Política

Presidência da Câmara

Trutis e Ovando vão "trair" PSL na sucessão; Fábio Trad está indeciso

Fábio Trad ainda não sabe se votará em Arthur Lira (PP-AL); Trutis e Ovando não apoiarão Baleia Rossi (MDB-SP)

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A 20 dias das eleições para presidente da Câmara dos Deputados, a movimentação para consolidar as duas principais candidaturas é intensa. 

Há muitos parlamentares indecisos, deputados que já anunciaram que não vão seguir a orientação do partido e até grupo de parlamentares que oficializou o desrespeitou à decisão da legenda.

Na bancada de Mato Grosso do Sul a situação não é diferente. Dos sete parlamentares que estão no bloco de 11 partidos que anunciou apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), dois deixaram o barco e não vão seguir o partido. 

Outro parlamentar, do grupo que apoia Arthur Lira (PP-AL), falou que ainda não definiu seu voto.

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Esses posicionamentos que ocorrem em todas as bancadas não confirmam que os candidatos terão só votos das bancadas que anunciaram que os apoiam.

O deputado sul mato-grossense Loester Trutis (PSL) disse ao Correio do Estado no fim de dezembro que votaria em um candidato alinhado com a renovação nesta eleição para presidente da Câmara, como fez na eleição anterior, quando votou em Marcel Van Hatten (Novo).

Trutis, com o deputado Dr. Luiz Ovando (PSL) e outros 30 parlamentares da legenda, assinou documento em que afirma que não vai seguir a orientação da legenda para votar em Baleia Rossi, candidato lançado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e que tem apoio dos partidos da esquerda. 

Trutis disse que mudou de opinião porque atendeu a “pedido do Planalto”.

Desse documento com 32 adesões, 17 não são consideradas pela Mesa Diretora da Câmara porque estes parlamentares estão com suas atividades suspensas, conforme consta no site da Câmara dos Deputados. Entretanto, eles votam para eleger a Mesa Diretora.

Indeciso

Já o deputado Fábio Trad (PSD), que faz parte da legenda que anunciou apoio a Lira, disse que até o momento não havia definido se seguiria esta orientação. 

“Ainda não decidi. Conversarei com o presidente [Gilberto] Kassab, o líder do meu partido, e depois com os quatro candidatos, para tomar uma decisão”. 

Kassab havia anunciado que a bancada tem autonomia, mas ressaltou que praticamente todos estariam fechados com Lira. O partido tem 35 deputados.

Os deputados Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT) reafirmam que vão seguir a orientação de seus partidos e votar em Baleia Rossi, como forma de se opor ao candidato do presidente da República, Jair Bolsonaro, que é Arthur Lira. O PT tem 52 deputados, e o PDT tem 26 parlamentares.

Pró-Baleia

Dagoberto enfatizou que “Baleia Rossi assumiu o compromisso de não ser uma pessoa que representa o atual presidente da República”. O parlamentar fala em apoiar alguém que coloque o Brasil nos trilhos. 

“Porque se depender só deste presidente [Bolsonaro], da sua incompetência, do seu despreparo, do seu desgoverno, se nós não elegermos um presidente da Câmara comprometido com o País, aí não sei o que vai virar o nosso Brasil”. Para Vander Loubet, “a bancada do PT na Câmara sempre trabalha de forma a buscar o consenso interno”. 

Vander diz que, no caso da eleição para a presidência da Câmara não é diferente.

“Após muito debate foi feita uma votação, e a maioria entendeu que o melhor caminho é apoiar Baleia Rossi. Sou partidário dessa decisão da bancada. Até porque isso contempla um entendimento da bancada com o grupo liderado pelo Rodrigo Maia, que reúne vários partidos e busca manter a independência da Casa em relação ao governo”, considerou Loubet.

“O Arthur Lira é o candidato do governo, sendo assim, o foco do PT é derrotar essa candidatura”.

Completando que “a independência da Câmara em relação ao governo é fundamental. Se tem uma coisa que ajudou a amenizar os efeitos graves da pandemia em nosso País foi a atuação da Câmara dos Deputados e do Senado”, afirmou o deputado petista.

Ontem, porém, a presidente nacional do PT, a deputada paranaense Gleisi Hoffmann, colocou o acordo com Baleia Rossi na condicional novamente. 

Ela disse que o partido pode não votar no emedebista, caso ele não se comprometa em dar seguimento às solicitações, como comissões parlamentares de inquérito (CPIs) e eventuais pedidos de impeachment.

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ELEIÇÕES 2024

Disputa entre Adriane e Rose teve a 2ª menor diferença de votos da história

O primeiro pleito entre duas mulheres em Campo Grande só perdeu para o confronto entre André e Zeca do PT, em 1996

26/11/2024 08h00

A prefeita Adriane Lopes e a ex-deputada federal Rose Modesto durante a votação

A prefeita Adriane Lopes e a ex-deputada federal Rose Modesto durante a votação Foto: montagem

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A eleição municipal deste ano em Campo Grande ficou marcada por ser a primeira disputa pela prefeitura da Capital entre duas candidatas mulheres e também por ter sido a segunda com a menor diferença de votos da história no município.

O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), com base nos dados disponibilizados pelo setor de estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), e repassado ao Correio do Estado para publicação.

Na consulta feita pelo IPR, o pleito entre a prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) só perdeu no quesito diferença de votos entre a candidata vitoriosa e a derrotada no segundo turno em Campo Grande para o confronto entre o ex-governador André Puccinelli (MDB) e o ex-governador Zeca do PT, em 1996.

Enquanto no segundo turno da eleição para prefeito de Campo Grande em 1996, o então candidato André Puccinelli fez 131.124 votos, ou seja, 50,08% dos votos válidos, o candidato Zeca do PT fez 130.713 votos, isto é, 49,92% dos votos válidos, o que significou uma diferença de 0,16% ou 411 votos.

Já no caso do segundo turno da eleição para prefeita da Capital deste ano, a atual prefeita Adriane Lopes fez 222.699 votos, ou seja, 51,45% dos votos válidos, enquanto a ex-deputada federal Rose Modesto obteve 210.112 votos, isto é, 48,55% dos votos válidos, o que representou uma diferença de 2,91% ou 12.587 votos.

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, pelo levantamento realizado com os dados disponibilizados pela Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul, as eleições para a Prefeitura de Campo Grande em 1996 e 2024 foram as duas com as menores diferenças de votos até o momento.

“A diferença entre o candidato vitorioso na eleição de 1996, que, no caso, foi André Puccinelli, e o candidato derrotado, Zeca do PT, foi de apenas 0,16% ou 411 votos. Foi muito, muito pouco mesmo. No caso de Adriane e Rose, o porcentual de diferença foi de 2,91% ou 12.587 votos para a prefeita, que acabou sendo reeleita. Na comparação de 1996 com 2024, tivemos duas margens pequenas”, pontuou.

ABSTENÇÃO

Aruaque Barbosa completou que, em 1996, Campo Grande tinha praticamente a metade do número de eleitores de hoje, eram 345.625 eleitores, contra 646.198 neste ano. “Aumentou muito a quantidade de eleitores, só que o que aumentou proporcionalmente também, o que me chamou muito a atenção, foi o número de abstenção nesses dois períodos”, apontou.

Na avaliação do diretor do IPR, com o passar do tempo, cada vez mais pessoas estão deixando de votar, e isso pode influenciar até em resultados de pesquisas de intenções de votos e, o mais importante, no resultado das eleições.

“Porque a gente não sabe se essas pessoas que deixaram de votar prefeririam mais a Adriane ou a Rose”, argumentou.

Ele acrescentou ainda que, como a diferença entre as duas candidatas foi pequena, de apenas 2,91%, caso a abstenção tivesse sido menor, talvez a eleição pudesse ter tido um resultado diferente. “Ou a Adriane ganharia por uma margem maior de votos dos que os obtidos pela Rose, ou a ex-deputada federal teria se aproximado mais da prefeita ou, ainda, até mesmo vencido as eleições deste ano”, analisou.

Aruaque Barbosa citou que, na eleição de 1996, mais de 278,3 mil eleitores compareceram às urnas, ou seja, 80% das 345.625 pessoas aptas a votar, enquanto, neste ano, 461.386 eleitores compareceram, isto é, 71% das 646.198 pessoas aptas a votar, uma diferença de 9 pontos porcentuais. “Em 1996, a abstenção atingiu o porcentual de 19,47% e, no pleito deste ano, o porcentual foi de 28,60%”, detalhou.

Para o diretor do IPR, o que se pode dizer dos números é que a alta abstenção poderia ter influenciado até no resultado das eleições. “E até isso tem de ser estudado, afinal, por que esse número de abstenção está aumentando? Por que as pessoas não estão indo votar? Elas estão desanimadas com os candidatos, com a forma da democracia ou com o voto direto? O que está acontecendo?”, questionou.

Na avaliação de Aruaque Barbosa, a Justiça Eleitoral precisa fazer um estudo mais aprofundado sobre essa questão para encontrar o motivo para um porcentual tão alto. “Até para o TRE-MS poder entender melhor e trabalhar a comunicação nesse sentido”, finalizou.

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Política

Tebet afirma que "lugar de golpista é na cadeia"

Participando de um painel na Expo Favela, a ministra comentou sobre a intentona golpista que culminou no indiciamento do ex-presidente Bolsonaro

25/11/2024 17h45

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Durante o 2º dia da Expo Favela Innovation Ceará 2024, a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, rasgou o verbo após a Polícia Federal indiciar o ex-presidente Bolsonaro (PL) e membros de seu governo.

No painel que dividiu com a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), Tebet traçou um panorama sobre sua vivência durante o regime militar, ressaltando que, onde não há democracia, “as minorias são massacradas”.

A fala da ministra foi a mais dura entre os representantes da política sul-mato-grossense que repudiaram a tentativa de golpe que envolve o ex-presidente Bolsonaro e outras 36 pessoas - algumas com participação ativa em seu governo.

"Por isso, o coro contra golpista tem que ser unânime. Lugar de golpista é na cadeia; lugar de quem quer a morte das pessoas é na cadeia. Esse não é o espírito cristão do cidadão. Onde já se viu alguém que tem armas na mão falar em envenenar ou matar uma autoridade eleita legitimamente pelo povo?", pontuou Simone.

Tentativa de golpe

O presidente Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas foram indiciados, no dia 21 de novembro, e vão responder por crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Entre os indicados está o general da reserva que mora em Mato Grosso do Sul, Laércio Virgílio, que foi apontado como participante de um grupo denominado "alta patente".

Em conversas de WhatsApp, revelou-se um suposto planejamento para a prisão do ministro Alexandre de Moraes, que seria levado para o pelotão dos Kids Pretos em Goiás.

O inquérito de mais de 800 páginas está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve encaminhá-lo, nesta terça-feira (26), à Procuradoria Geral da República (PGR).

Com o documento em mãos, cabe ao PGR definir os procedimentos seguintes.

 

 

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