Política

CAMPO GRANDE

Uma semana depois de registros, só o PT mandou dinheiro para a campanha

Os demais partidos com candidatos a prefeito ainda não liberaram dinheiro para a primeira semana de campanha nas ruas

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Com o prazo para os partidos registrarem os nomes dos candidatos a prefeito de Campo Grande na Justiça Eleitoral esgotado no dia 15 deste mês, apenas a executiva nacional do PT, que integra a Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), já destinou recursos financeiros para a deputada federal Camila Jara colocar a campanha eleitoral nas ruas.

As demais executivas nacionais de legendas com candidaturas à Prefeitura de Campo Grande, como o PP, que integra a coligação “Sem Medo de Fazer o Certo” e tem como candidata a atual prefeita Adriane Lopes, o PSDB, que faz parte da coligação “Juntos pela Mudança” e tem como candidato o deputado federal Beto Pereira, e União Brasil, que está na coligação “Unidos por Campo Grande” e tem como candidata a ex-deputada federal Rose Modesto, ainda não destinaram nada.

O Correio do Estado fez uma consulta ao site Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para verificar as prestações de contas dos oito candidatos a prefeito da Capital, e apenas na conta de Camila Jara constava o recebimento de recursos da executiva nacional do PT, no montante de R$ 702.703,35, enquanto nos demais esse item ainda está zerado.

A reportagem procurou o presidente municipal do PT em Campo Grande, Agamenon Rodrigues do Prado, que informou que o adiantamento do recurso para a campanha eleitoral por parte da executiva nacional é uma estratégia adotada em todos os municípios onde o partido terá candidaturas na cabeça de chapa.

“A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann [Paraná], conversou com todos os diretórios estaduais do partido em todo o Brasil e deixou bem claro que faria o adiantamento do dinheiro.

Porém, ela informou que a legenda realizará um monitoramento na situação de cada candidatura majoritária e, onde o desempenho estiver melhor, receberá um novo aporte”, explicou.

Prado acredita que a primeira avaliação será feita 15 dias após o início da campanha eleitoral gratuita no rádio e na televisão, para saber se o candidato cresceu, caiu ou estagnou.

“No caso nosso, aqui de Campo Grande, se a Camila melhorar nas pesquisas de intenções de votos, vamos receber mais recursos. Se ela continuar crescendo, podemos chegar até o limite estabelecido pela Justiça Eleitoral, ou seja, R$ 9.883.449,19”, revelou.

No entanto, o presidente municipal do PT completou que, caso a candidatura da deputada federal fique estagnada ou mesmo sofra uma queda junto ao eleitorado campo-grandense, o volume de recursos também diminuirá.

“Se não apresentarmos crescimento, receberemos recursos suficientes para fazer uma campanha honrada, sem deixar contas não pagas. Particularmente, eu concordo com esse critério, pois é o mais justo com todos os candidatos”, argumentou. A executiva nacional do PT é a segunda do Brasil que mais receberá recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), que, ao todo, chegará a R$ 4.961.519.777,00, valor estabelecido pelo Congresso Nacional para gastos com a corrida eleitoral deste ano, para ser distribuído para os 29 partidos brasileiros.

Para o PT, serão destinados R$ 619,8 milhões, montante só menor que o do PL, que terá direito a R$ 886,8 milhões. “É bom lembrar que esse montante do PT será distribuído entre todos os municípios onde o partido tem candidatos a prefeito”, explica Prado. 

REPASSE DO FUNDO

A Resolução do TSE nº 23.605/2019 estabelece diretrizes gerais para a gestão e a distribuição dos recursos do FEFC aos diretórios nacionais dos partidos políticos. Esse fundo público, destinado ao financiamento de campanhas eleitorais das candidatas e dos candidatos, está previsto nos artigos 16-C e 16-D da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições).

O texto estabelece que todas as normas que regem as atividades das legendas nas eleições devem ser aplicadas também às federações de partidos, inclusive quanto: à escolha e ao registro de candidatas e de candidatos; à arrecadação e à aplicação de recursos em campanhas eleitorais; à propaganda eleitoral; à contagem de votos; à obtenção de cadeiras; à prestação de contas; e à convocação de suplentes.

A resolução prevê ainda que deve ser preservada a identidade e a autonomia dos partidos de uma federação, bem como estabelece que os recursos devem ser distribuídos aos diretórios nacionais na proporção de cada sigla. O FEFC integra o Orçamento Geral da União e é disponibilizado, até o primeiro dia útil do mês de junho do ano eleitoral, ao TSE. 

A movimentação dos recursos é efetuada exclusivamente da conta única do Tesouro Nacional. Os partidos podem comunicar ao TSE, também até o primeiro dia útil do mês de junho, a renúncia ao fundo. Quando isso ocorrer, os valores retornarão à conta do Tesouro.

Já o montante total do Fundo será divulgado, no Portal da Transparência do TSE, até 15 dias após a data do recebimento da descentralização da dotação orçamentária. Os recursos do fundo devem ser distribuídos, em parcela única, aos diretórios nacionais dos partidos, observando os critérios estabelecidos pela Lei nº 9.504/1997.

São eles: 2%, dividido igualitariamente entre todas as legendas com estatutos registrados no TSE; 35%, dividido entre os partidos que tenham, pelo menos, um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do porcentual de votos obtidos na última eleição; 48%, dividido entre as siglas, na proporção do número de representantes na Câmara, consideradas as legendas dos titulares; 15%, dividido entre os partidos, na proporção do número de representantes no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares.

Saiba

Confira as candidaturas à Prefeitura de Campo Grande nas eleições municipais do dia 6 de outubro: prefeita Adriane Lopes (coligação “Sem Medo de Fazer o Certo”); advogado Beto Figueiró (Partido Novo); deputado federal Beto Pereira (coligação “Juntos Pela Mudança”); deputada federal Camila Jara (Federação Brasil da Esperança); comerciante Jorge Batista (PCO); comerciante Luso Queiroz (Federação PSOL – Rede); ex-deputada federal Rose Modesto (coligação “Unidos por Campo Grande”); e advogado Ubirajara 
Martins (DC).

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Eleições em Campo Grande

Ciro Nogueira diz que Bolsonaro foi induzido ao erro ao apoiar Beto Pereira

Cacique do PP se referiu a tucanos de MS ao comentar efeito da ausência de ex-presidente em palanque de Adriane Lopes

11/09/2024 18h20

Ciro Nogueira esteve em evento de campanha de Adriane Lopes

Ciro Nogueira esteve em evento de campanha de Adriane Lopes Divulgação

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Em evento da campanha de reeleição da atual prefeita Adriane Lopes (PP), o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, do Piauí, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi induzido ao erro por “outras pessoas” para apoiar a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) à prefeitura de Campo Grande.

A declaração de Ciro Nogueira, que foi chefe da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, foi feita ao lado da senadora Tereza Cristina (PP-MS), outra ex-ministra bolsonarista.

Nesta eleição, Ciro Nogueira e Tereza Cristina estão em lado oposto do ex-presidente. Eles apoiam a correligionária Adriane Lopes na disputa, enquanto Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, se uniram ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que busca fazer de Beto Pereira o prefeito de Campo Grande.

“Pelo que eu conheço do presidente (Jair) Bolsonaro, ele nem conhecia, nem tem identificação com essas pessoas”, afirmou Ciro Nogueira, referindo-se aos tucanos de Mato Grosso do Sul, como Reinaldo Azambuja e Beto Pereira. “Foi levado ao erro por outras pessoas. Não tem história ao lado deles”, completou.

A aliança entre PSDB e PL em Mato Grosso do Sul foi articulada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) e visa as eleições de 2026. O objetivo é, caso Bolsonaro não consiga se candidatar, formar uma maioria no Senado para conseguir votos para, por exemplo, cassar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como deseja o grupo liderado por Marinho, em relação ao ministro Alexandre de Moraes. É neste contexto que se insere a possível candidatura de Azambuja ao Senado em 2026.

“Aqui em Mato Grosso do Sul, quem tem autoridade para falar em nome de Bolsonaro é esta que está aqui, Tereza Cristina”, declarou Nogueira.

O PL e o PSDB planejam uma visita de Jair Bolsonaro a Campo Grande para o fim deste mês. Os tucanos cobram mais participação do ex-presidente na campanha de Beto Pereira. Recentemente, Bolsonaro gravou um vídeo pedindo votos para o deputado federal.

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ELEIÇÕES 2024

Bolsonaro, enfim, entra nas campanhas de Beto e Marçal

Direto de Brasília, o ex-presidente gravou vídeos para os dois candidatos e alinhou vinda a Campo Grande e a Dourados

11/09/2024 08h00

Reinaldo Azambuja, Beto Pereira, Jair Bolsonaro, Coronel Neidy e Tenente Portela em Brasília (DF)

Reinaldo Azambuja, Beto Pereira, Jair Bolsonaro, Coronel Neidy e Tenente Portela em Brasília (DF) Foto: Divulgação

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Faltando 25 dias do primeiro turno das eleições municipais, o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) finalmente entrou nas campanhas eleitorais dos candidatos às prefeituras de Campo Grande e Dourados, o deputado federal Beto Pereira (PSDB) e o ex-deputado estadual Marçal Filho (PSDB), respectivamente.

Os dois gravaram vídeos na segunda-feira, em Brasília (DF), com Bolsonaro, tendo ainda as participações do ex-governador Reinaldo Azambuja, que é presidente estadual do PSDB; do primeiro suplente de senador Tenente Portela, o qual é presidente estadual do PL; da candidata a vice-prefeita de Campo Grande Coronel Neidy (PL); da candidata a vice de Dourados Gianni Nogueira (PL); e do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL).

As gravações com os dois candidatos a prefeitos e suas respectivas candidatas a vice-prefeitas com o ex-presidente da República – as quais devem ir ao ar hoje durante os programas eleitorais gratuitos no rádio e na televisão, bem como nas mídias sociais de ambos – chegam no momento certo, porque os adversários e os próprios eleitores deles já começam a se perguntar quando Bolsonaro apareceria na campanha eleitoral dos dois.

A partir de agora, conforme apurou o Correio do Estado, a ordem é explorar ao máximo a imagem do ex-presidente nas duas campanhas eleitorais, tanto em Campo Grande, com Beto Pereira, quanto em Dourados, com Marçal Filho, a fim de atrair os votos dos bolsonaristas e ajudar o deputado federal a chegar ao segundo turno das eleições municipais e o radialista a vencer o pleito em turno único.

VISITA

Ainda durante a gravação dos vídeos, ficou acertada a vinda de Bolsonaro a Campo Grande e a Dourados para pedir votos para Beto Pereira e Marçal Filho, provavelmente, na semana dos dias 23 a 28, ou seja, 
na reta final da campanha eleitoral, pois a Justiça Eleitoral só permite a realização de comícios até o dia 3.

Apesar disso, em razão da agenda lotada do ex-presidente, não está descartada o cancelamento da vinda dele a Campo Grande e a Dourados, podendo optar por apenas uma cidade, no caso, a capital de Mato Grosso do Sul – e mesmo assim de forma muito rápida.

A presença do filho 03 de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Nantes Bolsonaro (PL-RJ), porém, está praticamente descartada, também em razão da agenda do parlamentar nessa reta final 
da campanha eleitoral.

A vinda do ex-presidente a Campo Grande e a Dourados é uma estratégia do PSDB para “convencer” os bolsonaristas das duas cidades que não estão pretendendo votar em Beto Pereira e em Marçal Filho por serem candidatos tucanos, partido considerado de “esquerda” pelos militantes da direita.

A cúpula do PSDB acredita que, com a presença principalmente do ex-presidente, pode convencer os bolsonaristas descontentes a mudarem de ideia e votarem nos candidatos tucanos, ajudando Beto Pereira a chegar no segundo turno em Campo Grande e Marçal Filho a ser eleito em Dourados, onde já lidera as pesquisas de intenção de voto divulgadas oficialmente.

O PSDB projeta que a capacidade de mobilização de Bolsonaro na reta final da campanha eleitoral – no caso de Campo Grande, no fim do primeiro turno – pode ser o combustível necessário para levar Beto Pereira com folga para o segundo turno, enquanto consolidaria a vitória de Marçal em Dourados, isso no caso do segundo maior município de MS.

BASTIDORES

Em conversa com o Correio do Estado, Beto Pereira disse que as gravações transcorreram da melhor forma possível. “Deu tudo certo e até fizemos uma cena dele segurando a marreta que virou um símbolo da minha campanha eleitoral em Campo Grande”, revelou.

Ele informou ainda que o vídeo vai ar hoje na propaganda eleitoral gratuita e também pelas redes sociais para viralizar junto aos eleitores da Capital. Segundo Beto Pereira, a gravação com Marçal Filho também foi tranquila e que o combinado é de que seja divulgada nesta quarta-feira.

“Foi tudo muito bem, e o ex-presidente gravou pedindo voto para mim. Ele se lembrou do tempo que fomos deputados federais, e até mostrei uma fotografia minha com ele no plenário. Na hora, ele disse que na época eu não pintava o cabelo”, revelou Beto Pereira, ressaltando que os dois eram “piolhos” de tribuna, uma vez que gostavam de fazer discursos.

Além disso, ambos também conversavam sobre Nioaque, onde Bolsonaro serviu o Exército Brasileiro ainda 
na patente de tenente.

Saiba

Candidato à Prefeitura de Campo Grande, o ex-deputado federal Beto Pereira (PSDB) é o que mais recebeu recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) na Capital e também nos demais 78 municípios de Mato Grosso do Sul. 

Ao todo, o candidato tucano teve depositado do FEFC o valor de R$ 10.164.000,00 (total líquido de recursos recebidos). Somente da direção nacional do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) são R$ 7 milhões, enquanto da direção nacional do PSDB são outros R$ 3.164.000,00.

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