agereg com previsão de aplicação desde janeiro de 2023. 

Com a reabertura do acordo, o Tribunal de Contas pretende retomar o acompanhamento rigoroso das obrigações assumidas no acordo, em resposta aos apontamentos da CPI. A comissão da Câmara também colocou-se à disposição para fornecer documentos e provas que sustentem as irregularidades apuradas.

Histórico 

À época, a Agereg deveria ter apresentado o balanço financeiro em 31 de março, mas, conforme a Corte, o prazo foi ampliado para o fim de setembro e mais uma vez não deverá ser cumprido no tempo determinado. De acordo com a assessoria do conselheiro do TCE-MS e relator do procedimento, Waldir Neves, a Agereg pediu a prorrogação do prazo estipulado para apresentação do estudo de reequilíbrio financeiro ao Tribunal de Contas.

Na ocasião, o prazo já ultrapassava em seis meses o acordado inicialmente, por causa da demora na tomada de decisão e da falta de fiscalização sobre irregularidades da concessionária, a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) foi alvo de inquérito pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).  

O reequilíbrio financeiro é uma das medidas estabelecidas por meio do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) assinado em 2020 e uma solicitação constante do Consórcio Guaicurus, que aponta a defasagem da base de cálculo usada na cobrança da tarifa e a falta de recursos para manter o serviço. 

“A Agereg precisa realizar uma mudança tarifária, o transporte coletivo foi afetado pela pandemia, reduziu muito o número de usuários e, com isso, a quantidade de ônibus em circulação também diminuiu, o que fez com que o Consórcio diminuísse o faturamento”, apontou o conselheiro na época.  

De acordo com o TAG, entre as várias determinações contidas no documento, “a compromissária Agereg deverá finalizar, até 31 de março de 2021, os processos regulatórios instaurados para o reequilíbrio econômico-financeiro e a revisão do contrato de concessão, considerando, minimamente e com precisão, em todas as hipóteses, os reflexos econômicos no fluxo de caixa, se necessário, os casos que requeiram alterações contratuais”, diz o documento. 

A multa estabelecida segundo o TAG para o não cumprimento do prazo determinado para apresentação do reequilíbrio financeiro era de 600 Uferms, o equivalente a R$ 25.536,00 à época.  

*Colaborou Daiany Albuquerque

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POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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