Somente cinco dos 78 municípios de Mato Grosso do Sul têm programas de enfrentamento ao Crack e outras drogas e, em uma escala menor, 29 deles desenvolvem algum tipo de ação para prevenir, combater o uso ou tratar dependentes da droga. Os dados são de um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CMN) feito com base em uma pesquisa respondida por 58 administrações municipais do Estado (veja no infográfico).
A pesquisa tem por objetivo demonstrar a necessidade de se pensar políticas de combate ao crack, droga de alto poder destrutivo ao organismo e que provoca dependência com rapidez. O levantamento apontou que, no Estado, há apenas 12 cidades com Centros de Atenção Psicossocial (Caps), onde são tratados pacientes com problemas de dependência química. Nesses locais, trabalham 92 profissionais de saúde.
Campo Grande, apesar de contar com um Caps específico para tratar dependentes de álcool e outras drogas, incluindo o crack, apareceu na lista como um dos municípios que não tem ações contra a proliferação de usuários da droga.
O secretário municipal de saúde, Leandro Mazina Martins, recebeu com estranheza a notícia e afirmou que a Capital atende os dependentes de crack da mesma forma que presta assistência àqueles viciados em outras drogas. "Existem os Caps que tratam todos os cidadãos dependentes de todas as drogas e não só do crack. Mas o combate à droga não é só tarefa da saúde, mas também da assistência social e da segurança", afirmou o secretário.
Plano de ação
O que o CMN propõe é que sejam desenvolvidos, por parte dos municípios, programas específicos contra o crack, de acordo com a Política Nacional de Enfrentamento ao Crack e outras drogas, lançada em abril deste ano pelo Governo federal.
O levantamento, no entanto, mostrou que poucos municípios brasileiros têm respondido à necessidade – apenas 8,4% dos 3.950 pesquisados.
No Estado, dos cinco municípios que afirmaram ter planos específicos, quatro desses programas foram aprovados pelos vereadores e tornaram-se leis.
Programas
Mesmo não tendo programas, os 29 municípios de Mato Grosso do Sul declararam realizar ações de combate ao crack, como mobilização e orientação da população (27 municípios) ; prevenção ao uso de crack (21); e o atendimento a familiares e amigos de usuários e dependentes (14). Desses municípios, 22 afirmaram que não recebem apoio financeiro de nenhuma outra esfera de governo. Somente três já fizeram convênios com o Governo federal no âmbito do programa de combate ao crack e 19 ajudam financeiramente outras instituições ou entidades que realizam ações em prol de dependentes ou usuários de outras drogas ou do crack.