Artigos e Opinião

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Frei Venildo Trevizan:
"O bem e o mal"

Frei Venildo Trevizan:
"O bem e o mal"

Redação

06/06/2015 - 00h00
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O ser humano leva consigo uma bagagem de grande responsabilidade: o livre arbítrio, cuja ação depende da vontade e da escolha pessoal ante qualquer proposta ou acontecimento. A escolha entre o bem e o mal, entre o cultivar o que for bom e rejeitar o que for mau também depende da consciência individual.

O bem e o mal sempre andam juntos, embora sejam totalmente distintos para quem esteja em pleno uso da razão. Mesmo assim existem os que pensam diferente por serem livres. Consideram bom aquilo que a ética considera mau. Consideram mau o que a ética considera bom.

Consideram como um bem a pena de morte, a eutanásia, a esperteza nos negócios, o enriquecimento ilícito, o desquite, o divórcio e tantos outros. E consideram como atraso, ou como mau, aquilo que se relaciona com a solidariedade humana, a justiça social, a honestidade nos negócios, a tolerância com os mais fracos e o empenho na partilha dos bens.

Quem assim pensar também estará se inclinando a aceitar certos acontecimentos e certas situações como uma fatalidade, ou como algo incompreensível à inteligência humana. E o viver passaria a ser governado pelo destino e não por Deus, por não conseguir desvendar o que existiria por detrás desses fenômenos.

Essas pessoas estarão sujeitas a admitir consequentemente que o mal estaria num estágio superior ao bem. Dificilmente admitirão acreditar no contrário, isto é, que o bem seja superior ao mal. A obsessão por uma ideia turva a visão da realidade.

Pensando na realidade em que vivemos perceberemos que existe uma onda de frieza em face aos acontecimentos das pessoas. Estamos perdendo a sensibilidade da fé. Estamos acreditando menos nos valores morais. Estamos nos distanciando dos valores espirituais.

Quase tudo está sendo permitido. Está desaparecendo o proibido. Inexistem limites nas leis comportamentais. A tendência é cada qual viver da maneira que lhe convier. Cada qual fazer o que entender que possa fazer. O juiz será o impulso do momento. Não pensar em consequências. Viver o momento presente sem se perturbar com o futuro.

Para os pensadores corretos isso seria uma verdadeira catástrofe. Será preciso tomar uma atitude muito séria para salvar o que existe de bom no coração e na mente. Não podemos permitir que nossas vidas sejam manipuladas pelas redes sociais, pelo comercio das drogas, ou pelo pessimismo religioso.

É hora de reavivar a fé no Senhor Jesus. É hora de revigorar o espírito cristão. É hora de reassumir o amor ao sagrado, a confiança na bondade de Deus e a fidelidade à própria religião.

Assim a alegria será um novo sol a brilhar em todos os semblantes, o amor será partilhado em todas as mesas e a esperança aquecerá todos os corações.

O mundo precisa saber disso. A sociedade necessita de impulsos corajosos para renovar a fé e a confiança em cada ser humano. Mesmo os mais revoltados e agressivos necessitam reencontrar o caminho da paz e da alegria.  

Editorial

O jogo deve ser limpo e responsável

O que está em jogo, no fim das contas, é muito mais do que dinheiro. É a confiança da sociedade em como o poder público escolhe e administra os seus parceiros

12/04/2025 07h15

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A suspensão da licitação para contratação da plataforma da Loteria de Mato Grosso do Sul (Lotesul), determinada pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), é uma decisão acertada e prudente. Como mostramos nesta edição, a retomada da Lotesul, agora repaginada, ocorre em meio à regulamentação das apostas esportivas e dos jogos on-line no Brasil. O mercado é promissor – capaz de movimentar milhões, talvez bilhões –, mas tamanha expectativa de receita não pode atropelar os princípios da legalidade e da transparência.

A analogia com os jogos de estratégia é pertinente: quem joga com pressa, perde. Movimentos precipitados podem comprometer todo um plano, como no xadrez, em que um erro mal calculado decide uma partida inteira. O mesmo raciocínio vale para políticas públicas e processos licitatórios: decisões precisam ser embasadas, bem estruturadas e, principalmente, livres de qualquer suspeita.

Se existem indícios de direcionamento na licitação, que sejam investigados. A transparência e o respeito às normas são requisitos básicos para a credibilidade de qualquer empreendimento estatal – sobretudo quando o assunto envolve dinheiro público e um mercado tão sensível quanto o de jogos e apostas.

De todo modo, é inegável que a legalização dos jogos e das apostas on-line abre novas portas para a arrecadação. E o Estado tem, sim, o direito – e a necessidade – de explorar essas receitas. No entanto, o desafio maior está em garantir que os recursos sejam bem empregados, tanto pela empresa que vier a administrar a Lotesul quanto pelo governo. Ganhar dinheiro com jogos exige, também, responsabilidade com o impacto social desse mesmo mercado.

Nesse sentido, defendemos que parte da arrecadação seja destinada à criação de um fundo específico para o tratamento de pessoas com dependência em jogos, além do financiamento contínuo de campanhas de conscientização. É dever do Estado informar a população sobre os riscos da jogatina, sobretudo no ambiente on-line, onde o acesso é fácil, constante e muitas vezes invisível.

Outro ponto essencial é que os contratos firmados com empresas do setor incluam cláusulas de penalização em caso de descumprimento de regras, condutas antiéticas ou omissão diante de problemas como fraudes e vício em jogos. A legalização do jogo não pode ser um salvo-conduto para irresponsabilidades nem uma cortina para interesses escusos.

Se o jogo vai começar, que seja com regras claras, peças bem posicionadas e, acima de tudo, com ética. O que está em jogo, no fim das contas, é muito mais do que dinheiro. É a confiança da sociedade em como o poder público escolhe e administra os seus parceiros.

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Como o milho amplia a produção de energia sem comprometer a segurança alimentar?

11/04/2025 07h45

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A demanda global por biocombustíveis deve aumentar 19% comparado a 2024 e, em cenários de emissões líquidas zero até 2050, pode crescer significativamente, impulsionada pelas metas de descarbonização do setor de transporte. No mesmo sentido, a demanda por alimentos deve aumentar 13% até 2032, principalmente por conta do crescimento populacional dos territórios africanos e asiáticos.

Com o crescimento da produção de biocombustíveis, diversos estudos foram publicados, destacando problemas relacionados à competição com a produção de alimentos. No entanto, no contexto brasileiro, a combinação de tecnologias, como o sistema de sucessão, possibilita sinergias entre biocombustíveis e segurança alimentar, desafiando a ideia simplista de competição pelo uso da terra. Grande parte dos estudos realizados até o momento avaliam tipos de biocombustíveis genéricos e em nível mundial, desconsiderando as especificidades regionais e cadeias de produção particulares. 

A entrada da indústria de etanol de milho de segunda safra no Brasil impactou positivamente a renda, o consumo e o bem-estar das famílias mais pobres da Região Centro-Oeste, proporcionando melhores condições de acesso aos alimentos. Esse foi um dos resultados do estudo publicado por Gurgel et al. (2024), explicado pelo desenvolvimento local, crescimento econômico e geração de novos empregos.

Apesar do aumento da demanda de milho para a produção de etanol – 10 vezes em seis anos – o consumo representou apenas 12% da produção total na safra 2023-2024. Além disso, não houve redução da quantidade destinada à alimentação humana e animal nem aumento significativo do preço do milho no mercado local, que segue a tendência de preços do mercado internacional. 

O Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas do mundo, tem forte contribuição na oferta global de biocombustíveis e alimentos, garantindo essa expansão pautada em técnicas sustentáveis. A implementação de técnicas “poupa-terra” possibilita maximizar a produção de biocombustíveis sem a necessidade de expandir novas áreas agrícolas ou competir com a produção de alimentos. Estima-se que o potencial de expansão do cultivo de milho de segunda safra em áreas de soja já consolidadas e aptas seja de 16,6 milhões de hectares (Mha), com uma capacidade de produção de 38 bilhões de litros adicionais de etanol por ano. 

Vinculado a essa produção também existe a geração do Dried Distillers Grains (DDG), destinado à alimentação animal, que substitui parte dos grãos antes utilizados para esse fim. Com a entrada de DDG no mercado e maior oferta de ração, há uma redução da demanda por soja e milho utilizados na alimentação animal e, consequentemente, uma diminuição no preço da ração animal, além da menor necessidade de área para a produção desses grãos. Adicionalmente, o DDG é uma fonte de alto valor de proteína, que permite maior eficiência no tempo de engorda do rebanho, contribuindo para a intensificação da pecuária. 

Estudos recentes estimam que existam entre 28 e 36 Mha de áreas de pastagens no Brasil com diferentes níveis de degradação, aptas para conversão agrícola. Outro ponto importante que merece ser mencionado é o ganho de produtividade das principais culturas energéticas. Na safra 2023-2024, o milho de segunda safra, somado à soja, resultou em uma produção de 10 toneladas por hectare, ou seja, 218% a mais do que uma área exclusiva de soja. Com isso, o sistema soja-milho aumenta a produção de grãos em uma mesma área e otimiza o uso da terra. 

A produção de etanol de milho de segunda safra é capaz de ofertar energia, alimentos e nutrição animal, além de contribuir para o enfrentamento das mudanças climáticas e a redução das emissões de CO2, apoiando a segurança alimentar e energética. 

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