Cidades

COMPRAS COLETIVAS

Sites unem publicidade e viram 'febre'

Sites unem publicidade e viram 'febre'

Laís Camargo

28/03/2011 - 00h02
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Se quem compra quer pagar pouco e quem vende quer ter lucro, como equilibrar os investimentos que a empresa faz para atrair clientes e os descontos que o comprador tanto “chora”? Afinal, até o Google demorou para descobrir como transformar as redes sociais em meios de lucro. Parece que os sites de compras coletivas descobriram essa fórmula. Os endereços são febre em São Paulo e Rio de Janeiro e desde o ano passado estão presentes em midias e estabelecimentos de Campo Grande.

O princípio é simples: o dono de um local quer divulgar o negócio e oferece um produto ou serviço com desconto de no mínimo 50%. Os sites de compra coletiva gerenciam e divulgam a oferta e o consumidor paga menos da metade do valor no produto. “Comecei a usar porque meu pai me falou dos sites, aí me interessei e comecei a entrar todos os dias, e meu pai também. Agora somos viciados, sempre procuramos promoções de comida, que são as que mais valem a pena”, conta a estudante de Fisioterapia, Letícia Ribeiro, de 20 anos.


“Eu e meu primo montamos um site em setembro de 2010, quando ainda não tinha nenhum em Campo Grande. Hoje temos seis funcionários e estamos procurando pessoas para representar em Dourados, queremos segmentar”, relata o dono de um site de compra coletiva. O lucro da empresa funciona com porcentagens dos descontos, se uma empresa oferece 80% de desconto em um serviço, o site divulga 60% e obtém 20% do valor para si. Em troca, o comerciante atrai novos clientes para a empresa.

Mercado

Hoje existem em torno de 12 sites de compra coletiva em Campo Grande, eles podem ser considerados uma nova mídia, mas também são negócio. “Funciona como uma empresa normal, precisa ter editoria de arte, criação, atendimento, área comercial. Não dá para brincar de fazer site”, aponta o dono de um deles. O que antes era uma verdadeira luta para conseguir anunciantes, hoje exige menos esforço, pois os comerciantes têm percebido o resultado da divulgação.

A abrangência dos produtos é ampla, ofertas de alimentação e estética são campeãs de venda. Mas já há sites apostando em pacotes de viagem, inclusive internacionais. “Nunca tive problemas com a compra, mas já aconteceu de eu chegar na loja e não ter o que eu queria. Era um modelo de óculos escuros que não estava na promoção. Aí eu acabei inteirando o dinheiro”, conta Letícia.


Problemas coletivos

Embora haja vantagem nos descontos dados, compras pela internet ocasionam alguns transtornos. Segundo dados do site Reclame Aqui, desde junho de 2010 são 4.414 reclamações nacionais sobre os endereços de compra coletiva. Os motivos das reclamações mais frequentes são: cobrança duplicada e dificuldade de cancelar compra.


Com relação aos estabelecimentos que ofereceram a promoção, há registros de reclamações sobre a discriminação dos clientes que utilizam as compras coletivas e também do despreparo dos fornecedores para atenderem à demanda dos produtos e serviços vendidos.
 

Descubra

Saiba se você teve valores descontados no INSS; veja passo a passo

Ao longo do ano passado, foram realizados mais de 190 mil pedidos de revisão de desconto por meio do aplicativo do instituto previdenciário

24/04/2025 13h30

Foto: Divulgação

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Com mandado de busca em Mato Grosso do Sul, a Controladoria-Geral da União em conjunto com a Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23) uma operação contra um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), operação simultânea em 34 cidades do país. Segundo a PF, entidades que representavam aposentados e pensionistas descontaram irregularmente parte de mensalidades associativas aplicadas sobre benefícios previdenciários.

Ao longo do ano passado, foram realizados mais de 190 mil pedidos de revisão de desconto por meio do aplicativo do INSS. 

De acordo com as investigações, cerca de 1,3 mil aposentados foram entrevistados pela CGU e 97% destacaram não saber da existência dos descontos junto às suas contas junto à previdência. Atualmente o INSS conta com 40,6 milhões de beneficiários, destes, cerca de 6 milhões possuem algum tipo de associativismo em suas contas.

Pelos cálculos dos investigadores, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024. Diante das irregularidades da situação, descubra se você foi um dos atingidos pelo esquema e saiba como se proteger.

Para descobrir se houve descontos indevidos em sua conta, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.

Passo a passo: 

  • Acesse o app ou site Meu INSS
  • Faça login com CPF e senha do Gov.br
  • Clique em "Extrato de benefício"
  • Na sequência, clique sobre o número do benefício
  • Na próxima tela, irá aparecer o extrato
  • Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas

Como excluir cobrança indevida?

Quem não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135.

Confira o passo a passo para excluir a cobrança:

  • Entre no app "Meu INSS"
  • Faça login com CPF e senha do Gov.br
  • Clique no botão "novo pedido"
  • Digite "excluir mensalidade"
  • Clique no nome do serviço/benefício
  • Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções


Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:

  • Entre no Meu INSS
  • Faça login com CPF e senha do Gov.br
  • No campo de pesquisa da página inicial , digite “solicitar bloqueio ou desbloqueio de mensalidade”
  • Na lista, clique no nome do serviço/benefício
  • Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções
  • O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.

Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode adotar os seguintes passos:

  • Ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite
  • Enviar um e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br e informar a retirada indevida
  • Abrir uma ocorrência na Ouvidoria do INSS para dar início ao ressarcimento
  • Protocolar um pedido de ressarcimento pelo app ou site Meu INSS ou ir a uma agência
  • O pedido de ressarcimento pode ser acompanhado pelo aplicativo ou pelo telefone 135.

Desdobramentos

Além do Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, também foram afastados de suas funções -  o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho; o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker; o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos; e o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva, além de um policial federal.

A exoneração de Stefanutto, foi publicada ainda na quarta-feira, em edição extra do Diário Oficial da União. A portaria é assinada pela ministra substituta da Casa Civil, Miriam Belchior, a pedido do presidente Lula.

O caso

As investigações tiveram início em 2023, contudo, o inquérito foi instaurado em junho de 2024 após  a CGU observar a formação de uma organização criminosa. Ao todo, 29 entidades foram investigadas, destas 11 foram alvos de medidas judiciais -  Ambec; Sindnapi/FS ; AAPB ; AAPEN (anteriormente denominada ABSP); Contag; AAPPS Universo; Unaspub; Conafer ; Apdap prev (anteriormente denominada Acolher); ABCB/Amar Brasil e Caap.

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Cidades

Com impacto de R$ 95 milhões, Câmara aprova reajuste escalonado de Adriane Lopes

Salário da prefeita passará de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil, de forma escalonada até 2027, e irá gerar efeito cascata no salário de servidores

24/04/2025 13h01

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes Divulgação

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Vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram, por 22 votos favoráveis e um contrário, o projeto de lei que reajusta o salário da prefeita Adriane Lopes (PP) de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil, de forma escalonada até 2027. O impacto aos cofres públicos será de R$ 95 milhões.

Conforme a proposta, com o escalanamento, o salário da chefe do Executivo Municipal passará a R$ 26,9 mil em abril de 2025, depois para R$ 31,9 mil em fevereiro de 2026, até chegar aos R$ 35,4 mil em fevereiro de 2027.

A medida produz o chamado efeito cascata para o primeiro escalão e para auditores-fiscais, médicos, educadores , procuradores, dentistas e aposentados.

Ou seja, com o aumento da remuneração da prefeita, os servidores, que têm os vencimentos vinculados ao teto, também terão reajuste.

Antes da votação, o presidente da Casa de Leis, vereador Papy, explicou que o acordo foi feito entro o Executivo Municipal e sindicatos de servidores públicos, sendo apenas mediado pela Câmara.

Papy citou que uma outra lei, que aumentava o salário da prefeita para R$ 41 mil, está sendo discutido no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

"O que fazemos hoje é que, diante de um impasse de mais de 12 anos sem reajuste inflacionário de certas categorias que estão vinculadas ao teto,  penso que o melhor ajuste é o Executivo tratar cada categoria individualmente e ir fazendo os reajustes", disse.

"Cada gestor tem que ser responsável a cumprir a Constituição fazendo com que todos os anos os servidores tenham o reajuste inflacionário. Acontece que, ao longo do tempo, o gestor se omite na garantia do direito do trabalhador, cria um passivo e acumula um salário que a gente está discutindo aqui, que o impacto financeiro é altíssimo", acrescentou.

Por fim, ele ponderou que mesmo com o impacto, é necessário garantir o direito de reajuste ao trabalhador, considerando que o salário "encolheu" durante os anos sem a reposição da inflação.

"A Câmara contribui para mediar um acordo que não é nosso. Essa é uma discussão exclusiva do Executivo com os seus servidores, nós fomos auxiliares", concluiu Papy.

O único vereador que votou contra o projeto de lei foi Marquinhos Trad.

Projeto polêmico

O projeto se desenrolou por meio de um imbróglio que prevê o acréscimo de 67% sobre o salário de Adriane.

O reajuste tem como determinante as diversas negativas sobre o aumento salarial da prefeita, e havia se chegado a um acordo após muita polêmica, visto que inicialmente, o acréscimo possível seria de até R$ 41,8 mil, cifras que à época, foram contestadas pela própria prefeita, que alegou inconstitucionalidade e pediu para que o  Tribunal de Justiça suspendesse o aumento, que entraria em vigor no dia 1º de fevereiro deste ano. 

A 1ª tentativa de subir o salário de Adriane foi enterrada no dia 10 de fevereiro, onde, na ocasião, o órgão especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul suspendeu o aumento salarial da prefeita e de outros servidores do funcionalismo público.

A decisão correspondia a lei 7.005/2023, assinada em fevereiro de 2023 pelo então presidente da Câmara Municipal Carlão Borges (PSB), que elevava não somente o salário de Adriane Lopes, mas também o de vice-prefeito para R$ 37.658,61, bem como o salário dos dirigentes de autarquias para R$ 35.567,50.

Como o comando da Câmara já temia esta possibilidade naquela ocasião, colocou em votação dois aumentos, mas em projetos separados.

Com o primeiro derrubado, restou a Lei 7006/2023, que previa aumento para R$ 41,8 mil, que também foi derrubada no dia 28 do mesmo mês. Diante das negativas sequenciais, as partes chegaram a um acordo para que o aumento do funcionalismo público fosse firmado.

No período, a lei foi considerada inconstitucional porque, segundo argumentação da chefe do Executivo, não trazia o impacto financeiro do reajuste de gastos, já que provocava efeito cascata ao elevar o teto remuneratório do funcionalismo municipal. 

A proposta chegou a ser colocada na pauta de votação neste mês, mas com o reajuste integral, e foi retirada após a prefeita recuar e construir o novo projeto, com o escalonamento.

Atualmente, nenhum servidor pode receber salário superior a R$ 21,2 mil. Com isso, até a remuneração dos vereadores acabou sendo afetada, já que desde o começo do ano o salário dos parlamentares passou de R$ 18,9 mil para R$ 26,08 mil. 

 

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