Correio B

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José Barbosa Rodrigues: trajetória
marcada pelo pioneirismo

José Barbosa Rodrigues: trajetória
marcada pelo pioneirismo

THIAGO ANDRADE

30/06/2016 - 06h43
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De zelador do Jornal do Comércio a diretor de um dos maiores grupos de comunicação que já existiram em Mato Grosso do Sul, José Barbosa Rodrigues é definido pelo jornalista Antonio João Hugo Rodrigues, seu filho caçula, como um homem que sempre lutou por Campo Grande. “Ele era crítico, fez do jornal sua arma para garantir melhorias para a população da cidade. Mesmo sendo mineiro, essa cidade foi tudo para ele”, pontua. Nascido em 30 de junho, comemora-se hoje seu centenário.

Para o presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Estado (IHGMS), Hildebrando Campestrini, José Barbosa Rodrigues poderia ser definido como um homem prático. “Ele buscava ser útil, tinha uma visão muito prática. Seus livros foram motivados por isso. Escreveu sobre aquilo que não havia conteúdo”, explica. E como escreveu! Foi autor de 10 obras, entre as quais “Isto é Mato Grosso do Sul (Estudo histórico e geográfico)” e “História de Campo Grande”.

Professor, escritor, historiador, empresário. Em vida, suas funções foram diversas. José Barbosa Rodrigues chegou ao então Mato Grosso, junto da esposa Henedina Hugo Rodrigues e do filho José Maria. Trabalhariam como professores em Ponta Porã, mas, por acaso, acabaram em Campo Grande. O motivo foram as dores de ouvido do filho, que fizeram com que decidissem parar no Hotel da Estação, em Campo Grande. Gostaram da cidade e decidiram procurar emprego nela. O primeiro que o casal encontrou foi como professores na Escola Boa Vista, na região da Mata do Ceroula, para filhos de imigrantes japoneses.

Depois de deixar à colônia para trabalhar em outros colégios da Capital, como a Escola Joaquim Murtinho e a Escola Normal Nossa Senhora Auxiliadora, José Barbosa Rodrigues teve de encontrar outro meio para complementar a renda familiar. Encontrou emprego como zelador no Jornal do Comércio. Este foi o primeiro passo em sua trajetória como jornalista. Depois de algumas semanas empregado, J. Barbosa escreveu um artigo, que chamou atenção do proprietário do veículo e demonstrou o futuro que o professor teria no jornalismo. Rapidamente, seus artigos começaram a ter destaque e chamaram atenção do grupo que acabara de fundar o Correio do Estado, ao qual J. Barbosa seria convidado a ingressar.

Dois anos depois da criação, alguns políticos do grupo que fundou o jornal não demonstravam tanto interesse em continuar com suas atividades. Nisso, José Barbosa percebeu uma oportunidade para comprá-lo e, em pouco tempo, se tornou o único dono da empresa. A família ajudou a administrar a empresa e os filhos trabalhavam em todos os setores. “Acredito que a escrita foi o modo que ele encontrou para se expressar. Sempre foi um homem crítico, muito cioso”, pontua Antonio João.

APRENDIZADO

Antonio João conta uma história singela, mas marcante sobre o pai. Segundo ele, J. Barbosa tinha dois desejos: aprender inglês e datilografia. “Ele queria escrever como os jornalistas que via em outros lugares”, explica. Para aprender inglês, comprava discos de vinil que ensinavam o idioma. Para datilografar, adquiriu uma máquina de escrever Olivetti. “Foram as poucas coisas que não conseguiu. Quando meu pai faleceu, estava organizando suas coisas e encontrei a Olivetti na caixa, nunca foi usada. Hoje, ela está na Fundação Barbosa Rodrigues”, conta. Todos os textos que escreveu – inclusive os volumosos livros – foram manuscritos e, posteriormente, datilografados pelos filhos ou funcionários.

AMOR PELAS LETRAS

José Barbosa Rodrigues escreveu muito sobre a história do Estado e da Capital. Também dedicou dois livros à produção poética, inspirado pela esposa e aventurando-se na forma curta dos haicais. Hildebrando ressalta a praticidade dos escritos do professor e jornalista. “Henedina se dedicou aos textos memorialistas e à poesia, isso inspirou José Barbosa. Mas a maior parte de suas obras versa sobre o que não havia sido registrado até então”, explica o presidente do IHGMS. 

A paixão pela escrita fez com que J. Barbosa estivesse próximo dos fundadores da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. “Ele foi uma figura importantíssima para a ASL. Quando a fundamos, ele esteve junto e participou de tudo. Também nos cedeu espaço no jornal e assim surgiu o Suplemento Cultural, que sai aos sábados. Esse centenário é uma data importante”, conta José Couto Vieira Pontes, um dos fundadores da academia e responsável pelo convite ao professor e jornalista.

Segundo Reginaldo Alves de Araújo, presidente da ASL, as contribuições de J. Barbosa foram fundamentais. “Isso ficou evidente no reconhecimento que teve. Ele não apenas tomou posse como membro, como também foi escolhido para presidir a academia por dois mandatos”, explica Reginaldo. De acordo com o presidente, a ASL realizará uma homenagem a José Barbosa Rodrigues em 30 de outubro, data em que a academia completa 45 anos de existência. “Além disso, vamos fazer uma página especial do Suplemento Cultural, na qual todos os textos serão sobre o professor J. Barbosa”, argumenta.

A paixão pela escrita foi definidora de José Barbosa Rodrigues. Segundo Hildebrando, além dos livros históricos, que registram momentos importantes da história de mato Grosso do Sul, o Correio do Estado é importante como registro diário. “Este é um grande mérito. Ele pensava o jornal como um espaço que merecia ser guardado. Muita gente não imagina o valor que um jornal terá daqui cem anos. J. Barbosa sabia”, pontua.

Foi aos 86 anos, em 19 de  março de 2003, que José Barbosa Rodrigues faleceu, um ano depois de Henedina. 

Escreveu – sempre à mão – até não poder mais. Só parou em função do agravamento do mal de Parkinson. 

PLATAFORMAS DIGITAIS

Confira a seleção de séries da semana feita pelo Via Streaming

A dica da semana é a série dramática de espionagem "Slow Horses", disponível na Apple TV

28/08/2024 13h30

Série da Apple Tv, Slow Horses conta a história de um departamento de desajustados do Serviço de Inteligência Britânica

Série da Apple Tv, Slow Horses conta a história de um departamento de desajustados do Serviço de Inteligência Britânica Divulgação

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Dica da Semana: “Slow Horses”

Série da Apple Tv conta a história de um departamento de desajustados do Serviço de Inteligência Britânica que irão mergulhar de cabeça em um caso bastante complexo

A série dramática de espionagem “Slow Horses” foi lançada em 2022 pela Apple Tv e, desde então, vem conquistando um grande público dos amantes do gênero. O original é uma adaptação da série literária de mesmo nome, escrita pelo britânico Mick Herron, que é um autor conhecido pelo seu trabalho com thrillers e mistério.  

Vencedor do Bafta de Melhor Montagem – Ficção, em 2024, “Slow Horses” irá lançar a sua quarta temporada (cada uma delas possui 6 episódios com cerca de 50 minutos de duração) no dia 4 de setembro. Apesar de trazer o mundo britânico da espionagem de volta para as telas, na série, esse universo está longe de ser glamouroso.

 Em “Slow Horses”, o espectador é apresentado ao Slough House, um departamento do Serviço de Inteligência Britânica (MI5), conhecido por ser uma espécie de “castigo administrativo” para os agentes que cometeram algum tipo de infração ou que não são bons o suficiente.

O líder desse departamento é Jackson Lamb (Gary Oldman), um agente que fez história no serviço britânico, mas que, atualmente, aceita a condição da sua vida atual e que tem o cigarro e a bebida como companheiras favoritas. Além disso, o personagem é extremamente rabugento e trata mal todos os seus funcionários.

Um deles é o jovem River Cartwright (Jack Lowden), um agente promissor que acabou sendo rebaixado depois de um acidente infeliz em um exercício de treinamento público.

O personagem e seus colegas possuem as tarefas mais chatas, tediosas e burocráticas de todo Serviço de Inteligência, porém o desaparecimento de um estudante britânico-paquistanês – que foi sequestrado por um grupo de extrema direita que pretende decapitá-lo publicamente – irá colocar Slough House no olho do furacão.  

Apesar deles formarem um grande grupo de desajustados, o departamento irá encontrar uma forma de voltar à ativa e salvar o menino.

Por trás das máscaras

Em novo trabalho com a Netflix, Nicole Kidman integra o elenco da minissérie de suspense e investigação policial baseada no livro de Elin Hilderbrand

Série da Apple Tv, Slow Horses conta a história de um departamento de desajustados do Serviço de Inteligência Britânica

Localizada em Massachusetts, nos Estados Unidos, a ilha de Nantucket é um verdadeiro refúgio paradisíaco. Com praias bonitas e hotéis de luxo, o lugar é um ponto turístico muito procurado pelas pessoas ricas. Essa atmosfera pitoresca serve de pano de fundo para a nova minissérie de suspense da Netflix, intitulada de “O Casal Perfeito”.

Com estreia marcada para o dia 5 de setembro na plataforma de streaming, o original é a adaptação do livro best-seller homônimo de Elin Hilderbrand, que foi lançado em 2018. Além disso, a produção conta com um elenco repleto de estrelas de Hollywood, incluindo Nicole Kidman, Liev Schreiber, Dakota Fanning e Meghan Fahy.

O ponto inicial da minissérie é o casamento de dois jovens com realidades muito diferentes. Enquanto Amélia Sacks (Eve Hewson) é uma jovem determinada de classe média, Benji Wilbury (Billy Howle) é integrante de uma família milionária – uma das mais ricas de Nantucket.

A sogra de Amélia, a renomada romancista Greer Garrison Winbury (Kidman), não aprova o relacionamento dos dois. Mesmo assim, a família do noivo não irá poupar esforços para fazer com que o casamento seja o evento mais luxuoso de toda temporada. Porém, o desejo de torná-lo inesquecível acaba tomando um contorno inesperado.

Apesar da família fazer um esforço para manter as aparências, com a proximidade da cerimônia e o convívio entre eles, antigas mágoas e ressentimentos irão surgir. Para piorar a situação, o corpo da madrinha de casamento de Amélia é encontrado na praia, um pouco antes do evento começar.

O que parecia ser um afogamento acidental, logo se desenrola em uma extensa investigação policial que irá colocar todos os convidados do casamento como suspeitos. Nesse processo, alguns segredos obscuros da família Wilbury virão à tona, assim como os de outros convidados, colocando em risco toda uma rede de mentiras.

Drama hospitalar

Nova série da Netflix aposta nos dramas vividos por médicos em um hospital público no meio de uma greve geral

Série da Apple Tv, Slow Horses conta a história de um departamento de desajustados do Serviço de Inteligência Britânica

O ambiente hospitalar não é, nem de perto, um dos lugares mais reconfortantes para se estar. Porém, existe uma certa curiosidade por trás dele e de seus profissionais que já foi muito explorada pelo universo cinematográfico. Séries de sucesso, como “Grey’s Anatomy”, “House” e “The Good Doctor”, mostram como esse é um nicho bastante popular e que está longe de desaparecer.

Inclusive, a nova série original da Netflix, que chega no catálogo no dia 29 de agosto, tem essa mesma premissa. Com o título de “Respira”, a produção se passa no hospital público Joaquín Sorolla, em Valência, na Espanha.

 Nesse contexto, o seriado acompanha um grupo de médicos residentes que tentam driblar as dificuldades financeiras e de infraestrutura para conseguirem salvar vidas. Porém, essa não será uma tarefa nada fácil, uma vez que os hospitais públicos do país vivem um cenário de grande sucateamento e superlotação.

Uma personagem importante no desenvolvimento dessa parte da história é a prefeita Patrícia Segura (Najwa Nimri), cujas políticas têm como objetivo dar fim aos hospitais públicos. Ao mesmo tempo, ela própria irá precisar dos cuidados – e da discrição – dos profissionais do Joaquín Sorolla depois de descobrir uma doença grave.

Além disso, “Respira” também irá trazer como protagonista o jovem médico Biel (Manu Ríos), que depois de anos estudando, finalmente está pronto para exercer a Medicina depois de passar no programa de residência. Porém, quando ele e outros colegas decidem apoiar a greve geral organizada pelos setores administrativos do Hospital Joaquín Sorolla, fica claro que o sonho de Biel não será exatamente como ele imaginou.

A decisão dos médicos vai gerar uma série de consequências para os pacientes do hospital, inclusive Patricia. A série espanhola “Respira” é uma criação de Carlos Montero, responsável pelo sucesso “Elite”, também da Netflix. 

BERÇO DO COMÉRCIO

Prefeitura sanciona 14 de Julho como corredor gastronômico, turístico e cultural

Prefeitura incentivará a promoção e o ordenamento do local, mediante apoio dos órgãos envolvidos

28/08/2024 12h00

Avenida 14 de julho, berço do comércio de Campo Grande

Avenida 14 de julho, berço do comércio de Campo Grande GERSON OLIVEIRA

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Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) instituiu a avenida 14 de Julho, berço do comércio, como corredor gastronômico, turístico e cultural.

Com isso, a 14 de Julho, entre a rua Marechal Rondon e avenida Mato Grosso, se torna, a partir desta quarta-feira (28), palco de cultura, turismo e comida boa.

Prefeita da Capital, Adriane Lopes, sancionou a Lei nº 7.294 no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) nesta quarta-feira (28).

A Prefeitura incentivará a promoção e o ordenamento do local, mediante apoio dos órgãos envolvidos, visando preservar:

  • O livre trânsito de veículos e transeuntes
  • A segurança local
  • A harmonia estética
  • A sinalização indicativa dos estabelecimentos participantes
  • A repressão ao comércio ambulante irregular
  • Apresentações musicais, poéticas e artísticas
  • Festivais e encontros gastronômicos e culturais

As despesas com a execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, por execução direta ou nos termos dos convênios de cooperação celebrados com essa finalidade.

A rua 14 de Julho foi fechada, das 20h30min às 23h30min, nos dias 23, 24 e 25 de agosto de 2024.

O objetivo, apresentado pela prefeitura, é o de fomentar o movimento noturno nessa região, já que está bem agitada com a abertura de novos bares e restaurantes.

14 DE JULHO

A nova 14 de Julho foi inaugurada em 29 de novembro de 2019, após 17 meses de obras do Reviva Campo Grande. 

Conforme a assessoria do Reviva Centro, 470 funcionários participaram da obra diretamente, além de mais 120 de prestadores de serviços. No local foram trocados 78 mil metros de cabos e 85 mil metros de dutos.

A reforma na 14 de Julho, que inicialmente estava orçada em R$ 58 milhões, precisou receber o aditivo de mais de R$ 11 milhões para que pudesse ser concluída. O acréscimo liberado pelo Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) levou o custo total do projeto a ultrapassar os R$ 60 milhões.

A pavimentação de calçada e de pista foi totalmente refeita na rua, que ganhou nova iluminação, com lâmpadas de LED. Os semáforos foram trocados e instalados semáforos sonoros para os pedestres, para atender pessoas com deficiência visual.

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