Após descoberta de um possível plano de fuga da Penitenciária Nacional de Tacumbú, no Paraguai, o chefe do tráfico na fronteira Jarvis Gimenes Pavão foi transferido na última terça-feira (26) e a "cela vip" onde ele cumpria pena desde 2008 por tráfico de drogas é o assunto do momento entre os paraguaios. O local, segundo a imprensa do Paraguai, era o "quartel general" de onde o traficante comandava os negócios.
A descoberta da mordomia e do luxo deixou os cidadãos e autoridades do país indignados. Eram bolas de futebol autografadas, televisão, computador, vídeos e livros do chefão do narcotráfico Pablo Escobar, e até um violão autografado por artistas brasileiros.
Segundo o site ABC Color, o Ministro da Justiça, Ever Matinez, apresentou uma “queixa” junto ao Ministério Público, ainda na tarde de ontem, após as imagens serem divulgadas pela imprensa. O objetivo da apuração será descobrir porquê Pavão tinha tantos benefícios.
Pavão teria pago reformas em algumas celas da penitenciária, e com isto conseguido privilégios para gerenciar seus de negócios dentro do presídio. De acordo com o site Hoy, o diretor do Sistema Penitenciário e do Ministério da Justiça, Júlio Aguero, confirmou logo após o escândalo vir à tona que a "cela vip" será demolida.
Além da ostentação, a reportagem do ABC Color disse que Jarvis abastecia e bancava toda a alimentação do presídio. A reportagem citou que Pavão gastava entre 10 a 15 milhões de guaranis, cerca de R$ 6 mil, para as compras semanais. Em caso de visitas de oficiais, pedia para ter sua própria cozinha para preparar comida para os convidados.
GUERRA NA FRONTEIRA
O ponta-poranense Jarvis Pavão é suspeito de ter encomendado a morte do outro narcotraficante rival, brasileiro, Jorge Raafat Toumani, no dia 15 de julho, em Pedro Juan Caballero, durante uma emboscada cinematográfica na cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul.