Brasil

EXPECTATIVA

Presença de inscritos no Enem cresce em relação a 2023 e chega a 73%, diz MEC

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou entre as novidades deste ano o recurso de geolocalização que permitiu que o inscrito fizesse a prova em local mais próximo de sua casa

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O primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), neste domingo (3), teve a presença de 73% dos inscritos, percentual superior aos 71% do ano passado.

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou entre as novidades deste ano o recurso de geolocalização que permitiu que o inscrito fizesse a prova em local mais próximo de sua casa.

"90% dos inscritos foram alocados em até 10 km de suas residências. Todas as ações foram cumpridas no horário, sem ocorrências", disse o ministro.

Os candidatos fizeram neste domingo as provas de ciências humanas e linguagens, com 45 questões objetivas de cada área, além da redação, cujo tema foi "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil".

O Enem deste ano teve mais de 4,32 milhões de inscritos em todo o país, um aumento de 9,95% em relação a 2023.
A prova foi aplicada em 1.153 municípios, em 10.776 locais de provas e com quase 150 mil salas de prova.

Neste domingo, 4.999 participantes foram eliminados, e foram registrados 689 problemas logísticos. "Essas ocorrências não inviabilizaram que as pessoas fizessem a prova", disse Camilo.

O ministro também destacou o número de inscritos concluintes do ensino médio público. "Em 2023 foram apenas 58% dos inscritos, e hoje foram 94%", afirmou.

Desse total, 1,6 milhão são alunos que cursam o último ano do ensino médio. A prova é uma das principais portas de entrada para instituições públicas e privadas de ensino superior do Brasil.

Durante visita à sala de monitoramento na manhã deste domingo, o ministro atribuiu o aumento de inscrições no Enem neste ano ao programa Pé-de-Meia, que oferece bolsas para alunos do ensino médio, e agradeceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela criação do programa.

Na prova, foram feitas questões relacionadas à pauta do identitarismo, em diálogo com o tema proposto pela redação. Questões com música dos Racionais e de Adoniran Barbosa, além do filme "A Culpa é das Estrelas" e a série "Game of Thrones" fizeram parte do caderno de provas desta primeira etapa do exame.

Segundo professores de cursinho que efetuaram a prova, todo o exame foi permeado pela temática racial e étnica.

"Os temas que ganharam mais visibilidade na prova foram a representação das mulheres, os papeis sociais que elas ocupam não só hoje, mas ao longo da história, racismo, através de músicas dos Racionais MC's ou trechos de literatura como da obra 'A Falência', da Júlia Lopes de Almeida, e também os tópicos da saúde física e mental", disse Luciane Bernardi, professora de linguagens do cursinho da Poli.

"Assim como no ano passado o grande tema abordado pela prova foi o papel da mulher, neste ano o exame foi permeado pela questão racial. Várias perguntas abordaram o abolicionismo, os povos quilombolas, o racismo", afirmou Guilherme Freitas, professor de história da Escola SEB Lafaiete.

A entrada no ensino superior por meio da nota do Enem é feita pela plataforma Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Também é usada para ter acesso ao Fies (Financiamento Estudantil) e ao Prouni (Programa Universidade para Todos).

As notas também são usadas nos processos seletivos de instituições públicas e privadas Brasil afora.

No próximo domingo (10), os participantes farão as provas de ciências da natureza e suas tecnologias, assim como de matemática e suas tecnologias, que encerram mais cedo, às 18h30. Serão 45 questões em cada área do conhecimento.

(Informações da Folhapress)

 

ULTIMA RATIO

Barroso a TJ-MS: Não se pune 'antes da hora'

"Nós cancelarmos porque há uma investigação sobre três pessoas seria, na verdade, um desprestígio para todo o Judiciário", afirmou o presidente do CNJ

05/12/2024 07h29

Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, do STF, participaram de encontro do CNJ em Campo Grande esta semana

Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, do STF, participaram de encontro do CNJ em Campo Grande esta semana Gerson Oliveira

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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário, esteve em Mato Grosso do Sul nesta quarta, 4, para um evento institucional e, diante dos magistrados do Estado, comentou as investigações envolvendo suspeitas de corrupção e venda de decisões no Tribunal de Justiça.

Seis desembargadores de Mato Grosso do Sul - cinco em exercício e um aposentado - são investigados pela Polícia Federal (PF) e pela Corregedoria do CNJ. Os magistrados em atividade foram afastados cautelarmente das funções. Eles também são monitorados por tornozeleira eletrônica.

Barroso afirmou que ninguém deve ser condenado antes do julgamento. "Evidentemente, ao final do devido processo legal, se tiver acontecido coisa errada, nós estamos aqui para as sanções adequadas. Mas não antes da hora", disse o ministro.

Os comentários foram feitos durante uma palestra no 18º Encontro Nacional do Poder Judiciário, que neste ano ocorreu em Mato Grosso do Sul. O evento é organizado pelo CNJ. Houve conversas para mudar o local do encontro, por causa do desgaste provocado pelas investigações, mas Barroso decidiu manter o cronograma. "Nós não prejulgamos, nós só condenamos ao final do devido processo legal. E, portanto, não realizar o evento aqui em Mato Grosso do Sul seria um prejulgamento que não corresponde à maneira como nós achamos que a vida deve ser vivida", disse o ministro.

O presidente do STF afirmou ainda que as instituições "são maiores do que as pessoas que eventualmente possam ter cometido erros". "O Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul tem centenas de magistrados, entre desembargadores e juízes. Consequentemente, nós cancelarmos porque há uma investigação sobre três pessoas seria, na verdade, um desprestígio para todo o Judiciário, que aliás tem uma reputação elevada no cenário nacional", disse.

Barroso apresentou dados sobre a punição de magistrados pelo CNJ No último ano, foram cinco aposentadorias compulsórias e 19 afastamento cautelares. O ministro afirmou que os números são "ínfimos" no universo de juízes do Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

Brasil

Unesco reconhece Queijo Minas Artesanal como patrimônio imaterial

É o primeiro produto alimentício brasileiro a receber o título

04/12/2024 20h00

Unesco reconhece Queijo Minas Artesanal como patrimônio imaterial

Unesco reconhece Queijo Minas Artesanal como patrimônio imaterial SECULT - MG

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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) decidiu, nesta quarta-feira (4), incluir os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal na Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade.

Esta é a primeira vez que os modos de fazer um alimento brasileiro recebem o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A produção do Queijo Minas Artesanal abrange 106 municípios do estado de Minas Gerais. O alimento é feito há três séculos, desde o período colonial, a partir do leite cru.

Desde 2008, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal são reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura.

O pedido de reconhecimento foi feito pelo Iphan à Unesco em março de 2023. A demanda foi aprovada durante a 19ª Sessão do Comitê Para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco, realizada em Assunção, capital do Paraguai.

Em nota, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que o reconhecimento é “uma maneira muito especial de preservar a nossa memória, a sabedoria do nosso povo.”

Já o presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou que o queijo não tem valor sem a parte humana, por isso, não é simplesmente o queijo minas que é patrimônio, mas sim os modos de fazê-lo. "Por trás da história do queijo minas nós temos a história do Brasil e da agricultura familiar."

Para Grass, o reconhecimento significa um pacto de cuidado e de preservação deste bem cultural. Ele disse esperar que isso ajude na projeção do patrimônio mineiro e brasileiro. “Um grande viva às comunidades produtoras do queijo artesanal, este alimento que nos traz tantos saberes, memórias e a preservação da agricultura familiar”, acrescentou a ministra Margareth Menezes.

Além do Iphan e do Ministério da Cultura, o reconhecimento da Unesco também era reivindicado pela Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

O governo de Minas Gerais fará, nesta noite, a partir das 19h, um pequeno recital com coro e violão no Palácio da Liberdade para marcar a conquista do produto que tem profunda identidade com a cultura mineira.

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