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Fora do mercado formal, mais da metade dos idosos que trabalham tem negócio próprio

Fora do mercado formal, mais da metade dos idosos que trabalham tem negócio próprio

G1

18/11/2018 - 23h30
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Movidas pela necessidade de renda e em busca de realização pessoal, cada vez mais pessoas da terceira idade permanecem ou retornam para o mercado de trabalho – e esse aumento vem sendo puxado pelo empreendedorismo.

Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no segundo trimestre deste ano 46% da população ocupada com mais de 60 anos trabalhava por conta própria e 9,3% eram empreendedores.

Enquanto isso, apenas 1 em cada 4 (26%) idosos ativos tinham emprego com carteira assinada, ao passo de 18% estavam na informalidade, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE.

“O trabalho autônomo ou informal muitas vezes é a única opção em um mercado que ainda oferece poucos empregos formais para esse público”, aponta Mórris Litvak, fundador da plataforma de trabalho para a terceira idade MaturiJobs.

Abrir uma startup após os 60

Aos 60 anos, Veronique Forat havia deixado para trás a carreira de comunicação e marketing e decidiu abrir uma startup com sua sócia, Martha Monteiro, de 64 anos. Ambas criaram em 2017 um site que conecta pessoas dispostas a se hospedar ou morar juntas usando como base a afinidade, o Morar.com.vc, que opera na cidade de São Paulo.

Elas se conheceram em um workshop de reinvenção do trabalho depois dos 60 anos e descobriram que podiam seguir uma segunda carreira profissional. O desafio para fazer melhorias no site é grande, após a percepção de que o negócio exige muito conhecimento em tecnologia.

Mas não foi a falta de domínio técnico que Veronique encontrou como empecilho para empreender na sua idade.

“A dificuldade é que talvez não sejamos levadas tão a sério em um ambiente muito masculino e jovem como é o de startups", conta.

Veronique conta que existe um certo "pé atrás" por parte dos investidores em apostar em startups chefiadas por duas mulheres mais velhas”. Mas ela enxerga a maturidade como vantagem nesse meio e também um "alimento" para a criatividade exigida nesse meio.

Não foi só a necessidade financeira que a motivou a abrir um negócio depois dos 60, mas o ímpeto de continuar tendo desafios que, segundo ela, é o que “mantém a gente vivo”.

“Não é possível que muita gente não perceba o potencial enorme que as pessoas mais maduras têm. Existe uma resiliência que você adquire com a idade”, afirma Veronique.

“Com mais idade, você sabe que se levar uma bofetada e cair sentado, o mundo não acabou”, diz a empreendedora.

Segundo Luciana Franco, sócia da Improve Human Consulting, há, de fato, espaço no mercado brasileiro para startups com profissionais da terceira idade por serem qualificados, maduros e com alto senso de responsabilidade.

"O empreendedorismo tem sido um caminho escolhido por muitos brasileiros da terceira idade como alternativa para ter uma vida mais ativa, inclusive após a aposentadoria", observa.

Cresce a participação de idosos no empreendedorismo

Um levantamento do Sebrae de 2017 mostrou que 12,35% dos empreendedores do país estão na faixa dos 55 a 64 anos – 6,1 milhões dos 49,4 milhões. Segundo o estudo, 32,3% das pessoas nesta faixa de idade são empreendedores – 10,3% em fase inicial e 22,4% já estabelecidos.

Nesta faixa etária, a proporção de pessoas que abriram negócio cresceu de 7%, em 2012, para 10,4%, em 2016.

Segundo a pesquisa, 61% dos empreendedores iniciais são mulheres, o que, segundo o Sebrae, se explica pela crise econômica, que motivou mulheres com mais idade ou aposentadas a empreenderem para completar a renda da família.

Entre os aposentados, cerca de 8% já abriram seu próprio negócio, aponta outra pesquisa do Sebrae. Outros 25% pretendem abrir uma empresa no futuro e, destes, 10,8% planejam abri-la em até dois anos. Cerca de 80% já sabem que tipo de negócio gostariam de montar - 6 em cada 10 escolheram o comércio, especialmente no ramo da alimentação.

Para 7 em cada 10 entrevistados, a motivação para abrir uma empresa decorre de razões financeiras, como complementar a renda e ajudar a família :

49,7% pretendem abrir uma empresa para complementar a renda – seja a própria ou da família;
21% citaram a necessidade de manter a família;
21% pensam em se manter ocupados após a aposentadoria;

'Não queria ficar parado'

O aposentado Márcio Nogueira, de 62 anos, decidiu investir no próprio negócio após atuar por 42 anos em empresas como administrador com especialização em logística e transportes.

Há pouco mais de um ano, ele gerencia uma unidade móvel de uma franqueadora de lojas de produtos de limpeza do país, a Ecoville, em Campinas, interior de São Paulo.

A vontade de se aventurar no empreendedorismo veio após a aposentadoria, em 2015, e a decisão se deu em uma feira de franquias no Rio de Janeiro.

“Trabalhava como gestor, com carteira assinada, mas sempre quis empreender num negócio próprio”, diz.

Nogueira conta que tinha uma vida profissional agitada e não queria ficar parado após se aposentar. “Mas queria algo que não tivesse ponto fixo nem compromisso de horário para abrir e fechar, que me permitisse viajar quando quisesse”, comenta.

Ele optou pelo ponto móvel, com a venda porta a porta, para empresas e estabelecimentos comerciais e de serviços, em uma região específica de Campinas. Nogueira tem a ajuda do sobrinho Saint Clair, de 40 anos, que cuida das vendas, e ele faz a gestão da empresa.

O investimento foi em torno de R$ 100 mil – teve que comprar carro, computadores e alugar um imóvel para depósito e escritório.

“Antes, quando era empregado, no fim do mês tinha o dinheiro garantido. Agora tem a incerteza, mas é gratificante realizar um sonho e ver a satisfação do cliente”, diz.

Nogueira conta que o primeiro ano foi de aprendizado e prejuízo, com foco em produtos que vendem mais e estoque reduzido, mas neste ano conseguiu equilibrar as contas.

O administrador de empresas conta orgulhoso que, após os 60 anos, conseguiu unir o sonho do negócio próprio com a possibilidade de visitar sua filha no Rio de Janeiro, por exemplo, no meio da semana.

“No mês passado estava passeando em Portugal com minha esposa, gerenciando tudo de lá. Eu queria continuar trabalhando, mas de forma flexível. E consigo contornar tudo à distância”, diz o empreendedor.

Segundo Latvik, da MaturiJobs, a grande participação dos empreendedores nesta faixa etária se explica não só pela falta de oportunidade no mercado formal, mas pela preferência de muitos idosos por funções mais flexíveis e sem horário fixo ou necessidade de deslocamento.

Estadual Série B

Reestruturado, Comercial quer seguir rumo à primeira divisão

Colorado aposta na mescla de jovens da base e na volta de ex-jogadores para disputa

07/09/2024 11h00

Jogadores do Comercial treinam para estreuia

Jogadores do Comercial treinam para estreuia Crédito: Paulo Ribas

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Rebaixado no ano passado após derrota para o maior rival, o Comercial voltará a entrar em campo neste fim de semana pelo Campeonato Sul-Mato-Grossense Série B. Em processo de reestruturação, o Colorado quer brigar pelo acesso à primeira divisão.

Com elenco de 22 jogadores anunciados, o Comercial vem treinando há três semanas no campo do Tênis Clube, local onde o Colorado iniciou no ano passado o seu projeto de estruturação de suas categorias de base.

Ao Correio do Estado, o técnico do Comercial, Tiago Lopes, falou sobre as expectativas do time para a competição, que o clube não disputava desde 2007.

“A nossa principal meta é recolocar o Comercial na elite no ano de 2025. Sabemos das dificuldades financeiras que estamos passando nessa fase de reestruturação do clube, porém, acreditamos muito no nosso trabalho para coroar com acesso à Série A”, declarou Lopes.

Sobre a montagem do elenco, o técnico falou que o clube priorizou contratar jogadores que já tiveram passagens pelo Comercial e atletas que já trabalharam com o treinador na disputa do Estadual no Coxim Atlético Clube.

“A montagem do elenco foi feita em cima das possibilidades que o clube tinha, buscando atletas que nós da comissão técnica e o presidente Cláudio, conhecia. Com os contratados também subimos sete atletas da base”, informou.

Entre os jogadores contratados, o principal nome é o goleiro Rodolfo Fagundes, de 37 anos. Ele volta para a sua terceira passagem pelo clube, onde foi formado. O goleiro ídolo do time foi campeão pelo Colorado no Estadual de 2010.

Além de Rodolfo, os atletas que fazem parte do elenco e voltam a vestir a camisa do Comercial são os volantes Raylan Dourado e Alessandro, o lateral Lucas Paulista e o atacante Gustavo França.

Se destacam também os atletas que disputaram o Estadual 2024 pelo Coxim, sendo eles o goleiro João Augusto, os meias Lúcio Rassier e Cleiton Drexler e o atacante Caio Vidal, de 20 anos, que foi o artilheiro do Estadual com sete gols.

Semifinalistas do Estadual Sub-20, o goleiro Zé Pedro, os zagueiros Gustavo Ribeiro, Pedro Henrique e Breno Miranda, os laterais Lucca Membrive e Júlio César Gregório e o meia Matheus Bruxo foram os jogadores do Comercial que foram promovidos para disputar a Série B no profissional. 

“Esses atletas que nós já trabalhamos em outras equipes, vejo como um fator muito positivo, pois os mesmos já tem um bom entendimento do nosso modelo de jogo, e isso facilita no processo”, analisou Lopes.

DE VOLTA PARA CASA

Em entrevista para o Correio do Estado, o goleiro Rodolfo Fagundes, que neste ano estava atuando pelo Costa Rica no Campeonato Estadual e no Brasileiro Série D, falou sobre a sua decisão de voltar ao Colorado para ajudar o clube na disputa da segunda divisão. 

“Foi uma decisão fácil, quando o Cláudio [presidente do clube] entrou em contato comigo, a decisão de acerto foi de imediato, por toda história construída dentro do clube. Sabemos que não é o lugar do clube a segunda divisão e estamos trabalhando forte para conquistar o acesso”, declarou.

Questionado sobre a expectativa da torcida, que espera o acesso do clube para conseguir a vaga no Estadual de 2025, Rodolfo ressalta que a história do Comercial coloca o clube como protagonista da competição.

“Estamos preparados para a estreia. O Comercial sempre tem o dever de ser o protagonista em qualquer divisão que esteja pela sua grandeza. Sabemos que somos o clube de maior camisa na competição, mais temos que nos impor e mostrar jogo a jogo que somos capazes de conseguir o acesso”, afirmou.

COMPETIÇÃO

O Campeonato Sul-Mato-Grossense Série B 2024 começa neste fim de semana e conta com cinco equipes participantes.

A segunda divisão do Estadual será disputada em fase única, com todos os clubes se enfrentando em turno e returno. 

Após dez rodadas, o time que somar mais pontos é declarado campeão e os dois primeiros colocados garantem acesso à Série A de 2025.

Neste domingo, dois confrontos marcam a estreia de quatro dos cinco clubes da Série B. O jogo que marca o início da segunda divisão será entre Naviraiense e Comercial, às 15h, no Estádio Virotão, em Naviraí.

Um pouco mais tarde, às 17h, o Águia Negra receberá o Sete de Setembro no Estádio Ninho da Águia, em Rio Brilhante.
 

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Paralimpíadas

Atletismo brasileiro abre o sábado com quatro medalhas

Brasil já cumpre a sua melhor campanha em Paralimpíadas

07/09/2024 09h00

Paraatleta comemora conquista com bandeira do Brasil

Paraatleta comemora conquista com bandeira do Brasil Foto: Douglas Magno/ CPB

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O atletismo brasileiro conquistou quatro medalhas na manhã deste sábado (7) nos Jogos Paralímpicos de Paris (França). O destaque no Stade de France foi a corredora maranhense Rayane Soares, que completou a prova dos 400 metros da classe T13 (atletas com deficiências visuais) com o tempo de 53s55 para conquistar o ouro e bater o recorde mundial da prova, marca que durava desde 1995.

“Eu estava muito confiante. Eu sentia que era o meu momento. Eu me via no pódio, me via pegando a medalha de ouro. Eu pedia para Deus o tempo todo para me dar força e coragem, pois treinada eu estava”, declarou a brasileira após a prova.

Já nos 200 metros classe T37 (atletas paralisados cerebrais) o Brasil conseguiu uma dobradinha, com a prata do fluminense Ricardo Mendonça (22s71) e o bronze do paulista Christian Gabriel (22s74). O ouro ficou com Andrei Vdovin (22s69), que está no time de atletas paralímpicos neutros.

Outra medalha garantida na manhã deste sábado no atletismo foi o bronze do sul-mato-grossense Paulo Henrique dos Reis no salto em distância classe T13 (deficiência visual). A conquista foi alcançada com um salto de 7,20 metros.

Pratas na sexta

No final da tarde de sexta-feira (6) o Brasil garantiu duas pratas, no arremesso de peso classe F57 (para atletas que competem sentados) com Thiago Paulino e com Zileide Cassiano no salto em distância classe T20 (atletas com deficiência intelectual).

Campanha histórica

Com estes resultados no atletismo o Brasil já chegou a 75 medalhas em Paris, cumprindo a sua melhor campanha em uma edição de Jogos Paralímpicos. Até então as melhores performances brasileiras no megaevento haviam sido alcançadas no Rio de Janeiro (2016) e em Tóquio (2020), oportunidades nas quais chegou à marca de 72 medalhas.


 

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