Cidades

Trabalho Conjunto

Operação do Exército apreende armamento em dois bairros de Campo Grande

Ação dos militares foi baseada em denúncias obtidas por seu setor de inteligência

EDUARDO MIRANDA

14/04/2017 - 18h30
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Operação conjunta do Exército Brasileiro e polícias Civil e Militar apreendeu armamentos de uso restrito e produtos controlados pelas Forças Armadas em duas regiões de Campo Grande: Vila Nhanhá e Bairro Taveirópolis. 

A ação dos militares foi baseada em denúncias obtidas por seu setor de inteligência, e contou com o apoio das polícias estaduais para o cumprimento de mandados. 

O paradeiro do armamento foi descoberto durante a Operação Ágata, conforme revelou o Major Marcelo Machado. Segundo ele, os trabalhos continuarão por tempo indeterminado. 

Os militares não informaram, por enquanto, se o caso é de desvio de armamento e explosivos da instituição. “O emprego da tropa ocorrerá de acordo com o previsto na legislação brasileira, de forma a contribuir com outros órgãos governamentais na busca de uma solução para a questão”.

Sanga Puitã

Empresário, esposa e filho são presos por tráfico na fronteira

Família é proprietária de uma empresa de Erva Mate, e mantinha mais de 386 kg de crack e cocaína armazenados, além de armamento pesado, como fuzis; veja vídeos

26/02/2025 08h20

Casal era proprietário de uma empresa de erva mate, localizada na fronteira.

Casal era proprietário de uma empresa de erva mate, localizada na fronteira. Reprodução

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O proprietário de uma empresa de erva-mate, Vitor Nicolas Brizuena, foi preso por tráfico de drogas e posse irregular de revólver, espingarda e fuzis na última segunda-feira (24) no distrito de Sanga Puitã, em Ponta Porã. Além dele, também foram presos a esposa, Michele Maria Rodrigues Brizuena, e o filho, Nicolas Brizuena Filho.

Casal era proprietário de uma empresa de erva mate, localizada na fronteira.Divulgação: Defron

A operação da Polícia Civil aconteceu por intermédio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron), e resultou na apreensão de 375 kg de crack, 11,2 kg de cocaína, além de armamento pesado.

A ervaria era utilizada como ponto de armazenamento e ocultação de entorpecentes. Foi encontrado um caminhão com compartimentos ocultos para transporte de drogas; um revólver da marca Rossi calibre .357 e uma espingarda calibre 12 na residência da família.

 

Em outra edificação anexa, os policiais localizaram dois fuzis AR-15 (BFI Bushmaster .223-5.56 e Colt M4 .223-5.56) municiados, além de droga escondida entre móveis.

Também foram apreendidos veículos de alto valor, incluindo caminhão, automóveis e motocicletas.

Os três irão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas e posse de arma de fogo de uso restrito. Eles foram presos e encaminhados à Delegacia de Polícia de Ponta Porã, onde permanecerão à disposição da Justiça.

Confira alguns vídeos divulgados pela Polícia Civil:

1. O processo de retirada de droga de compartimentos em pneus:

2. Grande quantidade de crack (cocaína solidificada em cristais) estava nos pacotes:

3. Alguns dos entorpecentes e itens apreendidos:

Denuncie

A Defron mantém um canal aberto para denúncias anônimas pelo telefone (67) 99633-7982. O sigilo é garantido e o serviço funciona 24 horas por dia.

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Denúncia

Advogados e médicos de MS faturam alto com judicialização da saúde, indica PGE

PGE-MS mostra que, no intervalo de 1 ano, uma mesma advogada patrocinou 32 ações em favor dos mesmos médicos; impacto é de mais de R$ 5 milhões

26/02/2025 05h50

Médicos e advogados podem estar aproveitando para faturar alto em processos em que pessoas não são atendidas pelo SUS

Médicos e advogados podem estar aproveitando para faturar alto em processos em que pessoas não são atendidas pelo SUS Gerson Oliveira

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Um relatório elaborado pela Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul (PGE-MS) indica que apenas uma advogada, em 2023, ingressou com 32 ações solicitando procedimentos médicos, sendo que 28 deles tinham custo superior a R$ 150 mil.

A constatação foi fundamental para reforçar a tese de que há um esquema entre médicos e advogados que consiste em inflar os preços dos procedimentos e, consequentemente, turbinar o ganho dos advogados. Nesta terça-feira (25), o Ministério Público transformou o procedimento preparatório aberto em 2023 em inquérito civil.

A investigação pode ir ainda mais além, pois a Polícia Civil também estaria no caso (não há confirmação de abertura de inquérito).

A PGE-MS, em 2023, além de enviar os dados para a investigação civil do Ministério Público, também solicitou que a Polícia Civil instaurasse inquérito policial para investigar o esquema de superfaturamento de cirurgias pagas com dinheiro público a mando da Justiça.

Os processos patrocinados pela mesma advogada resultaram (ou resultariam, na época do dossiê, em 2023) em um impacto de R$ 5 milhões aos cofres públicos. Nessas ações judiciais, normalmente em caráter de urgência, há pouco espaço para o contraditório do poder público ou para questionar orçamentos.

O valor, a título de comparação, é pouco menos da metade dos R$ 14 milhões investidos em cirurgias eletivas no ano passado, com ajuda federal.

A suspeita dos envolvidos na investigação é que o sobrepreço dos procedimentos médicos pode contribuir para elevar o faturamento dos profissionais de saúde e ainda levar os advogados a turbinar seus honorários sucumbenciais, que podem chegar a 20% do valor da causa.

Quanto ao inquérito do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, ele também investiga uma suposta omissão das procuradorias do Estado e do Município.

A motivação foi levantada pelo juiz Cláudio Muller Pareja, que estranhou que, em um desses processos com valor exorbitante, o poder público não tenha pedido a impugnação dos orçamentos.

A investigação

Na investigação do Ministério Público, já foram identificados pelo menos cinco clientes de uma mesma advogada, já intimados a depor.

A investigação é reforçada pelo mapeamento da PGE-MS, elaborado pelo procurador do Estado Kaoye Guazina Oshiro, com o apoio da Polícia Civil, que notou uma repetição de processos judiciais requerendo a realização de neurocirurgias e cirurgias ortopédicas, em que os pacientes solicitam procedimentos com valores expressivos.

Todos os processos, conforme o documento ao qual o Correio do Estado teve acesso em primeira mão, eram patrocinados pela mesma advogada: Luciana Tosta Quintana Ribas.

“Não raro, os profissionais que ofereciam os serviços (os procedimentos cirúrgicos) se repetiam”, argumenta o procurador do Estado.

Em 2023, ano em que se concentra a investigação, a advogada Luciana Tosta Quintana Ribas ingressou com 32 demandas judiciais contra o Estado e municípios. A maioria das demandas foi na comarca de Campo Grande: 19 ao todo.

Mas também havia processos judiciais, na época em que o procurador do Estado elaborou o documento, nos municípios de São Gabriel do Oeste, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Nioaque, Costa Rica, Miranda (Bodoquena), Rio Verde de Mato Grosso, Paranaíba, Coxim e Rio Negro.

“De fato, no universo de 32 processos, apenas quatro contêm como menor orçamento de equipe médica montante inferior a R$ 150 mil”, argumenta o procurador.

Cartas marcadas?

O monitoramento feito pela Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul ainda apontou para indícios de carta marcada na oferta dos procedimentos pelos médicos. Normalmente, o paciente apresenta três orçamentos de procedimentos ao magistrado, que normalmente decide pelo mais barato.

“Na maior parte dos orçamentos de menor valor - ou seja, dos orçamentos utilizados como parâmetro para sequestro de verbas públicas para a realização de procedimentos em âmbito privado - são dos Drs. (médicos) Wolnei Zeviani (13) e Antônio Martins de Freitas Júnior (16).

”O procurador do Estado complementa: “Ou seja, dos 32 processos, apenas três não têm como orçamento de menor valor o apresentado por um desses dois médicos.”

O dossiê da PGE-MS, feito a pedido do Ministério Público, ainda lembra que, nos outros três casos em que Zeviani e Freitas Júnior não aparecem, os médicos citados são Mariana Mazzuia (1) e Roberto Cisneros (2).

O que chamou a atenção da PGE-MS é que, no orçamento feito por Mariana Mazzuia, a conta indicada como destino para o depósito era da empresa Nanoneuro Serviços Médicos, cujo responsável financeiro é nada menos que Wolnei Zeviani. O documento ainda mostra que Zeviani e Freitas Júnior também ofertaram orçamentos nos procedimentos em que não ofereceram o menor preço.

Na época em que o relatório ficou pronto, no final de 2023, o dossiê da PGE-MS ainda indicou que, dos 32 processos patrocinados por Luciana Ribas, 16 já estavam com ordens de bloqueios de verbas públicas efetuadas.

“Todos esses bloqueios foram destinados a empresas que contêm ou o Dr. Wolnei Zeviani ou o Dr. Antônio Martins de Freitas Júnior ou ambos no quadro societário”, demonstrou.

As empresas que receberam os pagamentos foram:

  • Instituto de Nervos, Cérebro e Coluna (INCC)
  • Martins Neuro Serviços Médicos
  • WW Zeviani Prestação de Serviços Médicos
  • Nanoneuro Serviços Médicos

Valor exorbitante

Os procedimentos tinham valores exorbitantes e distantes da média praticada pelo mercado, indica o relatório do procurador Kaoye Oshiro.

Ele cita o exemplo de uma cirurgia de coluna indicada pela advogada, em que o procedimento de menor valor sairia por R$ 339,4 mil.

Ocorre que a PGE encontrou, na mesma época, um orçamento para o mesmo procedimento a ser executado em Ponta Porã por menos da metade do preço: R$ 162,4 mil.

 

Médicos e advogados podem estar aproveitando para faturar alto em processos em que pessoas não são atendidas pelo SUSFác-Símile de documento da PGE-MS

Suspeita antiga

Em meados do ano passado, a própria Procuradoria-Geral do Município de Campo Grande revelou, em peça judicial, a existência de um suposto esquema envolvendo médicos e advogados que forçam a judicialização da saúde para aumentar seus rendimentos.

A descrição veio à tona em defesa de uma ação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) que visa acabar com uma fila de espera de 7,7 mil consultas e cirurgias ortopédicas.

Na ocasião, a procuradora do município Viviani Moro afirmou, na peça de defesa, que os custos desses procedimentos, solicitados via processos judiciais, contribuem para o aumento das filas na saúde pública.

Em contestação à ação civil pública ajuizada pelo MPMS no fim de abril, ela destacou dois processos judiciais em que pessoas demandam procedimentos de quase R$ 600 mil e R$ 50 mil.

“Desde a judicialização da saúde, inúmeros profissionais médicos e empresas encontraram nas ações meios para obter melhores lucros”, afirmou a procuradora.

“Por uma questão lógica, tais profissionais não se interessam em realizar o procedimento no âmbito do SUS, cujo custeio de tais procedimentos é pífio. E, por mais que os serviços estejam contratualizados, o gestor público não possui finanças suficientes para subsidiar valores equiparados com os que são praticados no âmbito privado”, complementou a procuradora jurídica.

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