Cidades

Brasil/Mundo

Marinha do Brasil inicia hoje fabricação de submarinos

Marinha do Brasil inicia hoje fabricação de submarinos

DA REDAÇÃO

16/07/2011 - 08h48
Continue lendo...

A Marinha vai iniciar a fabricação de submarinos convencionais (S-BR) da classe Scorpène, de tecnologia francesa, no Brasil. A iniciativa faz parte do Acordo Estratégico Brasil-França, assinado em 2008, que originou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). A cerimônia do começo da produção vai ocorrer hoje, em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e deverá contar com a presença da presidenta Dilma Rousseff.

A construção dos quatro submarinos incluídos no Prosub representa o primeiro passo para a fabricação do submarino com propulsão nuclear brasileiro (SN-BR), considerado um dos mais complexos meios navais já projetados. Parte dos equipamentos desenvolvidos para os submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica, poderá ser aproveitada no SN-BR, que será fabricado com os mesmos métodos, técnicas e processos de construção desenvolvidos pelos franceses.

O documento da Marinha destaca, ainda, que o acordo entre a França e o Brasil prevê o repasse de tecnologia para fabricação de itens usados no Brasil. A Marinha estima que cada submarino produzido no país contará com pelo menos 36 mil itens produzidos por mais de 30 empresas brasileiras. Entre esses equipamentos estão quadros elétricos, válvulas de casco, bombas hidráulicas, motores elétricos, sistema de combate, sistemas de controle, motor a diesel, baterias especiais de grande porte, além de serviços de usinagem e mecânica.

Ainda segundo a nota, o submarino movido por energia nuclear tem vantagens táticas e estratégicas significativas. Entre elas, estão a autonomia e potência para desenvolver velocidades elevadas por longos períodos de navegação, aumentando sua mobilidade e permitindo a patrulha de áreas mais amplas no oceano. O modelo é considerado também extremamente seguro e de difícil detecção.

A embarcação é desenvolvida com tecnologia de alta sensibilidade. Atualmente, apenas a China, Rússia, França, os Estados Unidos e o Reino Unido detêm essa tecnologia. Com o Prosub, o Brasil passará a integrar a lista, já que o SN-BR terá reator nuclear e propulsão desenvolvidos no país.

QUESTÃO DE ESSEQUIBO

Unidades do Exército em MS ainda estão na fronteira com Guiana e Venezuela

Após deslocamento de 4 mil quilômetros há mais de 1 ano, Exército mantém equipe de MS na proteção da fronteira norte

28/04/2025 09h30

Blindados que saíram de Dourados e Campo Grande precisaram cruzar a Amazônia em balsas, há 1 ano

Blindados que saíram de Dourados e Campo Grande precisaram cruzar a Amazônia em balsas, há 1 ano Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O Comando Militar do Oeste (CMO) mantém, até os dias atuais, tropas de unidades localizadas em Mato Grosso do Sul na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana, em Roraima. As equipes, em sua maioria originárias da 4ª Brigada de Cavalaria Motorizada, de Dourados, continuam na fronteira com os dois países, na Região Norte.

Os 28 blindados integram a Operação Roraima, a maior operação logística do Exército Brasileiro dos últimos tempos e, certamente, a primeira em décadas desencadeada em função de uma ameaça externa. As tropas sediadas não somente em Dourados, mas também no 9º Grupamento de Logística de Campo Grande – unidades estratégicas no arranjo do Exército Brasileiro para a defesa da soberania nacional –, levaram 18 dias para se deslocar da capital de Mato Grosso do Sul até o local onde a operação, de caráter dissuasivo, está montada.

fator preponderante para o desencadeamento da Operação Roraima foram as ameaças diretas do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à soberania do território da Guiana, na região de Essequibo. A área é historicamente pleiteada pela Venezuela, mas o pleito ganhou força depois que a Guiana passou a ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

Apesar de existir uma longa fronteira entre Venezuela e Guiana, a região de Essequibo é inóspita, e os meios para se chegar a pontos estratégicos da Guiana poderiam levar venezuelanos a adentrarem em território brasileiro para atingir esse objetivo. Este foi um dos motivos da operação.

O comandante do CMO, general de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, apresentou os números da Operação Roraima na semana passada a autoridades sul-mato-grossenses, entre elas, o governador Eduardo Riedel (PSDB), e à imprensa.

A Operação Roraima envolveu 334 militares, 123 viaturas não blindadas, 28 viaturas blindadas, 10,4 mil litros de gasolina, 94 mil litros de óleo diesel e 5 toneladas de munições e explosivos.

O deslocamento de 4 mil quilômetros seria o bastante para cruzar todo o continente europeu. A comparação foi feita pelo general Baganha: “Um deslocamento que cruza a Europa, mas não com as facilidades logísticas daquele continente”, afirmou.

Parte das tropas foi de avião, mas os 28 blindados viajaram de Campo Grande a Porto Velho (RO) por via terrestre, de Porto Velho a Manaus (AM) por via fluvial e, novamente, da capital amazonense à fronteira com a Guiana e a Venezuela por via terrestre.

“Lá, nossa tropa montou uma linha defensiva, uma demonstração de força”, contou. “Não houve nenhum acidente ou incidente na operação”, completou o general, que ainda relatou nunca ter visto tal deslocamento de tropas brasileiras em seus 42 anos de carreira no Exército.

O MUNDO MUDOU

No mesmo evento, em entrevista, o general Richard Fernandez Nunes, chefe do Estado-Maior do Exército Brasileiro, lembrou que o arranjo geopolítico mudou e que o Exército está atento a essas transformações.

“Fizemos uma diretriz para as novas atividades, e essa diretriz é sempre atualizada. Mudou o mundo, o cenário é outro”, pontuou.

Ele ressaltou que, após as últimas eleições nos Estados Unidos, a concepção da doutrina norte-americana sofreu alterações.

“Temos conflito na Ucrânia, conflito de Israel com o Hamas na Faixa de Gaza. Temos de reagir a tudo isso e atualizar o nosso planejamento internacional. Esse documento explicita tudo isso”, disse.

Ao fim do evento, já em entrevista coletiva, o chefe do Estado-Maior reforçou: “O mundo está em conflito e temos de estar preparados para isso”.

Assine o Correio do Estado

MATO GROSSO DO SUL

Ocupação chega ao fim mas MST faz ação de bloqueio em rodovias de MS

Após desocupação área que pertence à empresa JBS, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra um bloqueio na BR-060

28/04/2025 09h19

Conforme a PRF, o km 414 está com o trânsito totalmente interditado próximo ao acesso para o Capão Seco

Conforme a PRF, o km 414 está com o trânsito totalmente interditado próximo ao acesso para o Capão Seco Reprodução/Redes sociais

Continue Lendo...

Após domingo de confronto entre forças policiais e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a área que pertence à empresa JBS, no município de Dourados amanheceu desocupada nesta segunda-feira (28), porém o grupo age agora com bloqueios em rodovias de Mato Grosso do Sul. 

Distante cerca de 231 quilômetros de Campo Grande, a ocupação começou ainda no sábado (26), quando o grupo de aproximadamente 300 integrantes fizeram uma ampliação do Acampamento Esperança, que há cerca de dois anos está instalado à beira da rodovia MS-379. 

Após o emprego de bombas de efeito moral em um primeiro momento, seguido de mediações com autoridades, foi feita a desocupação da área, conforme apurado pelo portal local Dourados News, com retorno das famílias para o acampamento que fica ao lado da propriedade. 

Entretanto, a Polícia Rodoviária Federal repassou que manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), iniciaram um bloqueio na BR-060, no município de Sidrolândia. 

Conforme a PRF, o km 414 está com o trânsito totalmente interditado próximo ao acesso para o Capão Seco, porém, após negociações com a Polícia Rodoviária Federal os manifestantes decidiram pela liberação de 15 minutos da rodovia para ambos os sentidos. 

Há ainda indícios, com base nas publicações feitas pelo próprio MST, que um trecho também da BR-164 está com ponto de bloqueio, com a queima de galhos e pneus, o que não foi confirmado até o início da manhã pela PRF. 

Entenda

Com a movimentação de sábado (26), houve cerco policial ao acampamento ainda na primeira noite de ocupação, com o grupo acuado ao serem vigiado por drones e visitado por agentes, que diziam que a partir de domingo (27) haveria ação de desocupação, tendo dois trechos de acesso pela rodovia bloqueados. 

Imagens feitas do local da ocupação, que circulam pelas redes sociais, mostravam ônibus da Polícia Militar junto de caminhões, viaturas e escavadeiras que trancaram o acesso da rodovia. 

Na manhã de domingo, equipes da Polícia Militar, Tropa de Choque e Departamento de Operações Especiais da Fronteira (DOF) começaram a ação de despejo, que terminou no uso de disparos de bombas de efeito moral. 

A negociação aconteceu após chegada de integrantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que ajudaram a apaziguar os ânimos. 

Segundo o Governo Federal, a área é alvo de negociação com a empresa proprietária, com o intuito de destinar a terra improdutiva há mais de uma década para a Reforma Agrária. 

Segundo o MST, pelo menos três incêndios criminosos atingiram a área de famílias assentadas em 2024, como o caso que aconteceu na noite de 03 de agosto do ano passado, quando fazendeiros incendiaram os arredores do acampamento Esperança. 

Nesse caso à época, o Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas fazendeiros teriam impedido o acesso ao local do incêndio, fazendo com que o fogo atingisse os barracos do acampamento e causasse um estrago ainda maior. 


Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).