Política

ÁGUAS GUARIROBA

Vereadores criticam valor da tarifa de esgoto da Capital e propõem CPI para investigar taxa elevada

Tarifa de esgoto em Campo Grande é 89% maior que no interior do Estado e conta de água é uma das mais caras do País

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Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, os vereadores Marcos Tabosa (PDT), Luiza Ribeiro (PT), Professor André Luis (Rede) e Valdir Gomes (PSD) criticaram o valor exorbitante da tarifa de esgoto cobrada em Campo Grande, que, por sua vez, encarece a conta de água.

Tarifa de esgoto em Campo Grande é 89% maior que no interior de Mato Grosso do Sul.

Além disso, Campo Grande tem uma das contas de água (água+esgoto) mais caras do País, comparando com outras capitais.

Com isso, a Águas Guariroba tem lucro líquido de R$ 784 mil por dia. Em 2022, o faturamento chegou a R$ 286,2 milhões, 26% maior que no ano anterior.

Vale ressaltar que a concessionária responsável pelos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto em Campo Grande é a Águas Guariroba e, no interior do Estado, a Sanesul.

Campo Grande tem, atualmente, 368,6 mil casas ligadas à rede de água e 259,4 mil desses, à rede de esgoto.

Ao Correio do Estado, o vereador Tabosa (PDT) afirmou que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deveria ser aberta para investigar as taxas e lucros da Águas Guariroba, mas, que possivelmente não conseguirá as dez assinaturas necessárias para iniciar o inquérito.

“Se a Sanesul estivesse prestando serviço No ano passado eu já levantei esse assunto na Câmara e vou tornar [voltar] a levantar. Vou falar sobre águas na próxima terça-feira (14)”, disse.

Em entrevista ao Correio do Estado, vereador André Luis (Rede) questionou o valor “absurdo” que é cobrado e disse que não há justificativa para este preço, pois grande parte da quantidade de água, utilizada em Campo Grande, vem do Aquífero Guarani.

“A água de Campo Grande é uma água que não precisa de tratamento, é uma água que vem principalmente do Aquífero Guarani. É uma água de mina que só faz a inclusão de conservante da água”, declarou.

Ao Correio do Estado, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) cogita em se unir com outros vereadores para elaborar um decreto legislativo, que casse o decreto de aumento de 6,83% dado pela prefeita, Adriane Lopes, no mês passado, referente à correção do contrato entre a prefeitura e Águas Guariroba.

“É a Prefeita que faz a correção do contrato. Tem um contrato de prestação de serviços da Águas com a prefeitura. A gente não encontrou a justificativa que a prefeita fez para dar o aumento. Os nossos estudos apontam no sentido contrário que era pelo menos para congelar a tarifa esse ano”, disse.

Já o vereador Valdir Gomes (PSD) revelou, ao Correio do Estado, que está cobrando uma posição da Águas Guariroba e que quer se reunir com o presidente da concessionária até a próxima semana. “A tarifa realmente está alta e eu vou tentar falar com ele [presidente da Águas], antes que a coisa [situação] tome um rumo maior”, disse.

Valores

O campo-grandense, que consome até dez metros cúbicos por mês, paga R$ 4,83 a cada metro cúbico de água (mil litros) consumidos, referente a taxa de esgoto. No interior, a tarifa é de R$ 2,56, diferença de quase 90%.

Portanto, a tarifa de esgoto em Campo Grande é 89% maior que no interior de Mato Grosso do Sul.

Quem supera este consumo paga R$ 11,28 em Campo Grande (Águas Guariroba) e R$ 6,67 no interior do Estado (Sanesul), caso a família consuma 50 mil litros ou mais por mês.

A conta de água (água+esgoto) em Campo Grande também é mais cara em relação aos municípios do interior.

Em relação a tarifa de água, o consumidor paga R$ 6,90 por metro cúbico em Campo Grande (Águas Guariroba) e R$ 5,13 em municípios do interior (Sanesul). Portanto, a diferença entre Capital e interior é de aproximadamente 35%.

Em valores, uma família - que dispõe de rede de esgoto, consome dez mil litros e não se enquadra da tarifa social – recebe uma fatura de R$ 117,30 no fim do mês na Capital e R$ 76,90 no interior, diferença de 54% ou economia de R$40,40.

De acordo com levantamento feito pelo presidente do sindicato dos trabalhadores da Águas Guariroba e da Sanesul, o Sindágua, Lázaro de Godoy Neto, Campo Grande tem uma das contas de água (água+esgoto) mais caras do País, comparando com outras capitais.

Uma residência com quatro pessoas consome, em média, 15 metros cúbicos por mês. Se esta família morar em uma rua com rede de esgoto, paga hoje R$ 209,72 de conta de água em Campo Grande. Se ela morasse em Salvador, pagaria R$ 127,65.

Em São Paulo, megalópole em que as distâncias para transporte da água e esgoto são infinitamente maiores que em Campo Grande, a conta é de R$ 135,54, para 15 metros cúbicos. Já em Brasília, a fatura é de R$ 143,20 no fim do mês.

O Correio do Estado entrou em contato com a Águas Guariroba para saber a posição da empresa a respeito do assunto, mas, até a publicação desta reportagem, não foi respondido. 

* Colaborou Neri Kaspary

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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