A América Latina e o Caribe estão prestes a conseguir a universalização do ensino primário, que em 2008 alcançou 95% da população infantil da região, segundo relatório divulgado nesta terça-feira, no Chile, pelo Escritório Regional da Unesco. Quase 40% dos países da região, segundo o documento, alcançaram esse objetivo e 20% estão perto de alcançá-lo, embora no ano de 2008 cerca de 2,9 milhões de crianças não fossem alfabetizadas, o que representa 4% de todo o mundo.
Pelo "Relatório de Acompanhamento da Educação para Todos no Mundo" dedicado a esta região, a situação continua sendo crítica em Dominica, Jamaica e na República Dominicana, países em que as taxas de escolarização primária variam entre 76% e 82%.
O documento adverte que em 2015, ano fixado como limite para o objetivo de alcançar o ensino primário universal, "ainda haverá crianças analfabetas na região", apesar de os números de escolarização terem aumentado em muitos países. É o caso da Venezuela, onde persiste a tendência da última década - o número de crianças sem escola no país deve diminuir 46%, para 143 mil. No Brasil, a taxa de redução até 2015 deve ser de 33%, caindo para 452 mil crianças.
Em 2007, a proporção total de crianças da região que chegava até o último ano desse nível era de 86%.
No caso do ensino médio, o número de alunos matriculados aumentou 13% desde 1999. Em 2008, havia mais de 2 milhões de adolescentes fora dos sistemas educacionais. Nesse ano, quase nove em cada dez adolescentes da região estava no ensino médio, embora em alguns países o nível de escolarização é inferior a 70%, como ocorre em El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Paraguai.
O ensino superior exibe números positivos, já que em 2008 havia quase 20 milhões de estudantes matriculados em toda a região neste nível, o que representa duas vezes mais que em 1999.
De fato, o ritmo desse aumento foi um dos mais rápidos do mundo, que passou de 21% em 1999 para 38% em 2008. Estão melhorando as taxas de alfabetização, embora em 2008 na América Latina e no Caribe havia 36 milhões de adultos analfabetos, isto é, 9% da população adulta.
O relatório adverte que, pelas projeções, Equador e Nicarágua estão longe de alcançar o objetivo fixado para 2015. Por outro lado, Bolívia e Venezuela estão no caminho de cortar pela metade o analfabetismo entre os adultos.