A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tem a partir desta quinta-feira (31) o comando total das ações militares internacionais na Líbia, tomando o lugar da coalizão internacional que desde 19 de março dirigia a intervenção contra as forças do ditador Muammar Kadhafi.
"A operação 'Protetor Unificado' decidida no domingo passado pelos países da Aliança começou oficialmente esta manhã, como estava previsto, às 6h GMT", declarou uma fonte diplomática. Desta forma, a Otan assume a responsabilidade pelos bombardeios na Líbia até agora sob controle da coalizão liderada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha.
A Líbia enfrenta uma batalha desde o começo deste ano, quando manifestações pedindo a renúncia do ditador Kadhafi, há 42 anos no poder, se tornaram confrontos violentos e passaram a ser reprimidos com força pelo regime. No dia 17 deste mês, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que valida quaisquer medidas necessárias para impedir um massacre de civis. Dois dias depois, a coalizão internacional liderada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha começou a bombardear a Líbia.
O presidente do Comitê Militar da Otan, o almirante italiano Giampaolo Di Paola, e o general canadense Charles Bouchard, no comando das operações na base situada na cidade italiana de Nápoles, detalharão a nova situação à imprensa por volta das 8h30 (horário de Brasília).
O novo passo acontece depois de os 28 países aliados terem chegado a um acordo no último domingo (27) para que a Otan ficasse com o controle e a coordenação de todas as operações de proteção da população civil líbia. Alguns dias antes, a organização já havia assumido a direção da zona de exclusão aérea imposta sobre a Líbia.
A transferência do controle sobre os ataques aéreos à Otan coincidiu com a redução dos bombardeios internacionais contra as forças de Muammar Kadhafi, o que permitiu às tropas leais ao coronel contra-atacar e obrigar os rebeldes a se retirar de cidades como Ras Lanuf.
A Aliança assegurou que seu único objetivo é proteger a população civil, cumprindo com o mandato da ONU, e não apoiar um ou outro grupo. Estados Unidos e Reino Unido, no entanto, levantaram a possibilidade de armar os rebeldes para que derrotem o regime de Kadhafi, uma questão que gera desconfiança em alguns setores de Washington pelo temor de que haja membros da rede al-Qaeda entre os rebeldes