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Ação judicial pede anulação de 320 mil multas em Campo Grande

Autor do pedido, Marquinhos Trad alega que o contrato com o consórcio dos radares está vencido desde 5 de setembro do ano passado

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Uma ação popular movida pelo ex-prefeito de Campo Grande e atual vereador Marquinhos Trad (PDT) pede a anulação de, aproximadamente, 320 mil multas de trânsito aplicadas em Campo Grande nos últimos 11 meses. Ele pede a devolução de todo o dinheiro, cancelamento dos pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dos multados e que as empresas donas dos radares devolvam mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos. 

O parlamentar alega o contrato com o consórcio Cidade Morena está vencido desde 5 de setembro do ano passado e que depois disso não foi feita nenhuma renovação ou prorrogação, uma vez que já havia sido estendido por cinco anos. Os alvos da ação são a prefeitura de Campo Grande, a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e as empresas responsáveis pelos 93 radares eletrônicos, o Consórcio Cidade Morena.

Além da anulação das multas, Trad solicita a devolução dos valores pagos pelos condutores que foram multados, tudo com pedido de tutela de urgência. Segundo ele, não se trata de proteger infratores, mas de exigir que a gestão pública respeite os princípios da legalidade e da moralidade.  

"Isso é improbidade administrativa, isso é crime. É crime, enriquecimento ilícito. E a prefeitura tem que devolver esses mais de R$ 33 milhões, que não são dela. Só a empresa recebeu quase R$ 6 milhões por reconhecimento de prestação de serviço. Isso não existe", afirmou. 

O contrato original foi assinado em 2018, quando Marquinhos era prefeito. Em abril deste ano o vereador envidou dois ofícios à municipalidade pedindo explicações sobre a prorrogação, mas até o momento não obteve retorno. 

“Estou há 4 meses cobrando uma resposta deles e até agora nada, o jeito foi levar pra Justiça. Onde está o plano de segurança viária que justificou esses radares? Não existe. Isso demonstra que o objetivo não era prevenir acidentes, mas arrecadar às custas do cidadão”, disparou Marquinhos.

O que diz a ação

O documento relembra que o contrato com a empresa de radares, de fato, ocorreu de forma acertada, quando foi assinado em setembro de 2018, vigente até setembro de 2023. Quando seria o encerramento, houve prorrogação até dezembro de 2024, com a justificativa que seria lançado um novo processo licitatório, que não ocorreu, desde então a empresa, junto a Agetran, vem multando motoristas sem qualquer vínculo oficial. 

"Lá em 2018, quando eu ainda era prefeito estipulamos o prazo de cinco anos do contrato podendo ser prorrogado por uma vez apenas e por um ano e nesse ano deveria fazer um novo certame licitatório. Então, passou 2019, 20, 21, 22 e 23. Esgotaram cinco anos. Essa empresa deixou de ter legitimidade de agir, ou seja, ela não tinha mais contrato, então ela não pode aferir a velocidade dos motoristas da nossa cidade", defendeu o parlamentar. 

 Ainda de acordo com Marquinhos, a ação foi construída com base em auditorias e documentos que demonstram, segundo ele, “vícios insanáveis” no contrato e na execução do serviço. Ele reforça que a intenção não é esvaziar o controle de trânsito, mas assegurar que ele seja feito de forma correta e transparente.

“Somos a favor da educação no trânsito, da fiscalização, da redução de acidentes. Mas isso tem que ser feito com legalidade e com foco na vida, não no caixa da prefeitura”, completou.

Relembre

Desde setembro do ano passado o Correio do Estado acompanha o tema de multas sendo aplicadas mesmo com o contrato vencido. Somente na primeira publicação do diário oficial depois do fim oficial do contrato foram mais de 7,3 mil infrações registradas, em alguns casos, veículos com mais de uma multa aplicada.

A ação do vereador foi protocolada na Segunda Vara de Direitos Difusos e Coletivos de Campo Grande, sob os cuidados do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa. O vereador inclusive fundamenta a Ação Popular com reportagens nas quais o Correio do Estado cobra explicações da Agetran sobre a emissão de multas depois do rompimento do contrato. 

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Memorando de Entendimento

MS será palco de 'teste agropecuário' com a Google

Agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar decisões do produtor 

06/12/2025 13h30

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática.  Reprodução//Secom-GovMS/Saul Schramm

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Através de um acordo de cooperação técnica assinado recentemente, Mato Grosso do Sul está prestes a se tornar palco de um "teste agropecuário" com o Google. 

O Memorando de Entendimento (MoU) assinado com a Google Brasil, conforme o Governo de MS em nota, prevê "cooperação em tecnologia, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem, envolvendo áreas essenciais da administração pública". 

Distante aproximadamente uns 980 quilômetros da Capital, o governador de Mato Grosso do Sul viajou com sua equipe de secretários de Estado - Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) -  até o "coração" da popular Faria Lima, para reunião com executivos da empresa na sede da Google. 

Durante assinatura, Riedel relembrou o foco do Executivo sul-mato-grossense na transformação digital, que ele diz ser fundamental para a "efetividade da gestão estratégica sair do papel e ser executada", alcançando finalmente a população. 

Entre todos os focos a serem abordados, o agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar as decisões do produtor. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

Em complemento Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, apontou os índices de crescimento econômico e social sul-mato-grossense, que só tendem a melhorar com as ações de modernização e otimização de políticas públicas que passarão a contar com maior amparo tecnológico. 

"Mato Grosso do Sul já é uma potência no agronegócio e a tecnologia pode ser uma aliada para o crescimento do Estado. Queremos apoiar o Governo do Estado a levar o impacto positivo da tecnologia para a população", disse o executivo em nota. 

Demais áreas

Além do campo, as tecnologias do Google também devem ser aplicadas nas mais diversas áreas, possibilitando um melhor desempenho para alunos e até aumentando a eficiência administrativa das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE). 

As chamadas soluções de nuvem (para armazenamento de dados e sistemas online) e machine learning (aprendizado de máquina) permitiram um avanço na organização de dados, por parte da gestão pública, além de trazer mais transparência e economia dos recursos.

Toda essa nova base de dados permitirá, ainda, no futuro, que novas aplicações da Inteligência Artificial sejam integradas aos serviços essenciais à população, beneficiando áreas como saúde, segurança e finanças, como bem cita o Governo do Estado. 

Na visão do Executivo de MS, esse novo acordo é tido como um passo decisivo rumo a uma administração mais moderna, inteligente e conectada às necessidades da população. 
**(Com assessoria)

 

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SEM ACORDO

Dentistas negam proposta de Adriane Lopes e podem virar ano em greve

Categoria está em estado de greve desde o dia 15 de novembro, e acordo com o executivo municipal ainda está 'longe' de acontecer

06/12/2025 12h30

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5)

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5) Foto: Divulgação/Sioms

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Há cerca de 20 dias em estado de greve, os dentistas que trabalham na rede pública de Campo Grande negaram a proposta da Prefeitura e indicaram entrar em greve a partir do dia 17 de dezembro, seguindo assim por 30 dias caso não haja acordo com o executivo municipal.

Desde o dia 15 de novembro, o Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande estão em sério debate sobre o descumprimento judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

Nesta última semana, o executivo enviou uma proposta à categoria, para tentar chegar a um acordo antes que uma paralisação ocorra.

Sobre o reposicionamento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR):

  • 30% dos reflexos financeiros no mês de maio de 2026;
  • 35% no mês de maio de 2027;
  • 35% no mês de fevereiro de 2028;

Já sobre o auxílio alimentação:

  • 50% dos reflexos financeiros no mês de outubro de 2027;
  • 50% no mês de março de 2028;

Sobre o índice inflacionário, a Prefeitura pontuou “estar impossibilitada por questões legais”.

Porém, a proposta foi negada pela categoria. Na assembleia desta sexta-feira (5), além de votar sobre o acordo ou não com o executivo, os dentistas também indicaram data para a greve, iniciando-se no dia 17 de dezembro e durando cerca de 30 dias, ou seja, até dia 17 de janeiro. Todavia, a data é passível de alteração e até anulação caso as partes entrem em acordo.

“Haverá um cuidado, que foi discutido nesta Assembleia, para não haver prejuízos à população, tanto que 100% dos atendimentos em plantões, sejam ambulatoriais ou emergenciais, vão continuar em funcionamento. Então, a população que tiver alguma situação de dor ou de procura do cirurgião-dentista da unidade de saúde, de emergência, terá seu atendimento garantido”, explica o presidente do Sioms David Chadid.

Novela

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%.

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação.

Entre os pedidos, os sindicalistas querem a implementação a partir de abril de 2026 de auxílio alimentação de R$ 800, além de reposição de 15% sobre os pagamentos de plantões a partir de setembro do próximo ano - sendo os dois últimos pedidos escalonados em duas parcelas. 

Além de reposições salariais, a categoria também está pedindo melhores condições de trabalho. Em uma assembleia recente, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

*Colaborou Alison Silva

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