Cidades

LAMA ASFÁLTICA

Cartel das obras públicas da Capital envolvia 7 empreiteiras

João Amorim, suposto chefão de esquema de corrupção e fraude, dominava contratos

DA REDAÇÃO

01/08/2015 - 00h00
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O poder que João Amorim, dono da empreiteira Proteco, exerce sobre as obras públicas de Campo Grande, é ainda maior do que foi visto na primeira fase da Operação Lama Asfáltica, que apontou que ele também comandava a empreiteira LD Construções, de seu genro e, indiretamente, o Consórcio CG Solurb. Ao todo, o empresário está ligado à sete empresas do ramo de construção com contratos milionários de obras públicas na Capital, e outras nove para atividades paralelas nas áreas contábil, financeira e agropecuária. Juntas, segundo a Polícia Federal, estas empresas formavam um cartel para dominar as obras públicas da Capital.

De acordo com relatório da PF, a Gerpav Engenharia, Conspar Engenharia, Socenge/LD, AS Construções Assessoria e Planejamento, MBM Construções, DMP Construções e Proteco Construções são as empresas utilizadas por Amorim para reinar nas obras públicas da Capital, sobretudo no período entre 2008 e 2012, último mandato de Nelsinho Trad, e quando o grupo, que a Polícia Federal prefere chamar de cartel, ganhou mais concorrências, com valores que ultrapassam os R$ 100 milhões. Todas estas sete empresas têm forte ligação entre si, e chegam a compartilhar endereços, sócios, patrimônio e funcionários. 

A estratégia de “dividir para reinar”, adotada pelos imperadores romanos no passado, continuou muito atual para João Amorim. Para ganhar licitações e se adequar às regras dos editais (geralmente restritivos e direcionados, conforme concluiu a investigação) o empresário aumentava e diminuia o capital das empresas, abria e fechava, e trocava seus donos, em uma frequência incomum. 

*A reportagem, de Eduardo Miranda, está na edição de hoje do Jornal Correio do Estado.

 

QUEIMADAS

Encoberto por fumaça, Campo Grande registra quase 1 mil casos de incêndios em vegetação

O mais recente episódio de incêndio urbano, ocorreu ao redor da Lagoa Itatiaia, onde aproximadamente 100 metros de vegetação foram consumidos pelo fogo

14/09/2024 17h00

Estado em que ficou as margens da Lagoa Itatiaia após incêndio na vegetação

Estado em que ficou as margens da Lagoa Itatiaia após incêndio na vegetação Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Convivendo com longo período de seca e queimadas urbanas que encobrem a atmosfera de Campo Grande com fumaça, a capital de Mato Grosso do Sul  já registrou quase 1 mil casos de incêndios em vegetação neste ano.

Os dados do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul (CBMMS), informam que até o dia 13 de setembro foram atendidos em ocorrências, 895 casos de queimada em vegetação em Campo Grande, em comparativo mensal, na Capital, o mês julho teve o maior registro com 185 atendimentos realizados.

Apesar do alto número de ocorrências, em comparativo com o mesmo período, nos anos anteriores, é possível perceber uma diminuição no número de casos em Campo Grande.

De 2021 a 2023, houve uma tendência de redução no número de ocorrências de incêndios em Campo Grande, sendo que de janeiro a setembro de 2021, houve 1.951 ocorrências, que reduziram para 1.627 em 2022 e para 1.226 em 2023.

O total anual de queimadas em vegetação também mostra essa redução, de 2.117 em 2021 para 1.909 em 2022 e 1.549 em 2023. 

Em 2023, até setembro, houve 1.226 ocorrências segundo o Corpo de Bomeiros. Em 2024, até o dia 13 de setembro, foram registradas 895, uma redução de 26% no número de casos. 

Tendo em vista o problema das queimadas urbanas, a Prefeitura de Campo Grande em alusão ao Agosto Alaranjado, realizou no mês de agosto a campanha “Mude seu hábito, não o clima!” da Defesa Cívil, visando conscientizar os munícipes para a questão do perigo das queimadas urbanas.

A ação faz parte da campanha 'Diga Não às Queimadas Urbanas – Agosto Alaranjado 2024', lançada de forma virtual, nesta quinta-feira (04), por meio do canal no YouTube da Educação Ambiental PLANURB CG.

LAGOA ITATIAIA

Conforme informado em reportagem  do Correio do Estado, o fogo em volta da Lagoa Itatiaia que tomou grandes porpoções nesta terça-feira (10), começou às 13h, no local apontaram que um usuário de drogas estaria queimando fios de cobre embaixo de uma árvore.

A moradora Andréia Padilha disse que, ao sair de sua residência para levar os filhos na escola, já encontrou a Guarda Municipal auxiliando os bombeiros no combate às chamas. 

“Depois que a equipe dos bombeiros foi embora, ficou essa fumaça, se secar onde eles molharam, esse fogo vai acender de novo”, ressaltou.

Segundo o meteorologista Natálio Abraão, em dados registrados, a Lagoa Itatiaia evaporou 71ml/m², em apenas 10h da última segunda-feira (09). A lagoa possui 1,4 hectares ou 14.000m², portanto, foram 9.940 litros de água perdidos.

ORIENTAÇÃO BOMBEIROS 

O CBMMS alerta que o uso do fogo para queimadas urbanas é crime, conforme previsto
na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, sujeitando os infratores a sanções penais e
administrativas. As multas variam entre R$ 2.944,50 e R$ 11.778,00, dependendo da área
afetada.

Confira como denunciar queimadas em terros no perímetro urbano:

  • Denuncia sem flagrante: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur): Formalize a denúncia através da central 156 ou 153 (segunda a sexta-feira, das 7h30 às 21h,e aos sábados, das 8h às 12h). Utilize também o canal digital fala.campogrande.ms.gov.br ou o aplicativo Fala Campo Grande.
  • Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (DECAT): Localizada na Rua Sete de Setembro, 2421, Jardim dos Estados, Campo Grande – MS, telefone 3325-2567 (plantão 24 horas).
  • Denuncia com flagrante:Guarda Civil Metropolitana: Contate a central telefônica 153, disponível 24 horas por dia.

MEIO AMBIENTE

Hospital para a fauna silvestre já atendeu quase 3 mil animais resgatados em MS

Completando apenas um ano de existência, o Hospital de Animais Silvestres Ayty se transformou em um verdadeiro centro de reabilitação para a preservação da biodiversidade

14/09/2024 16h30

Filhote de veado é um dos animais que passam pela reabilitação do Hospital Ayty

Filhote de veado é um dos animais que passam pela reabilitação do Hospital Ayty Foto: Álvaro Rezende

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Inaugurado em 14 de setembro de 2023, o Hospital de Animais Silvestres Ayty, do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), se destaca pelo impressionante número de quase 3 mil atendimentos em seu primeiro ano de funcionamento, devolvendo à natureza diversas espécies que passaram por tratamentos intensivos.

De acordo com os dados informados pelo Governo do Estado, até o dia 6 de setembro deste ano, a unidade já prestou atendimento a 2.867 animais.

A maior parte dos atendimentos, cerca de 77,85%, foi dedicada às aves, totalizando 2.240 casos. Entre as espécies assistidas, destacam-se araras e gaviões, muitas vezes resgatados após incidentes de tráfico de animais ou colisões em áreas urbanas.

Mamíferos, como onças-pintadas e tamanduás, compuseram 14,48% dos atendimentos, representando 415 animais. Esses resgates frequentemente resultam de incêndios, acidentes rodoviários e invasão de áreas urbanas.

Os répteis, por sua vez, somam 7,15% dos atendimentos, contabilizando 205 animais, incluindo cobras e jacarés que, com frequência, são encontrados em situações de risco em zonas habitadas.

Outras espécies, como invertebrados e pequenos anfíbios, representaram 0,52% dos resgates, evidenciando a ampla gama de biodiversidade atendida pelo hospital.

André Borges, diretor-presidente do Imasul, destaca que os números refletem a eficiência e a infraestrutura oferecida pelo hospital.

"O Hospital veio para transformar o conceito de atendimento especializado à fauna silvestre. Mato Grosso do Sul, que abriga um dos maiores biomas do planeta, precisava de uma estrutura hospitalar à altura dessa grandeza. Com equipamentos de última geração e uma equipe altamente capacitada, estamos na vanguarda dos cuidados veterinários. Nosso objetivo é garantir que cada animal receba o melhor tratamento possível, preservando a biodiversidade e contribuindo diretamente para a conservação do nosso patrimônio natural", declarou.

INVESTIMENTO

Foram aplicados mais de R$ 1 milhão na aquisição de equipamentos de última geração, assegurando que o hospital opere com os melhores recursos disponíveis.

A lista de equipamentos inclui mesa para anestesia, máquina de tosa para tricotomia, laringoscópio em LED, monitor multiparamêtrico com capnografia, bombas de infusão para equipo e seringa, aspirador cirúrgico com pedal e ponteira, além de uma incubadora para cuidados intensivos de filhotes.

Também foram adquiridas calhas cirúrgicas em três tamanhos, uma mesa cirúrgica de inox com dois motores e uma maca com carrinho em inox, garantindo segurança e precisão durante os procedimentos.

CIÊNCIA

Além de desempenhar um papel essencial no atendimento e reabilitação de animais silvestres, o Hospital também é uma importante plataforma de pesquisa e desenvolvimento na área da Medicina Veterinária Silvestre.

Com uma estrutura moderna e bem equipada, o hospital se tornou um ponto de referência para estudos acadêmicos, colaborando ativamente com universidades e institutos de pesquisa de todo o país.

"Por meio da parceria entre o Hospital e a FAMEZ, poderemos oferecer um atendimento multidisciplinar aos animais, agregando à equipe do Ayty os conhecimentos dos docentes e técnicos de diversas áreas da medicina veterinária, como clínica e cirurgia anestesiologia e emergência veterinária, diagnóstico por imagem e diagnóstico de doenças", comentou a professora Thyara Araújo, especialista em animais silvestres, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

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