Brasil

Endereço

Brasil tem 2,4 milhões de ruas sem nome, revela censo do IBGE

Falta de identificação dificulta a localização de domicílios, estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais e outros tipos de edificações e terrenos

Continue lendo...

Dados do Censo divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (14) revelam um problema significativo no Brasil: 2,4 milhões de endereços em ruas e outras vias públicas ainda não possuem nome. Essa falta de identificação dificulta a localização de domicílios, estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais e outros tipos de edificações e terrenos.

A maior parte desses endereços sem nome está concentrada no Nordeste, com 1,3 milhões de registros, sendo a Bahia o estado com maior número, somando 293 mil. O Sudeste ocupa a segunda posição com 453 mil endereços sem nome.

Esses dados foram obtidos a partir do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos, que foi atualizado durante o Censo 2022. Esse cadastro é um repositório abrangente de dados de todos os endereços no Brasil, sejam eles regularizados ou não. Foram considerados logradouros como ruas, travessas, estradas e alamedas, enquanto termos como rampa, rancho e igarapé foram desconsiderados.

Além do Nordeste e Sudeste, as regiões Norte, Sul e Centro-Oeste possuem respectivamente 8%, 9,6% e 5,7% dos endereços sem nome. Endereços são definidos pelo IBGE como domicílios particulares ou coletivos, estabelecimentos religiosos, de saúde, educação, entre outros, além de edificações em construção ou reforma.

Cada endereço é georreferenciado, contendo informações como nome e número do logradouro, CEP, tipo de imóvel e seu status (em construção ou reforma). Em 2022, foram registrados 3,5 milhões de imóveis em construção, com o cadastro abrangendo 931.499 CEPs.

Esse cadastro tem aplicações variadas, incluindo pesquisas acadêmicas e levantamentos do próprio IBGE, como a Pnad, que monitora indicadores de trabalho, acesso à alimentação e educação. Um endereço é essencial para o exercício da cidadania, facilitando o recebimento de correspondências e o acesso a serviços e políticas públicas.

A responsabilidade de nomear e numerar os domicílios é dos poderes locais, com as denominações sendo aprovadas pelas câmaras municipais e a numeração atribuída pelas prefeituras. Em São Paulo, por exemplo, a numeração das vias deve começar na extremidade mais próxima do marco zero da cidade, a Praça da Sé.

Segundo Josimara Nonato, chefe da seção estadual do cadastro do IBGE no Tocantins, o cadastro atualizado pelo Censo 2022 é extremamente valioso, mapeando todos os endereços urbanos e rurais do Brasil. Ela destaca que uma rua sem nome é uma rua invisível.

Na cidade de São Paulo, existem mais de 19 mil logradouros sem nome, principalmente em bairros fora do centro expandido, como na zona sul, com Brasilândia liderando em números. Entretanto, a falta de nome também é observada, embora em menor escala, em bairros mais centrais como Santa Cecília, Vila Mariana, Perdizes e Itaim Bibi.

Os problemas variam. Em locais como a Viela 2 da Rua Francisco Barriga de Souza, no Campo Limpo, moradores enfrentam dificuldades para receber entregas. Já na Vila localizada no número 332 da Rua Senador Felício dos Santos, na Liberdade, os moradores resolveram o problema de numeração por conta própria, facilitando as entregas.

Marcos Tragante, proprietário de uma academia de muay thai no Brooklin, menciona que sua rua, sem nome devido a uma ocupação antiga, será provavelmente nomeada após as obras do monotrilho. Apesar disso, ele não enfrenta dificuldades em atrair alunos ou receber entregas.

Os Correios afirmam que vias precisam de identificação e numeração para receber entregas. Onde essas condições não são atendidas, a empresa oferece alternativas, como o Correios Comunidade, que já instalou unidades em favelas de Paraisópolis, em São Paulo, e Mangueira, no Rio de Janeiro.

Este levantamento sublinha a importância de uma infraestrutura de endereços adequada para a cidadania e o planejamento urbano eficiente.

*Com informações de Folhapress

PRESIDÊNCIA

Flávio convida União e PP a apoiá-lo; partidos ficaram de maturar ideia

Conforme o senador Rogério Marinho, "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio"

09/12/2025 06h49

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

Continue Lendo...

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou na noite desta segunda-feira, 8, que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu aos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, para que apoiem sua candidatura à Presidência. Segundo Marinho, Ciro e Rueda ficaram de consultar suas bancadas.

"É evidente que há uma responsabilidade da presidência do PP como do presidente da União Brasil para que possam conversar com as suas respectivas bancadas, com governadores, com atores políticos que estão espalhados por todo o país para que, ao fim, possam nos trazer uma posição dos seus respectivos partidos", declarou Marinho a jornalistas, após uma reunião na casa de Flávio com Rueda, Ciro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto

Segundo Marinho, a definição precisará passar por uma maturação: "Isso não vai acontecer nem hoje nem amanhã. A conversa que tivemos é que isso vai ser maturado, vai ser absorvido por todos, vamos ter um tempo para que haja essa definição".

O líder da oposição afirmou que "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio". "O PL tem uma candidatura, está claro [...] Na última sexta-feira, o Bolsonaro colocou para o Flávio que a candidatura era dele, até para unificar a direita, para que nós possamos preservar o seu legado", disse.

De acordo com o parlamentar, o PL reunirá nesta terça-feira integrantes dos diretórios estaduais para levar o nome de Flávio, a fim de trazer uma unidade na sigla.

COMANDO VERMELHO

'Não estou aqui para entregar colega, nem para proteger', diz Bacellar sobre TH Joias

Assembleia Legislativa do RJ decide hoje se mantém ou não a prisão do presidente da Casa, preso pela Polícia Federal na semana passada

08/12/2025 07h26

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

Continue Lendo...

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, negou ser amigo do ex-deputado estadual TH Joias, preso em setembro por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e envolvimento com o Comando Vermelho.

Bacellar foi detido na última quarta-feira, 3, suspeito de avisar o então parlamentar sobre a operação para prendê-lo.

"Nunca tinha visto [TH Joias] na vida [antes de ele entrar na Alerj]. Construí uma relação natural, sou presidente do Parlamento, tenho que atender todos indistintamente. [Mas a relação era] só profissional e só naquele âmbito da Assembleia", disse Bacellar em depoimento à PF, revelado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 7.

Bacellar admitiu ter falado com TH Joias na véspera da operação para prender o então deputado.

"[Ele] pede para falar comigo sozinho, no canto: 'Tá sabendo de alguma operação amanhã para mim?'. Eu disse: 'Não estou sabendo nada. Está uma fofocaiada na Casa já faz três dias de que vai ter algum problema nessa semana para deputado, onde a fumaça for'. Aí, ele fala: 'Não, beleza, eu não sei o que eu faço, se vou embora'. 'Aí é com você. Eu, se estivesse no seu lugar, só me preocuparia com a tua filha pequena. Agora você tem que saber o que você faz ou deixa de fazer'", contou o presidente da Alerj à PF.

Na véspera da prisão de TH Joias, os dois também trocaram mensagens. TH enviou a Bacellar um vídeo mostrando um freezer com carnes e disse: "Ô presida! Não tem como levar, não, irmão. Pô, como é que leva?! Tem como levar não, irmão. Esses filhos da p* vão roubar as carnes, hein". O presidente da Alerj respondeu: "Deixa, doido". Bacellar também recebeu do próprio TH imagens da Polícia Federal dentro de sua casa.

Questionado pela Polícia Federal se não pensou em avisar as autoridades sobre a chance de fuga de TH Joias, Bacellar respondeu: "Não procurei absolutamente ninguém. Não estou aqui para entregar colega, não estou aqui também para proteger colega que faz algo errado". "Confesso que até me assustei. Achei um ato de impertinência dele, me ligar de um telefone que eu não tinha." O presidente da Alerj alegou que não sabia para quem era a operação.

Bacellar ainda negou ter conhecimento das suspeitas contra TH Joias antes de sua prisão. "Já tinha ouvido algumas coisas no jornal, mas não conhecia. Pessoal fala que é ligado ao comando, sei lá o que. Olha, eu não quero saber o que você fez, o que você deixa de fazer. Da porta para dentro, se você tiver bom convívio com todo mundo, o que você faz na rua não me diz respeito."

Caso 'TH Joias'

Suspeito de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho, Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, em setembro.

Segundo a investigação, TH utilizava o cargo de deputado estadual para favorecer o crime organizado. Ele é acusado de intermediar a compra e a venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, além de indicar a esposa de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão - apontado como traficante e também preso - para um cargo parlamentar.

Durante as diligências da Operação Zargun, em setembro, a PF cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, além do sequestro de bens no total de R$ 40 milhões, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A investigação foi da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da PF, e do Ministério Público Federal.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).