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Em Campo Grande, única mulher mestre de bateria do país dá o tom do Carnaval

Jovem de 24 anos comanda o batuque da Igrejinha desde 2008; veja a entrevista

DA REDAÇÃO

14/02/2015 - 08h00
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Em Campo Grande, quem dá o tom da bateria da escola de samba da G.R.E.S. Igrejinha é uma mulher. Nayara Crystina Dal Pogetto Freire Thomas, de 24 anos, é a única mestre de bateria do país na categoria adulto.

O blog Caju in Dica (clique aqui para acessar), da jornalista Carmen Juliana, traz entrevista com a jovem que comanda a bateria de uma das agremiações mais tradicionais do carnaval campo-grandense.

A entrevista foi feita por Lara Morais Nogueira. Confira na íntegra:

CaJu in Dica: Como você iniciou no meio musical?

Mestre Nayara: A música na minha vida vem como herança de família. Meu pai, tios, primos são todos músicos e comigo não poderia ser diferente. Desde criança já acompanhava meu pai pelas rodas de samba onde ele tocava. Ganhei meu primeiro instrumento, um rebolo que na época mal cabia no meu colo, aos cinco anos e já nessa idade tocava com os grupos de samba e pagode acompanhando minha família. A partir daí não parei mais e hoje a música é o que move a minha vida.

CaJu in Dica: Há quanto tempo você é Mestre de Bateria?

Mestre Nayara: Desde 2008, há 7 anos!

CaJu in Dica: Como é ser a única mulher Mestre de Bateria do Brasil? Você sofreu algum tipo de preconceito? Como foi quando iniciou?

Mestre Nayara: Inicialmente eu não fazia ideia de que era a única mulher Mestre de Bateria do Brasil. Descobri durante uma viagem ao Rio de Janeiro para tratar assuntos relativos ao G.R.E.S. Igrejinha, onde me disseram que não existiam mulheres Mestres de Bateria. Posteriormente, tive a confirmação de que sou a única mesmo. Fiquei surpresa e orgulhosa com a notícia, afinal existem tantas escolas de samba Brasil que eu jamais pensei que poderia ser a única mulher a frente de uma bateria. Me sinto pioneira nesse aspecto pois já são 7 anos carregando esse título e espero abrir caminhos para outras mulheres que gostam dessa área. Não são somente os homens que sabem fazer samba, tem muita mulher com potencial pra isso também.

Com relação ao preconceito, eu sofri sim, já aconteceu dos integrantes da bateria chegarem no ensaio e ao me encontrarem se recusarem a ensaiar por eu ser mulher, ser nova e saber tocar. Quando eu assumi esse cargo, a idade média dos integrantes era 40 anos e pra eles foi meio difícil de aceitar que uma menina de 17 anos tomaria conta do coração da escola de samba, tanto que muitos saíram.  Eu iniciei como Mestre faltando 3 dias para o desfile de 2008 porque o Mestre até então, estava tendo dificuldade de conduzir a bateria sozinho. Foi ai que surgiu o convite e eu aceitei. Nesse ano (2008) desfilamos e a escola foi campeã! Posteriormente ele saiu da escola e eu tomei a frente e lá estou até hoje.

CaJu in Dica: Qual é o maior desafio do Mestre de Bateria?

Mestre Nayara: O maior desafio é conseguir reunir as pessoas em prol do desfile, pois é um trabalho voluntario e não há remuneração. Há que se despertar a força de vontade, amor e comprometimento com a escola em cada um. Depois disso o desafio é passar todo o meu conhecimento para os integrantes, pois chega muita gente que não sabe tocar,  totalmente cru pra aprender, então tenho que ensinar a função de cada instrumento, o toque correto que deve ser utilizado, os ritmos, as evoluções da bateria e assim por diante.

CaJu in Dica: Quanto tempo por dia você se dedica a esse trabalho? Existe uma carga horária estabelecida pra função?

Mestre Nayara: Não existe carga horária pré-determinada para a função e eu trabalho de acordo com a necessidade da bateria. Dedico aproximadamente 12 horas do meu dia à bateria e quando fica próximo do carnaval esse número só aumenta. Já houve ocasiões onde eu dormi na escola trabalhando nas coisas da bateria, porque não é só ensaiar, tem todo um trabalho por trás de afinação de cada instrumento, verificação das condições de cada instrumento, decoração de cada um deles e tudo isso é função minha que faço sozinha.

CaJu in Dica: Quantas pessoas compõem a equipe que você comanda?

Mestre Nayara: Esse número varia de carnaval para carnaval, este ano a bateria está com 90 integrantes sob meu comando.

CaJu in Dica: Você tem alguma atividade ou profissão fora essa?

Mestre Nayara: Além de mestre de bateria, sou Técnica em Multimídia por formação e atuo como Músico Percussionista.

CaJu in Dica: Está ansiosa para o carnaval? Os ensaios se intensificam nessa época? Quais seus cuidados com a saúde nesse momento?

Mestre Nayara: Muito ansiosa, afinal esse é o momento de mostrar o trabalho de um ano inteiro. Sim, os ensaios normalmente são duas vezes por semana mas no período do carnaval aumentamos para cinco vezes por semana. Com relação à saúde, na época do carnaval a alimentação se torna um pouco mais controlada. Comidas leves e saudáveis e muito exercício físico; faço natação. Ah, muita água pra hidratar também!!!

CaJu in Dica: Qual sua ambição para o futuro?

Mestre Nayara: Ter o meu trabalho reconhecido nacionalmente.

CaJu in Dica: O que você diria a uma pessoa que também sonha em seguir essa carreira?

Mestre Nayara: Diria pra não desistir, pois não é uma carreira fácil de se seguir. São muitas dificuldades que encontramos e não podemos nos abalar. As fases ruins vem pra nos deixar mais fortes! Precisamos de muito foco!

CaJu in Dica: Qual seu recado para as mulheres do Brasil que ainda não alcançaram os lugares que desejam, seja por preconceito ou por falta de oportunidade?

Mestre Nayara: Se você tem um objetivo, se você tem um ideal, se tem algo que te move, lute por isso!  Preconceito existe em qualquer lugar e é coisa de gente arcaica, não se deve dar ouvidos nem tampouco se abalar por isso. Oportunidade a gente faz com a nossa força de vontade! O caminho é difícil e cheios de pedras?! Sim! Mas no final vale a pena você chegar onde chegou e se orgulhar dos próprios feitos.


Os desfiles das escolas de samba de Campo Grande/MS serão nos dias 16 e 17/02 na avenida Alfredo Scaff, no bairro Santo Amaro, próximo à Praça do Papa. Para quem quiser conferir de perto o trabalho da Mestre Nayara, a G.R.E.S. Igrejinha desfilará na próxima terça-feira.

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Gastronomia B+: Receita Cheesecake de Pistache do Chef Alexandre Schoemberger

Conheça as origens da cheesecake, a deliciosa torta de queijo Americana

08/09/2024 11h30

Gastronomia B+: Receita Cheesecake de Pistache do Chef Alexandre Schoemberger

Gastronomia B+: Receita Cheesecake de Pistache do Chef Alexandre Schoemberger Foto: Divulgação

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Na tradução, cheesecake é apenas um bolo de queijo. Porém, para o português essa tradução não lhe cabe – a sobremesa na real está mais para uma torta: base de massa e recheio cremoso feito de cream cheese.

Cultuado pelos americanos, desdobrado e reinterpretado em dezenas de receitas, o doce tem origem bem distante no tempo e no espaço. Segundo Alan Davidson, organizador da enciclopédia The Oxford Companion to Food, há uma vaga descrição do que parece ser uma cheesecake romana no livro DeRe Rustica, escrito por Cato no século 2 a.C.

Já a receita mais antiga foi encontrada em Forme of Cury, do século 14. De lá para cá, surgiram muitas versões que casavam queijo em formato de bolo e fruta, entre elas a pastiera di grano, típica do sul da Itália, e a paskha, doce de queijo cremoso, especiarias, nozes e frutas secas, tradição de Páscoa no Leste Europeu.

Nenhuma delas, porém, se parece com a cheesecake que brasileiros tanto amam. Sua forma mais aproximada surgiu na cozinha das delicatessens tocadas por judeus nos EUA, especialmente em Nova York.

Mas, você já pensou em um cheesecake que vai além do tradicional?
É com essa promessa que o Marcondes Cozinha Autoral, renomado por suas criações inovadoras em Curitiba (PR), apresenta o seu Cheesecake de Pistache. Uma receita que une a cremosidade do cheesecake com o toque único e sofisticado do pistache, resultando em uma diversificada experiência gastronômica. A receita, desenvolvida com exclusividade pelo chef Alexandre Schoemberger, é um convite para uma viagem degustativa no B+ desta semana...

Cheesecake de Pistache

Rendimento: 22 porções

Ingredientes

  • 6 ovos
  • 200g de açúcar refinado
  • 1kg de cream cheese
  • 6 colheres de suco de limão
  • 200g de pasta de pistache (artesanal)

Base

  • 120g de farinha de amêndoas
  • 120g de farinha de trigo
  • 120g de manteiga
  • 80g de açúcar refinado
  • 80g de açúcar demerara


Modo de preparo:
 

Recheio

Na batedeira, bata os ovos e o açúcar refinado até obter um creme claro e aerado.

Adicione o cream cheese em temperatura ambiente aos poucos, batendo em velocidade média.

Acrescente o suco de limão (6 colheres) e, em seguida, a pasta de pistache.
 

Massa

Misture todos os ingredientes da massa com as mãos até obter uma consistência quebradiça.

Unte as formas pequenas e distribua a massa uniformemente no fundo e nas laterais.

Adicione o recheio até a altura da massa.

Leve ao forno pré-aquecido em temperatura baixa (90°-100°) por 1 hora e 20 minutos.
 

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Solidariedade B+: Chefs Especiais promove inclusão gastronômica para pessoas com Síndrome de Down

Projeto fundado há 18 anos conta com 180 chefs voluntários, já recebeu 28 prêmios e realizou mais de 54 mil atendimentos.

07/09/2024 20h00

Chefs Especiais promove inclusão gastronômica para pessoas com Síndrome de Down

Chefs Especiais promove inclusão gastronômica para pessoas com Síndrome de Down Foto: Divulgação

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O Instituto Foodservice Brasil (IFB) anuncia que é um dos orgulhosos apoiadores do projeto Chefs Especiais, uma iniciativa pioneira que, através da gastronomia, promove a inclusão social de pessoas com Síndrome de Down (T-21).

“Apoiar o projeto Chefs Especiais é uma forma de reafirmar nosso compromisso com a inclusão social e o desenvolvimento humano. Através dessa parceria, esperamos contribuir com a transformação na vida dessas pessoas”, destaca Danielle Garry, Presidente do IFB. “Esse projeto não apenas ensina receitas, ele ensina que o respeito e a oportunidade são ingredientes fundamentais para uma comunidade mais inclusiva e justa”, complementa.

Fundado em 2006 por Simone Lozano, o projeto oferece aulas de culinária e outras atividades relacionadas para pessoas com Síndrome de Down. Ao longo de 18 anos, a organização já realizou mais de 54 mil atendimentos, contando com a dedicação de 180 chefs de cozinha voluntários. O projeto já recebeu 28 prêmios, incluindo o reconhecimento como o melhor trabalho de ação social na gastronomia da década.

O Chefs Especiais também é reconhecido internacionalmente. Com uma trajetória marcada por diversos prêmios, Simone foi eleita personalidade da década na gastronomia e faz parte do seleto grupo de Empreendedores Sociais da Ashoka, uma ONG mundial que valoriza trabalhos inovadores.

Mais sobre o projeto:

Por meio de cursos e oficinas de capacitação profissional, o objetivo da iniciativa é promover a autonomia dos participantes, reconhecendo que muitos alunos poderão sobreviver aos seus cuidadores e, em alguns casos, se tornar provedores principais para sua família, chegando até a empregar outras pessoas.

Entre as atividades oferecidas pelo projeto estão as aulas de culinária, ministradas por chefs profissionais, que abrangem desde técnicas básicas até receitas mais elaboradas. Além disso, são organizados workshops e eventos gastronômicos onde os participantes podem mostrar suas habilidades e interagir com o público. Restaurantes parceiros também oferecem oportunidades para que os alunos possam estagiar e ganhar experiência prática no mercado de trabalho.

Empresas que patrocinam o Chefs Especiais têm diversos benefícios, incluindo visibilidade, fortalecimento da marca, engajamento do público e melhoria da imagem corporativa. Além disso, o patrocínio a uma causa social demonstra comprometimento com a responsabilidade social, um fator que pode atrair talentos e agregar valor ao mercado.

Para participar ou apoiar o projeto Chefs Especiais, é possível realizar doações financeiras e de materiais para manter as atividades, além de estabelecer parcerias com empresas e restaurantes que possam oferecer apoio financeiro, logístico ou oportunidades de estágio para os participantes. Também são bem-vindos aqueles que desejam se inscrever como voluntários para ajudar nas aulas e eventos.

Sobre o Instituto Foodservice Brasil:  

Fundado em 2013, o Instituto Foodservice Brasil (IFB) é um ecossistema que representa a união da cadeia de valor, com fabricantes, prestadores de serviços e operadores de estabelecimentos que, juntos, buscam soluções para temas que impactam o mercado de alimentação fora do lar e o consumidor, por meio de fornecimento de dados de mercado e do desenvolvimento de inteligência, tecnologia, inovação, ESG e iniciativas ligadas a relações governamentais, institucionais e jurídicas.   

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