Cidades

ATO MILITAR

40 anos de lida e leads: Irritado, Geisel fecha o Congresso

Para promover reformas políticas e do Judiciário, presidente mandou senadores e deputados "para casa"

FAUSTO BRITES

12/10/2015 - 09h38
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O mês de abril de 1977 foi marcado pela aplicação do Ato Institucional número 5, o temido AI-5 do regime militar que dava poderes ilimitados ao presidente da República. O general Ernesto Geisel estava no comando do País e lançou mão da medida para promover reformas no Judiciário e, também, promover mudanças na legislação política (a oposição tinha derrotado o governo, em 1974, conseguindo 44% das cadeiras da Câmara e 16 das 22 vagas do Senado).

A edição do dia 2/3 daquele mês, do Correio do Estado, trouxe, como manchete, “Geisel usa AI-5 e põe o Congresso em recesso”. Para se ter uma ideia, o AI-5, de 13 de dezembro de 1968, baixado no governo de outro general, o Costa e Silva, é tido como “a expressão mais acabada da ditadura militar brasileira (1964-1985). Vigorou até dezembro de 1978 e produziu um elenco de ações arbitrárias de efeitos duradouros. Definiu o momento mais duro do regime, dando poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do regime ou como tal considerados”, conforme o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas.

Mas o que levou Geisel a lançar mão do ato tão temido?

A edição daquele dia do Correio do Estado reproduziu, na íntegra, o pronunciamento do presidente militar em rede de rádio e televisão. O fechamento do Congresso Nacional, conforme Geisel, se deu “(...) para que o governo possa promover a reforma do Judiciário, além das demais reformas de natureza política, que considero indispensáveis ao bem-estar, à tranquilidade e à própria instituição política de nosso País (...)”. Explicou sua decisão de fechar o Congresso Nacional: “(...) Elas são em decorrência dos problemas que se suscitaram nestes últimos dias, com relação à reforma do Poder Judiciário (...)”, explicando que no início do seu governo (1974), em visita ao Supremo Tribunal Federal, houve conversa informal da necessidade de se adotar mudanças porque a Justiça era lenta e defasada. A partir daí, foram iniciados estudos, envolvendo Executivo e Legislativo, até que se chegou à elaboração de uma emenda à Constituição, que foi enviada, em novembro de 1976,  ao Congresso Nacional. “Imaginávamos que, dado o interesse nacional, pela reforma da Justiça e seu caráter apartidário, teríamos o apoio unânime do Poder Legislativo e dos membros do partido do governo como do partido da oposição. Agora, em março deste ano, verificamos que o partido da oposição apresenta reivindicações que nada tinham a ver com a reforma em si e nem tinham sido objetos de diagnósticos feitos  pelo Supremo Tribunal Superior. Assim mesmo, procurou-se negociar com a oposição, transigindo em determinados pontos, a fim de ver se chegaria a um resultado conciliatório, que não privasse o nosso povo de uma melhor Justiça”, disse ainda o presidente, em seu pronunciamento.

Depois, afirmou que não se conseguiu resultado algum porque a oposição tinha decidido fechar questão, “impedindo que seus representantes no Senado e na Câmara votassem a favor da reforma. Adotaram um posicionamento que não se coaduna com o espírito democrático que vivem invocando. Falam em democracia plena e não permitiram que os legisladores do seu partido votassem ou opinassem com relação à reforma. Todos foram obrigados, sob pena de perder o mandato, a votarem contra”.

O presidente destacou o empenho do partido que apoiava o regime militar – a Aliança Renovadora Nacional (Arena) – e enalteceu os seus integrantes. Em seguida, desancou a oposição, explicando que não havia como fazer a reforma do Judiciário, pois não se obteve quórum porque a minoria – no caso, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) – prevaleceu. Foi o general mais além em suas palavras à nação: “Esse partido, em si, é uma minoria. A grande maioria votou pela reforma, mas a minoria prevaleceu. Prevaleceu, em primeiro lugar, dentro do partido, transformando-se quase que numa verdadeira ditadura, como prevaleceu, depois, no próprio Congresso”.

Continuou com suas justificativas, inclusive para citar a necessidade das reformas políticas, e questionou como agir: “Devo conformar-me com a atitude dessa ditadura minoritária? Devo procurar soluções para o problema de outra forma que não seja por meio do Congresso? Devo desistir da reforma e só tentá-la daqui alguns anos? Acho que o problema precisa ter solução e essa solução não pode demorar. Temos que andar, e andar depressa, porque estamos atrasados”. Disse o presidente, que, ouvindo o Conselho de Segurança Nacional, decidiu lançar mão dos “meios legais de que disponho”. Assim, explicou que a Constituição Federal reconhecia a validade do Ato Institucional número 5, “ato que desde o início do governo declarei que não aboliria sumariamente, mas que, pelo contrário, eu o manteria para usá-lo toda vez que fosse necessário (...). Agora é a oportunidade de se usar este ato. De acordo com essa disposição, o Poder Executivo pode colocar o Congresso Nacional em recesso e dessa forma adquirir Poder Legislativo. E foi o que eu fiz”. E, complementa: “Portanto, a partir de hoje, o Congresso Nacional foi posto em recesso e o presidente da República, vale dizer, o Poder Executivo, passa a ser o Poder Legislativo”. Geisel fez, então, a reforma do Judiciário e as mudanças políticas: eleição indireta para governador (Assembleia Legislativa escolhia), “senador bionônico” (eleito por via indireta), seis anos de mandato para presidente da República e eliminou a exigência de 2/3 para aprovação de emenda constitucional, passando para metade dos votos mais um. Reabriu o Congresso Nacional no dia 15 de abril. 

REFORÇO POLICIAL

Com fronteira em crise de segurança, MS oferece apoio para evitar caos na região

Secretaria de Segurança Pública ofertou ajuda da Inteligência da polícia de Mato Grosso do Sul para o Paraguai e a Bolívia

12/12/2024 09h30

Reforço no policiamento é uma das alternativas para a fronteira

Reforço no policiamento é uma das alternativas para a fronteira Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul está localizado em uma posição estratégica para quadrilhas que atuam no tráfico internacional de drogas. Com fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, o Estado ficou em alerta após os países vizinhos indicarem potencial crise na segurança pública.

Para evitar uma intensificação das atividades das organizações criminosas, o governo do Estado ofereceu apoio aos governos paraguaio e boliviano por meio de sua Inteligência.

Na semana passada, os paraguaios dispensaram a ajuda dos Estados Unidos na fiscalização e repressão ao narcotráfico. Já do lado boliviano, os policiais completarem quatro meses sem receber salários, assim como outros servidores públicos.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, quando ele foi informado sobre a situação dos países vizinhos, entrou em contato para oferecer apoio do lado brasileiro.

“Quando se noticiou a situação nos dois países da fronteira, nós mantivemos contato com nossa Inteligência e nos colocamos à disposição para que nosso pessoal pudesse colaborar, seja com policiamento do lado de cá, seja com a Inteligência”, declarou Videira.

Conforme o secretário, até o momento, a Inteligência da polícia sul-mato-grossense não identificou necessidade de ampliação do policiamento na região fronteiriça, porém, essa possibilidade é averiguada regularmente.

“Se percebermos que essas situações estão tendo reflexo na segurança da fronteira, estamos preparados para aumentar o efetivo das nossas polícias na região, mas a gente entende que há de se ter transversalidade nas atuações, eles têm as polícias deles e as Forças Armadas, então, vamos acompanhar a movimentação na fronteira”, afirmou o secretário.

ATENÇÃO

Matéria do Correio do Estado mostrou que o governo paraguaio informou, por meio de sua Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), que estava abrindo mão da ajuda direta que há anos vinha recebendo da Drug Enforcement Administration (DEA), órgão dos Estados Unidos, no combate ao narcotráfico.

Os norte-americanos operavam na região com cerca de 300 agentes. O grupo de elite da polícia que integra a Senad tem forte presença na região de fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul e, além de receber informações e treinamento da polícia dos EUA, conta com equipamentos enviados pelos norte-americanos. 

A parceria entre a Senad e a DEA foi firmada ainda durante a ditadura do ex-presidente Alfredo Stroessner, que comandou o Paraguai durante quase 35 anos, de agosto de 1954 até fevereiro de 1989.

Na fronteira entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, estão estabelecidas diversas organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas. 

Por ser fronteira seca, a região é uma das principais portas de entrada de entorpecentes no Estado, de onde a droga segue para outras regiões do Brasil.

Por isso, o monitoramento realizado pelos agentes dos Estados Unidos no país vizinho colaborava não somente com as forças de segurança locais, mas também com as de Mato Grosso do Sul.

Na outra ponta, o Estado ainda faz fronteira com a Bolívia, onde há quatro meses o governo não paga os salários dos servidores públicos, incluindo as forças de segurança. 

Em relação à Bolívia, a preocupação é com a grande quantidade de cocaína que é produzida em seu território. É de lá que vem a maior parte desse tipo de entorpecente que circula em Mato Grosso do Sul.

Exatamente por todo esse histórico, matéria do Correio do Estado desta quarta-feira mostrou que a Polícia Federal recomendou atenção com a situação na região.

“Decerto que toda fragilidade da atuação estatal tende a favorecer o crime. A atuação conjunta e a permanente vigilância do Estado são imprescindíveis. Fragilidades momentâneas, a se tornarem crônicas, podem, sim, favorecer o incremento da atividade criminosa. Por isso ambos os casos merecem atenção, mas não alarde”, declarou o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, ao Correio do Estado.

O superintendente ainda enfatizou que o tráfico de drogas é preocupação constante para os governos brasileiro, paraguaio e boliviano.

“O tráfico de drogas pelas fronteiras brasileiras com a Bolívia e o Paraguai é constante fonte de preocupação do governo dos três países e, consequentemente, um foco da PF, que tem o dever constitucional de realizar o policiamento marítimo e aeroportuário e o controle de fronteiras, além de combater o tráfico de drogas e armas”, finalizou.

Saiba

A Bolívia é um dos grandes produtores de cocaína no mundo. Do lado paraguaio, a preocupação é com as plantações de maconha.

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Cidades

Cidade do Natal reinaugura nesta sexta-feira (13), confira a programação

Caravana da Coca-Cola, Patati Patatá e Família Rena são algumas das atrações

12/12/2024 09h25

Renas estão confirmadas na programação da Cidade do Natal

Renas estão confirmadas na programação da Cidade do Natal Arquivo

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Com menor duração neste ano, a Cidade do Natal, atração já tradicional em Campo Grande, será inaugurada às 19 horas desta sexta-feira (13), na Vila Morena, localizada nos Altos da Avenida Afonso Pena.

O espaço terá diversas atrações, como a já famosa Casa do Papai Noel, presépio, praça de alimentação, iluminação especial e espaços decorados.

A Parada Natalina, atração que conta com a presença da Família Rena, vai integrar a programação a partir do sábado (14).

As festividades seguem até o dia 31 de dezembro. Confira a programação:

Sexta-feira (13)

No dia da abertura, os visitantes terão a oportunidade de prestigiar a tradicional Caravana de Natal da Coca-Cola, que percorrerá as ruas de Campo Grande, chegando aos altos da Avenida Afonso Pena.

Durante a noite, o público poderá conferir apresentações musicais, como o show do Bella Dona Trio, seguido pela banda Filhos do Livres.

Sábado (14)

A programação traz, além da tradicional Parada Natalina, um show especial com a dupla Patati Patatá, com início previsto para as 20h. Já no domingo, 15, a animação fica por conta da dupla sertaneja Talles e Rafael, que sobe ao palco às 19h30.

Gastronomia

Renas estão confirmadas na programação da Cidade do Natal

Os visitantes poderão saborear um cardápio variado e acessível, com itens a partir de 6 reais. Entre as opções disponíveis:cupim soleado com mandioca, picanha na chapa com mandioca, batata frita, pastéis, combos de comida janponesa, tamakis variados, pokes, espetinhos, sorvete e pudim, entre outros itens, incluindo opções veganas.

Para quem prefere lanches, as opções incluem: Burger tradicional (pão, carne, queijo, bacon e molho), hot-dog simples, Sanduíche Mercadão, Choripan e Pizzas individuais.

Entre a variedade de restaurantes participantes estão: Safari, Tomahawk, Chiquinho Sorvetes, Tera Sushi, Época, Arroba, Batata no Cone, Comper, Big Festas, Pastel Noel, Pé de Vitamina e Moriá.

“Estamos muito felizes em mais uma vez abrir as portas da nossa querida Cidade do Natal, um espaço que foi cuidadosamente preparado para proporcionar momentos de alegria e encantamento para todas as famílias campo-grandenses. É uma festa que envolve toda a cidade, desde a programação nos bairros até este grande evento nos altos da Avenida Afonso Pena. Além de toda a magia natalina, com a Casa do Papai Noel, a Parada Natalina e diversas atrações, também queremos oferecer momentos especiais para celebrarmos juntos o espírito de união e renovação que o Natal nos traz, e convidamos todos para viverem essa alegria conosco até o dia 31 de dezembro”, destacou a prefeita Adriane Lopes.

City Tour de Natal

Outra atração imperdível é o tradicional City Tour de Natal, que terá saídas da Cidade do Natal às 18h, 19h e 20h, de 13 a 30 de dezembro, exceto nos dias 16, 18, 20, 21, 23 e 25, quando o veículo estará na programação do Natal nos Bairros.

Programação cultural

16/12 – Segunda-feira

  • Coral das Hosanas – 19h30

17/12 – Terça-feira

  • Coral Canto em Campo – 19h

18/12 – Quarta-feira

  • Edenis Music Inspiration - Otávio Neto – 19h30

19/12 – Quinta-feira

  • Coral e Orquestra Adoração (IEADMS) Maestro Paulo Silva – 19h

20/12 – Sexta-feira

  • Haywana – 19h30

21/12 – Sábado

  • Dany Cristinne – 19h30

22/12 – Domingo

  • Voz Mece – 19h30

23/12 – Segunda-feira

  • Coro Psiu (UFMS) – 19h
  • Coro Segunda Igreja Batista – 20h

25/12 – Quarta-feira

  • Erika Espíndola – 19h30

27/12 – Sexta-feira

  • Max Henrique – 19h30

28/12 – Sábado

  • Sampri – 19h30

29/12 – Domingo

  • Frequência Zero – 19h30

31/12 – Terça-feira

  • Daran Junior – 20h30
  • DJ BWM – 22h30

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