Cidades

Flagrante

Polícia Federal apreende carga de agrotóxico avaliada em mais de R$ 1 milhão

Foi arbitrada fiança de oito salário, que não foi paga pelo infrator

VÂNYA SANTOS

20/06/2017 - 13h00
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Agentes da Polícia Federal (PF) apreenderam ontem carreta com carga de agrotóxico contrabandeada do Paraguai, avaliada em mais de R$ 1 milhão. Caso aconteceu na BR-163, entre as cidades de Jaraguari e Bandeirantes. Motorista, de 27 anos, foi preso em flagrante por crime ambiental.

De acordo com a PF, carga contrabandeada estava escondida em meio a mais de 20 toneladas de adubo que seriam entregues em Sorriso, no interior do Mato Grosso.

Depois de receber denúncia de que uma carreta carregada com produto ilegal estaria em Bandeirantes, agentes federais conseguiram encontrar o veículo em pedágio na rodovia, mas abordaram o condutor somente no centro de Bandeirantes.

Em conversa com os policiais, motorista que transportava adubo de Dourados para Sorriso e receberia 12% do valor do frete, algo em torno de R$ 720,00. Ele explicou que seguiu, de ônibus, de Sinop para Dourados para pegar o frete de adubo. Em um posto de combustível, recebeu a carreta e cerca de R$ 3 mil para cobrir os custos da viagem.

Desconfiados, agentes começaram a cavar o adubo, foi quando encontraram escondidos sob o esterco os sacos de agrotóxicos, da marca estrangeira Megathon. A quantidade do produto não foi divulgada. A carreta e o motorista foram levados à Superintendência Regional da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul.

O motorista foi autuado em flagrante por transportar carregamento de agrotóxicos de origem estrangeira, sem documentação regular de importação. Foi arbitrada fiança de oito salários mínimos, que não foi paga.

Policiais garantiram que, se vendida no mercado ilegal de agrotóxicos, a carga poderia render mais de R$ 2 milhões.

Cidades

Mais de 70 cavalos são resgatados 'amontoados' em transporte irregular

Os animais apresentavam sinais de lesões e estavam sendo transportados em condições inadequadas, com falta de espaço, água e alimentação

28/11/2024 15h30

Mais de 70 cavalos são resgatados 'amontoados' em transporte irregular

Mais de 70 cavalos são resgatados 'amontoados' em transporte irregular PMA

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Na madrugada do dia 27 de novembro, o Batalhão de Polícia Militar Rural (BPMRu) realizou uma operação de patrulhamento ostensivo na Rodovia MS-166, no distrito de Cabeceira do Apa. Durante a ação, foram apreendidos dois caminhões boiadeiros que transportavam 73 equídeos, incluindo cavalos e muares (conhecidos popularmente como mulas), em condições de maus-tratos.  

Os veículos, abordados pela equipe do BPMRu, não possuíam a documentação exigida, como a Guia de Transporte de Animais (GTA), além de outros documentos fiscais e sanitários obrigatórios.  

Mais de 70 cavalos são resgatados Animais tinham sinais de maus-tratos - PMA

O primeiro caminhão transportava 45 equídeos, com origem em Colonita, Paraguai, e destino a Pedro Juan Caballero. Já o segundo levava 28 equídeos de Campo Grande para Ponta Porã. Ambos os motoristas confessaram não portar a documentação necessária.  

Os animais apresentavam sinais de lesões e estavam sendo transportados em condições inadequadas, com falta de espaço, água e alimentação. A equipe da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO),  foi acionada para avaliar a situação e confirmou o cenário de maus-tratos. Um laudo detalhado será emitido para subsidiar as investigações.  

Os motoristas, juntamente com os veículos e os animais, foram escoltados até a delegacia. A operação, que foi motivada por denúncias, resultou na aplicação de multas que totalizam R$ 73 mil.  

Além disso, policiais militares ambientais foram chamados para lavrar as autuações relativas às infrações ambientais, com a aplicação de penalidades e o encaminhamento dos casos para análise administrativa e judicial.  

Os animais resgatados foram levados a um refúgio localizado em Dois Irmãos do Buriti, onde receberão os cuidados necessários.  

A ação reforça o compromisso do BPMRu, do IAGRO e do 2º BPMA com a proteção dos direitos dos animais e o cumprimento rigoroso da legislação ambiental.  

Diferença entre cavalo x muares

Os muares e os cavalos pertencem ao grupo dos equídeos, mas apresentam diferenças significativas em suas características, origem e usos. Aqui estão as principais distinções entre eles:

Origem

  • Muares: Resultam do cruzamento entre um jumento (Equus asinus) e uma égua (Equus caballus). São híbridos, o que significa que possuem características de ambas as espécies parentais.
  • Cavalos: São uma espécie distinta, representada por Equus caballus, que se reproduz dentro de sua própria espécie.

Características físicas

Muares:

  • Têm cascos menores e mais encastelados em comparação aos cavalos, o que pode limitar seu desempenho em solos macios.
  • Apresentam uma linha escura ao longo do dorso e frequentemente têm zebrunas nos membros.

Em geral, são mais robustos e podem carregar até dois terços de seu peso corporal em longas distâncias.

Cavalos:

  • Possuem cascos maiores e mais proporcionais, permitindo melhor desempenho em terrenos variados.
  • Sua pelagem é mais diversificada, com maior variação de cores e padrões.

Temperamento e comportamento

  • Muares: São conhecidos por sua inteligência, resistência e temperamento dócil. Eles tendem a ser mais pacientes e menos propensos a se assustar.
  • Cavalos: Podem ser mais ágeis e rápidos, mas também podem apresentar um temperamento mais nervoso ou inquieto dependendo da raça.

Resistência e Uso

  • Muares: São altamente valorizados para trabalho em condições adversas, como climas quentes e terrenos montanhosos. Eles têm uma excelente capacidade de termorregulação e podem suportar longas jornadas com pouca água.
  • Cavalos: Embora também sejam utilizados para trabalho e montaria, eles se destacam em velocidade e agilidade em terrenos variados. Cavalos são frequentemente preferidos para competições que exigem velocidade.

Reprodução

  • Muares: São geralmente estéreis devido à diferença no número de cromossomos entre as espécies parentais (muares têm 63 cromossomos) e não podem se reproduzir.
  • Cavalos: Podem se reproduzir normalmente dentro de sua espécie.

Essas diferenças fazem dos muares animais extremamente valiosos em contextos específicos, enquanto os cavalos são preferidos em outros, dependendo das necessidades do trabalho ou da atividade.

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Dourados

Indígenas liberam MS-156 após acordo com o Governo de MS

O acordo para a construção de poços artesianos foi assinado pelo Governo do Estado e pela Sesai, com compromisso de entrega até março de 2025

28/11/2024 15h15

Manifestante retirando tronco de árvores na MS-156

Manifestante retirando tronco de árvores na MS-156 Foto: Leandro Holsbach/Alerta Dourados

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Após quatro dias de intensas negociações, bloqueios de estradas e confrontos com o Batalhão de Choque, o protesto dos indígenas na MS-156, entre Dourados e Itaporã, foi encerrado na tarde desta quinta-feira (28). O fim da mobilização ocorreu após a assinatura de um termo de compromisso entre lideranças indígenas, o Governo Federal, o Governo Estadual e representantes da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). 

O acordo entre as partes foi assinado em uma reunião na sede do MPF (Ministério Público Federal) de Dourados, com a presença de representantes da Funai, Aty Guasu, APIB, Força Nacional, Polícia Militar, da secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva, do coordenador do Dsei-MS, Lindomar Terena Ferreira, e de outras entidades.

A reunião, que durou aproximadamente quatro horas, foi mediada pelo MPF (Ministério Público Federal) e resultou em um consenso entre as partes sobre o restabelecimento do fornecimento de água potável nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados.

Para garantir o cumprimento do acordo, o Governo do Estado, representado pela secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva, se comprometeu a construir dois poços artesianos de água potável, um em cada aldeia. Durante as negociações, os indígenas solicitaram a construção de quatro poços, dois em cada aldeia.

Conforme informações obtidas pela reportagem, cada poço artesiano deverá custar R$ 490 mil e será construído com recursos do Governo do Estado. A previsão é de que os poços sejam entregues até março de 2025.

Além da construção dos poços artesianos, foi acordado entre as partes um conjunto de medidas emergenciais e estruturais, incluindo um investimento de R$ 53 milhões. Os compromissos reforçados são:

  • Perfuração de poços artesianos: R$ 2 milhões serão destinados pela Sesai para estudos, licitação e início das obras de quatro poços, previstos para janeiro de 2025. O Governo do Estado contribuirá com R$ 490 mil para perfurar dois poços nas aldeias Bororo e Jaguapiru, com conclusão até março de 2025;
  • Distribuição de caixas d’água: Cem caixas serão entregues às comunidades a partir de 2 de dezembro;
  • Abastecimento emergencial: Caminhões-pipa garantirão o fornecimento diário de água até a conclusão das obras;
  • Investimento em infraestrutura: R$ 53 milhões, oriundos de emendas parlamentares, serão deliberados pela bancada federal do Mato Grosso do Sul no início de dezembro para soluções estruturais no abastecimento;

Além disso, foram acordadas ações emergenciais de saúde mental para atender as famílias afetadas pela ação policial ocorrida na manhã de ontem (27), que deixou pelo menos 15 indígenas feridos.

O Governo do Estado propôs o envio de caminhões-pipa para a comunidade, e, em troca, as lideranças indígenas se comprometeram a liberar a MS-156 imediatamente. Uma comissão, que será formada até a próxima semana, terá a responsabilidade de acompanhar de perto e monitorar o cumprimento do acordo.

Conforme apuração da reportagem, em conjunto com o site Ligados da Notícia, o desfecho é visto como um avanço para garantir melhorias nas condições sanitárias das comunidades indígenas do estado. As obras acordadas entre os indígenas e o Governo do Estado serão monitoradas semanalmente pelas lideranças e órgãos governamentais.


Protestos e confronto com a polícia 

Lideranças da reserva indígena mais populosa do estado iniciaram, na última segunda-feira (25), bloqueios em diversos pontos da MS-156, exigindo mais atenção do Governo Estadual e Federal. Eles pedem a construção de poços artesianos para os 20 mil habitantes da reserva indígena, com o objetivo de resolver de vez a falta de água na comunidade.

Com tratores, pedras; árvores e veículos de moradores das comunidades, o bloqueio que deve seguir por tempo indeterminado começou ainda nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (25), movido pelo medo de que esses indígenas fiquem desabastecidos faltando um mês para as festividades do final de ano.

O clima ficou ainda mais hostil, quando equipes do Batalhão de Choque compareceram na região na tarde de ontem (28), na tentativa de abrir os bloqueios com tiros de borracha nos manifestantes. 

As imagens deixaram a população de Mato Grosso do Sul estarrecida e fizeram com que Governo do Estado se movimentasse e agendasse uma reunião de imediato para encerrar de vez os bloqueios. 

Os problemas dos indigenas foram mais esclarecidos quando uma  fonte que acompanha as negociações informou ao Correio do Estado que autoridades estaduais ofereceram dois caminhões-pipa, que transportam no máximo 30 mil litros d’água, para atender as aldeias Juaguapiru e Bororo que, juntas, têm 25 mil residentes. 

Os dois caminhões cheios dariam pouco mais de 60 mil litros para os indígenas, pouco mais de 2 litros de água para cada um. Conforme apurado, uma reunião entre o Capitão Romão Fernandes, líder da Aldeia Jaguapiru e autoridades está marcada para às 16h desta quarta-feira (27).

“A situação está bem feia, a tropa de choque feriu alguns indígenas, já encaminhados ao hospital, neste momento não tem acordo. Caso a medida seja utilizar caminhões-pipa, ao menos cinco para cada aldeia, além de distribuírem outros galões de água”, falou Ade Vera, indígena Kaiowá, professor e morador da Aldeia Jaguapiru.

O pivô do problema foi um convênio do governo de Mato Grosso do Sul e a Itaipu Binacional anunciado na semana passada pelo governador Eduardo Riedel. O investimento de R$ 60 milhões na implantação de rede de água potável e saneamento atenderia aldeias indígenas guarani-kaiowa de oito municípios. Jaguapiru e Bororó, em Dourados, não foram contempladas.

 

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