A Scania já revelou sua principal novidade para a Lat.Bus 2024, a feira latino-americana do transporte coletivo rodoviário, que será realizada de 6 a 8 de agosto no Expo Imigrantes, em São Paulo. Trata-se do K 230E B4x2LB, o primeiro ônibus elétrico 100% da marca sueca no país e que será produzido na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. As vendas terão início na Lat.Bus 2024, e as primeiras unidades devem sair da linha de montagem no segundo trimestre de 2025. “Estamos vivendo um ano muito especial para a história da marca no país. Nas vésperas de comemorar nossos 67 anos de Brasil, iniciamos mais uma jornada de transformação. A modernidade da eletrificação estará materializada em nossa fábrica. A partir do início da produção do ônibus elétrico, em março de 2025, a Scania não será mais a mesma”, comemora Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil.
O K 230E B4x2LB tem autonomia de 250 a 300 quilômetros (já dimensionado em uma condição severa, com ar-condicionado ligado e topografia irregular), e opções de quatro ou cinco pacotes de baterias. O propulsor é chamado de EMC 1-2, tem potência contínua de 230 kW (equivalente a 310 cavalos) a 1.750 rpm, torque de 224,3 kgfm disponível a qualquer rotação (curva plana em regime contínuo) e potência de pico de 300 kW (equivalente a 407,8 cavalos) a 1.400 rpm. Ligado a um câmbio com duas marchas, desenvolvido para trazer maior conforto e eficiência em aclives e estradas irregulares, sua vocação principal é a aplicação urbana. Tem tração 4x2 e comporta carrocerias de 12 a 14 metros – capacidade média para 80 passageiros –, na configuração de piso baixo ou normal.
A produção do K 230E B4x2LB não interfere na parceria firmada em 2022 entre a Scania e a encarroçadora paulista Caio para a produção do ônibus urbano eMillennium, com tração elétrica Eletra e motor e bateria WEG, que segue normalmente. “Naquele formato de negócio, a Scania fornece apenas o chassi. Já o K 230E B4x2LB é 100% Scania. São veículos completamente diferentes”, esclarece Nucci. “O K 230E B4x2LB tem motor elétrico Scania, câmbio Scania de duas marchas e bateria Scania-Northvolt, importados. O motor tem design simples, para facilitar a manutenção, e entregar um custo de manutenção mais baixo comparado aos motores de combustão interna. No motor a combustão tradicional, o torque máximo é obtido após a aceleração contínua. Um elétrico já desenvolve o pico de torque em zero rotação, ou seja, assim que sair da imobilidade”, complementa Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil.
As baterias do ônibus elétrico da Scania serão de NMC (lítio-níquel-manganês-cobalto), diferentes da maioria das usadas atualmente no mercado, que são de LFP (lítio-ferro-fosfato), importadas da Suécia. As baterias de NMC dispõem de uma maior densidade de carga, o que significa menos peso total do veículo e, consequentemente, mais capacidade para transportar passageiros. As baterias serão modulares, facilitando a distribuição de carga, com pacotes de 104 kW. “Daremos a escolha ao cliente de equipar o produto com quatro ou cinco pacotes de baterias. Dessa forma, poderemos configurar as baterias em opções de três pacotes no teto e uma no fundo do ônibus, ou quatro baterias no teto e uma na posição traseira. O ônibus tem um carregador de 130 kW, em uma capacidade de carregamento de 150 a 170 minutos”, explica Gallao.
O momento de mercado da Scania, no acumulado deste ano – de janeiro a maio –, está positivo tanto em caminhões (liderança no segmento de pesados) quanto em ônibus (alta de 137%). A fabricante vendeu 235 chassis de ônibus no acumulado do ano entre urbanos e rodoviários (segmento em que conquistou 13,6 de participação). “Daremos uma condição especial de preço de lançamento na Lat.Bus 2024. O Scania Banco oferecerá um financiamento via funding verde, o mesmo usado para o modelo a gás, com taxa de juros referencial de 0,79%, muito competitiva. E nossa linha a diesel continuará disponível e entregando o menor custo total de operação, além da gama a gás. O produto elétrico reforça o portfólio e não substitui outra matriz energética atualmente comercializada. Nossas soluções de produtos, serviços e alternativas financeiras estão oferecendo a máxima rentabilidade e disponibilidade ao cliente”, salienta Nucci.