Brasil

drama

Guaíba deve ficar acima da cota de inundação mais duas semanas

O lago deve permanecer acima dos 4 metros até o início da próxima semana e acima da cota de inundação, que é de 3 metros, ao menos até o final do mês

Continue lendo...

O nível do lago Guaíba segue baixando em Porto Alegre e, no início da manhã desta sexta-feira (17) chegou a 4,73 metros no cais Mauá. Essa água, contudo, flui em direção à lagoa dos Patos, no sul do Rio Grande do Sul, e aumenta a cheia em cidades como Rio Grande e São José do Norte, antes de desembocar no Atlântico.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou na noite de quinta-feira (16) um alerta para a continuidade da elevação dos níveis da lagoa dos Patos.

Em previsão atualizada, o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) indica cheia duradoura, com redução lenta dos níveis do Guaíba abaixo dos 5 metros.

O lago deve permanecer acima dos 4 metros até o início da próxima semana e acima da cota de inundação, que é de 3 metros, ao menos até o final do mês, devido a possibilidade de mais chuva.

O pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.

ENCHENTE

A inundação histórica provocada pelas recentes chuvas no Rio Grande do Sul alagou ao menos 303 mil edificações residenciais e 801 estabelecimentos de saúde em 123 cidades, indicam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da UFRGS.

As fortes chuvas do Rio Grande do Sul causaram ao menos 151 mortes, de acordo com boletim divulgado às 18h desta quinta. O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 104 desaparecidos.

As mortes ocorrem em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 806 feridos.

No total, 461 municípios foram afetados, sendo que 77.199 pessoas estão desabrigadas e 540.192 ficaram desalojadas.

Brasil

Buscas por brasileiro desaparecido em montanha no Peru são paralisadas

Montanhista, fotógrafo e guia brasileiro, Edson Vandeira começou a escalar a montanha com outros dois peruanos, Efraín Pretel Álonzo, da cidade de Huari, e Jesús Huerta Picón, de Caraz

13/06/2025 21h00

Buscas por brasileiro desaparecido em montanha no Peru são paralisadas

Buscas por brasileiro desaparecido em montanha no Peru são paralisadas Divulgação

Continue Lendo...

A Associação de Guias de Montanhas do Peru (AGMP), que ajuda nas buscas pelo fotógrafo brasileiro Edson Vandeira Costa, de 36 anos, informou nesta quinta-feira, 12, que os trabalhos de salvamento do escalador tiveram que ser interrompidos por causa das condições climáticas da região.

O jovem e outros dois peruanos estão desaparecidos desde 29 de maio, quando começaram uma escalada do Nevado Artesonraju (pico de 6.025 metros) na Cordilheira Blanca, dentro do Parque Nacional Huascarán, no Peru. O trio deveria ter retornado no dia 1° de junho.

Em comunicado, a associação informou que a pausa temporária foi estabelecida por causa de condições "climáticas adversas e instáveis" na área da montanha. A previsão é de que as buscas sejam retomadas em torno de 20 dias, quando "as condições climáticas permitirem a continuidade dos trabalhos", informou a AGMP.

Montanhista, fotógrafo e guia brasileiro, Edson Vandeira começou a escalar a montanha com outros dois peruanos, Efraín Pretel Álonzo, da cidade de Huari, e Jesús Huerta Picón, de Caraz. Os três são alunos do Centro de Estudos de Alta Montanha (CEAM) e foram aspirantes a guia da Federação Internacional de Associações de Guias de Montanha. Eles pretendiam completar uma rota técnica de ascensão.

A interrupção das buscas, no entanto, agrava ainda mais a situação de risco e diminui as chances de encontrar os três montanhistas com vida. A região é de difícil acesso e caracterizada por apresentar condições climáticas severas.

As buscas têm contado com o apoio de voluntários e das autoridades peruanas. Uma vaquinha foi realizada para arrecadar fundos para ajudar nas buscas, mas, segundo parentes e amigos de Edson, a situação exige maior sofisticação logística no resgate, como uso de helicópteros especializados para varreduras aéreas em pontos críticos.

Em carta aberta a Vandeira, o amigo e também fotógrafo Gabriel Tarso, diz em tom de despedida sobre a falta que o brasileiro fará. "Foi bonito demais ver tanta gente se movendo por você. Você foi - e é - muito amado. A montanha não te levou sozinho. Levou um pedaço da gente também", diz trecho da carta de Tarso, publicada nas redes sociais.

Segundo relatos de colegas dos montanhistas, o trio partiu às 13h de quinta-feira, 29 de maio, e deveria chegar ao cume da montanha por volta de 1h da sexta-feira, 30.

Conforme esses montanhistas, durante a noite foram vistas luzes se movimentando na crista da montanha, o que sugere que o trio chegou ao cume, mas pode ter tido algum problema durante a descida. A rota de descida do Artesonraju exige quatro rapeis técnicos.

Diante da falta de notícias, uma equipe especializada de resgate, em coordenação com a Polícia de Alta Montanha, começou a trabalhar para encontrá-los. A barraca onde o grupo deveria ter se abrigado foi localizada, mas estava vazia.

Nesta semana, a família do montanhista publicou uma carta ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, pedindo apoio para tentar localizar o jovem, e citando a gravidade da situação.

"O governo brasileiro tem o dever de atuar rapidamente para garantir todo o suporte possível. Cada minuto perdido reduz as chances de um desfecho positivo, e não podemos permitir que a burocracia ou a falta de ação comprometam vidas. É urgente que esta situação seja tratada como prioridade absoluta", diz parte do comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio da Embaixada do Brasil em Lima, disse que acompanha com atenção o caso e está em contato com a família do brasileiro, a quem presta assistência consular, e as autoridades locais, que coordenam os esforços de busca.

preconceito

Magistrado diz que autista 'deixa de ser filho'; OAB reage

Segundo o desembargador, há uma "epidemia" de diagnósticos de autismo que, segundo ele, se transformou em uma "mina de enriquecimento de médicos"

12/06/2025 07h34

Continue Lendo...

A Ordem dos Advogados do Brasil no Pará prepara minuta de uma petição que deverá ser levada ao Conselho Nacional de Justiça com pedido de medidas sobre a conduta do desembargador Amilcar Roberto Bezerra Guimarães, do Tribunal de Justiça do Estado.

Durante uma sessão de julgamento sobre pensão alimentícia para uma criança autista, na semana passada, o desembargador declarou que há uma "epidemia" de diagnósticos de autismo que, segundo ele, se transformou em uma "mina de enriquecimento de médicos".

O Estadão pediu manifestação de Guimarães, inclusive por e-mail enviado ao seu gabinete, mas não houve retorno. Para o desembargador, criança com síndrome de transtorno do espectro autista (TEA) "deixa de ser filho e passa a se tornar um transtorno, inviabilizando a vida do pai".

Ele criticou a fixação de valores elevados. No julgamento sugeriu, ainda, que a mãe da criança poderia estar sendo induzida ao pedir 25% de pensão sobre os salários do pai. Segundo ele, "não há melhora (com o tratamento), nunca vão dizer que (o paciente) está curado e manter essa vaca leiteira por um bocado de tempo".

Guimarães ainda debochou. "Se a moça tivesse se casado com Antônio Ermírio de Moraes não teria esse tipo de problema", disse, em alusão ao empresário morto em 2014.

Reação

A fala do magistrado provocou imediata reação da OAB paraense. "O Poder Judiciário tem o dever de evitar a reprodução de estereótipos discriminatórios, assegurar tratamento igualitário entre homens e mulheres e combater as violências estruturais e simbólicas", disse a entidade.

Ela considera que Guimarães usa "expressões que atentam contra os direitos das crianças, das mulheres e das pessoas com deficiência".

Por meio de nota pública, a OAB repudia a manifestação do desembargador. "Por uma Justiça protetiva e responsável", pede a Ordem. A entidade defende ainda "decisões comprometidas com os direitos da criança e livres de estigmas e generalizações".

Com o apoio técnico das Comissões de Autismo, Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Mulher Advogada, de Direitos Humanos, de Direito Médico e dos Profissionais da Saúde, da Criança e do Adolescente e do Direito das Famílias e Sucessões, foram elaborados um requerimento de providências ao Conselho Seccional da OAB-PA e uma minuta que será apresentada ao Conselho para ser aprovada e, em seguida, encaminhada ao CNJ "em nome de toda a advocacia".

O presidente e a vice da Seção Pará da OAB, Sávio Barreto e Brenda Araújo, foram recebidos pela presidência do Tribunal de Justiça para "discutir a gravidade do ocorrido e cobrar providências para que a fala (do desembargador) não se repita".

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).